Mario Miranda 07/02/2020
Diversos autores legaram em suas obras um espaço para aquelas narrativas que acontecem em breves períodos (um a dois dias), como J.D. Salinger ("O Apanhador no Campo de Centeio") e James Joyce ("Ulisses"). Heine, muito mais reconhecido pelo seu trabalho poético, desenvolve esta narrativa em duas noites, onde o personagem principal, Maximilian, narra histórias para entreter Maria, uma italiana enferma.
A obra é inteiramente centrada nas narrativas que ocorrem em duas noites: uma se referindo a infância, outra já a sua fase mais adulta. Com histórias que beiram o surreal e o fantasioso, Maximilian se aproxima em diversos pontos aos personagens de Lord Byron (ou da nossa Segunda Geração do Romantismo).
Apesar da importância literária de Heine - agregando-se ainda a qualidade da impressão pela Carambaia e dos comentários do tradutor -, a obra faltou cativas um pouco mais. Sendo uma narrativa centrada em um único personagem, faltou a estrutura narrativa de Maximilian um entretenimento a mais. De qualquer maneira, vale a leitura de um dos expoentes da literatura alemã, avizinhando-se a nomes como Goethe e Schiller.
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