spoiler visualizarLelouch_ph 12/08/2022
Processos importam, sejam eles benéficos ou não...
Quando conheci esse livro eu estava buscando qualquer Distopia de ficção científica para servir de inspiração e referência para a ficção que estou escrevendo, a ritmo de lesma, mas apesar da demora para terminar essa conseguiu ser sem dúvidas uma das obras que mais me impressionou por seu caráter prognóstico, sim exatamente o que você leu, quando utilizo a palavra prognóstico eu estou querendo dizer exatamente o sentido que esse adjetivo possui. O autor conseguiu ser extremamente preciso em usar sintomas, consequências e fatos da sociedade atual para construir um futuro, nem tão distante assim, que é totalmente factível em que ao contrário da situação atual em que o ocidente se vê como superior ao oriente e a África, estes dois formam dois impérios depois de todas as atrocidades sofridas por eles para que o ocidente, e quando digo ocidente me refiro aos E.U.A. e Europa, vivesse na melhor forma. Pois bem, nossa história é contada por um historiador que é parente de uma terrorista que cometeu um genocídio por vingança por tudo que foi tirado dela, por tudo que ela precisou passar, por todas as injustiças sofridas por ela e seu povo. O foco da história é em como a terrorista se tornou quem ela era e quem ela foi antes de se tornar essa pessoa, e além disso o que fez ela não desistir de seu objetivo. Não é uma obra leve mas ao mesmo tempo ela não pesa tanto quanto deveria para o leitor, a achei extremamente bem escrita com descrições que não são extensas e ao mesmo tempo possuem o suficiente para que você se situe no mesmo local que os personagens, os diálogos são bem fluidos e sinceramente são a melhor parte, eu senti pessoas ali realmente. A cada momento da vida da protagonista percebe-se que ela foi mais uma vítima daquela situação apesar de suas atrocidades cometidas e não estou passando pano, antes que alguém me acuse, só penso que foi interessante conhecer a fundo uma personagem assim. Quando ela é recrutada para se tornar uma arma viva é interessante que a primeira coisa que lhe é ensinada é quais as razões desta guerra e por quais razões ela deve persistir e cavar por uma mísera chance de vitória e vitória neste caso é atingir com força seus inimigos. Não há bom ou mal aqui, há interesses e dor, muita dor, além de ruína e miséria. O único autor que havia me feito sentir algo parecido havia sido Jack London em Tacão de Ferro, mas pelo visto existem muitos escritores de qualidade buscando evitar, entender ou prever o que nos aguarda pelas decisões atuais de nossos líderes.