Hitler e o desarmamento

Hitler e o desarmamento Stephen P. Halbrook




Resenhas - Hitler e o Desarmamento


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fabio.ribas.7 29/02/2024

Hitler e o desarmamento
"O ano de 1933 terminou com o triunfo do nazismo, o qual, desde o começo, usou a ameaça do comunismo para criar uma ditadura que era, se não mais, igualmente opressiva. Esse fato foi relatado precisamente, em dezembro de 1931, no diário do judeu alemão e veterano de guerra Victor Klemperer: “Eu equaciono o Nacional Socialismo ao Comunismo: ambos são materialistas e tirânicos; ambos desprezam e negam a liberdade do espírito e do indivíduo”".
“Hitler e o desarmamento — como o nazismo desarmou os judeus e os “inimigos do Reich”” é uma obra extensamente pesquisada, citando as fontes originais nas suas notas de rodapé. Stephen P. Halbrook procura mostrar que um regime totalitário não se instala da noite para o dia, porém, passo a passo, coloca seus tentáculos até que seja impossível retornar da sua presença sufocante e destruidora.
Na introdução, Halbrook nos apresenta a triste história de Alfred Flatow, ginasta judeu alemão, medalha de ouro das Olimpíadas de 1896. Sua história não apenas é emblemática para entendermos muito do que aconteceu com tantos judeus, mas, principalmente, para compreendermos o espírito por trás do regime que foi se instaurando dia a dia na Alemanha com a permissão de seus próprios cidadãos. Flatow, em 1932, registrou seus três revólveres, obedecendo à lei implementada pela República progressista de Weimar. Muitos cidadãos começaram esse processo de registrarem suas armas. Todavia, o que aprendemos é que esses registros foram usados contra os próprios alemães quando os nazistas tiveram acesso a essas informações arquivadas nas delegacias de polícia. A história de Alfredo Flatow, portanto, revela a escalada opressora do regime nazista.
O nazismo desarmou todos os seus inimigos e isso fez parte do pogrom de controle total da sociedade. Ficou conhecida como “A noite dos cristais” a onda de violência do nazismo contra seus cidadãos, ameaçados a 20 anos de prisão nos campos de concentração, caso portassem armas de fogo. Assim, “os nazistas confiscaram as armas de fogo para prevenir uma resistência armada contra seus próprios crimes, fosse ela individual ou coletiva” (p. 10).
Como nos diz o autor, a Alemanha não possui nada parecido com a Segunda Emenda da Constituição dos EUA, que declara: “Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser infringido”. A própria Suprema Corte americana busca defender esse direito da nação defendendo que “quando os homens capacitados de uma nação são organizados e treinados no manuseio de armas , são mais propensos a resistir à tirania” (p. 13). Já na contramão dessa mentalidade, a ONU busca suprimir o porte individual de armas ao mesmo tempo que defende o armamento dos governos.
Hanna Arendt observa que “foi só com a eclosão da guerra, em 1º de setembro de 1939, que o regime nazista tornou-se abertamente totalitário e abertamente criminoso” (p. 18). Sendo assim, é inevitável as perguntas que serão respondidas no correr do livro de Halbrook: “Por que não houve, na Alemanha, nenhuma rebelião armada contra Hitler? O desarmamento prévio facilitou a crescente agressão contra os judeus?”. O autor ainda observa que “nos países ocupados, os nazistas decretaram pena de morte aos que possuíssem armas de fogo, mas houve casos de resistência, como a heroica revolta do gueto de Varsóvia” (p. 18).
O caos que se instaurou na Alemanha após a primeira Guerra foi o fermento que permitiu o surgimento de vários grupos guerrilheiros. Um deles desponta no cenário liderado por um jovem chamado Adolfo Hitler. Mussolini, na Itália, já dominara o Parlamento e o povo por meio do desarmamento, quando Hitler ainda era apenas mais um revolucionário entre tantos espalhados pela Alemanha. As políticas de desarmamento, cuja pretensão era criar ordem e segurança contra os grupos rebeldes, na verdade, só geraram ainda mais caos. Como as leis eram confusas e ambíguas, cada estado alemão passou a adotar também suas legislações de desarmamento. O cidadão de bem que quisesse ter uma arma possuiria até 15 tipos de licenças diferentes. O primeiro grupo que sofreu forte desarmamento foram os ciganos. Só uma década depois os judeus sofreram seu desarmamento. Mas, com o tempo, o desarmamento não cumpriu o que prometia, que era acabar com a delinquência, pois ocorrera lá o mesmo que no Brasil, desarma-se exatamente o cidadão de bem, que é quem poderia apoiar o governo democrático numa tentativa de tomada do poder por comunistas e nazistas. Enfim, a República de Weimar se autossabotou. Quando os nazistas tomaram o poder, eles usaram da própria legislação do desarmamento criada pela República de Weimar para o domínio totalitário sobre a Alemanha. Quando a SA de Joseph Goebbels apossou-se das delegacias, todas as informações estavam à disposição para o desarmamento total.
Duas questões devem chamar a atenção na ascensão do nazismo na Alemanha: 1ª) a República de Weimar pavimentou a chegada dos nazistas (todas as leis desarmamentistas da República terminaram por servir ao propósito totalitarista do Nazismo); e 2ª) se Hitler conseguiu fazer o que fez sem a existência da Internet, imagine o estrago que ocorrerá hoje com a ascensão de um Governo Mundial ? O mais incômodo, quando lemos a História, é que as pessoas nunca imaginam que “isso ocorrerá de novo”. Um dos pontos fortes que o livro apresenta é que tiraram as armas dos cidadãos de bem, exatamente aqueles que poderiam ter defendido a República de Weimar na tomada do poder pelos nazistas. Mas quem criou as leis desarmamentistas? A própria República de Weimar! É o famoso ovo da serpente! Todas, vou repetir, TODAS as nossas informações estão hoje na Internet, sequer é papel em arquivos num lugar específico. Está tudo à disposição na nuvem para qualquer um que decida uma tomada mundial do poder. Acho mesmo que a ascensão de tal Governo seja inevitável. Já estamos expostos e é impossível voltar. O Governo controla facilmente nossas informações. A hora que alguém disser que prenderá quem possui arma em casa ou que, se não tiver tomado as vacinas, não poderá assumir um emprego, por exemplo, quem impede? Leis vão sendo mudadas para servirem aos donos das leis e, mesmo a despeito das leis, o Poder as atravessará à revelia. Foi assim em passado recente e é o que ocorre o tempo todo, em escala menor, bem debaixo dos nossos narizes. Ainda que você não acredite (muitos não acreditavam no que ocorria nos campos de concentração da Alemanha), o mundo vem sendo preparado e experimentos de reengenharia social vêm ocorrendo como amostras do que teremos pela frente. Todavia, nada ocorre fora dos decretos de Deus. É a ira dEle sendo derramada e, para tal, o mal é um instrumento de Deus para a realização da Sua vontade. Enquanto isso, é o tempo da Igreja proclamar o Evangelho. Até que Jesus Cristo, o Senhor dos senhores, retorne em glória, creia você ou não.
Por fim, cabe lembrar que Hitler subiu ao governo legalmente. O “golpe de estado” dos nazistas se deu mediante o voto popular. As perseguições, invasões de domicílio, apreensões de armas, prisões etc estavam ocorrendo na “legalidade”. Esta história recente tem que nos alertar de como um governo totalitário toma assento gradativamente.
“A noite dos longos punhais” foi o marco do poder total conquistado por Hitler. Este evento marca a eliminação até dos amigos de Hitler. Depois, toda a máquina vai andando para o domínio total. A Gestapo agindo como polícia Estatal de Hitler. A retirada total das armas das mãos dos “inimigos do Estado”. Associado a tudo isso, a lei sendo usada a favor de Hitler e até mesmo a nazificação das igrejas protestantes. Por fim, os nazistas registraram todos os judeus e deram aos homens novas certidões: aos homens foi acrescentado um primeiro nome, Israel; às mulheres, Sara. Nada mais impedia o domínio nazista. O único grupo armado que poderia impedir a tirania permaneceu em silêncio diante de tudo: as forças armadas! Isto nos faz pensar no Brasil?
Houve resistência entre o povo alemão a Hitler. A história de Sophie Scholl mostra como uma juventude se organizou contra a doutrinação coletivista e enfrentou o Nacional-Socialismo. A história dela está no youtube e numa versão legendada. Ela tinha apenas 21 anos de idade, luterana e, fortemente criada nos valores cristãos, Sophie, seu irmão e mais alguns amigos fizeram parte do grupo antinazista chamado “Rosa branca”. A história desses jovens alemães precisava ser conhecida. Um filme forte sobre uma menina cristã lutando contra um monstro!

site: https://revfabioribas.blogspot.com/
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Vinicius39 18/10/2023

Perfeito pra quem busca!
Caso procure um livro que trata simplesmente da ascensão nazista com enfoque no debate de desarmamento, é impossível não gostar desta obra.
Mesmo que o livro aborde (obviamente) os acontecimentos anteriores à 2° Guerra Mundial, está cheio de histórias fascinantes de simples judeus e inimigos de Hitler perdendo os seus direitos básicos, sendo o principal, o armamento para uso de defesa pessoal e residencial.
Pedro 18/10/2023minha estante
Na história da humanidade apenas uma classe foi impossibilitada de ter armas: os escravos.
Ver pessoas lutando contra o direito do armamento é deprimente. São escravas voluntárias.




Renata Rezende 11/07/2020

Leitura relevante.
O livro é mto repetitivo. Essa edição, especificamente, veio com mtos erros. Erros de grafia, erros de idade dos citados na história.
O texto é sobre legislação. Os decretos emergenciais que permitiram desarmar os judeus e só. Há um capítulo que o autor usa mais de testemunhos e a leitura fica mais interessante. Não fala de Hitler, especificamente. É um período muito dolorido e, ainda que foque mais nas leis, dá para alcarçar o sofrimento desmedido vivido pelos judeus.
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Eduardo Cavassana 26/06/2020

Gostei muito desse livro, não é sobre Hitlher, é sobre armas e liberdade, o que mais me espantou foi a semelhança de procedimentos da época e atuais, muitos com os mesmos termos, por exemplo "comprovação de efetiva necessidade" ainda antes da ascensão do Terceiro Reich, além de cadastros e registros de armas que posteriormente foram usados para desarmar os Judeus, a utilização da propaganda para gerar pânico e insegurança, tudo, INFELIZMENTE, bastante semelhante com tempos atuais.
Recomendo a leitura.
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Gustavo.Fernandes 05/06/2020

Muito bom.
O livro é rico em conteúdo, envolve bastante o judiciário, o legislativo alemão e os próprios ideais nazistas. Eu recomendo a todos uma leitura desse livro, tanto para os que apoiam o armamentismo e para os que tendem a ter um pensamento contraditório a esse.
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