Pedro Sucupira 10/07/2021
2021 LIVRO 28 – Trabalho e Educação: uma perspectiva histórica, Maria de Fátima Rodrigues Pereira.
Trabalho e Educação, escrito pela Doutora em História e Filosofia Maria de Fátima, é um estudo que aborda de forma profícua, com uma linguagem clara e acessível, de que maneiras se estabeleceram historicamente as relações entre o trabalho produtivo e a educação escolarizada.
Um livro que mais uma vez deixou claro para mim que a EDUCAÇÃO é a arma mais poderosa que temos para mudar o mundo. Não essa educação tecnicista, sem qualidade e alienadora que nos é fornecida nas escolas públicas, que transforma professores e alunos em meros executores e receptores de projetos elaborados de forma autoritária e sem qualquer vínculo com o contexto social dos alunos. Porém, sim, uma educação histórico-crítica, “rica em que cada estudante se aproprie da cultura, da ciência, da tecnologia, da arte, da filosofia e da política historicamente produzida, exigida a um estar no mundo de maneira ativa e emancipada.”
Aqui deixo um trecho bastante esclarecedor.
“Nesse contexto, a educação, sobretudo a escolarizada, exerce um papel de disciplinamento. Expande-se uma educação de massas – denominada educação básica – promovida e supervisionada pelos Estados Nacionais. Ao mesmo tempo, verifica-se a existência de uma educação para pequenas elites que possibilita o acesso à cultura, elaborada na sua mais alta expressão. Essa dualidade na educação – para as classes populares, o básico, e para as elites, a cultura mais elaborada – é uma demonstração de que também na educação escolarizada estamos perante a posse desigual dos bens produzidos socialmente, cujo ônus é distribuído a todos pelos governos de plantão, porém não seu usufruto, configurando o que chamamos educação dual.
Essa educação burguesa para as classes populares é alienante porque as submete em lugar de emancipá-las. Configura-se como um instrumento de controle do trabalho e da política, que são processos importantes à conservação dos monopólios e que hoje se apresentam poderosos de tal maneira que impõem recuos nos sistemas de seguridade e bem-estar, conquistados nas décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial nos países centrais do sistema capitalista.”
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