spoiler visualizarmoreutzz 24/07/2023
Só leia
Comecei a ler esse livro por indicação e meio descrente de que engataria pois faz tempos que não consigo finalizar uma leitura de forma decente, mas quando vi, estava vivendo pra terminar ele.
Não sei explicar se foi a escrita muito fácil e fluida, as situações da Anabel e como você se apega a ela e - no meu caso - se identifica, ou até mesmo o plot que não se prende a apenas uma coisa, é ao mesmo tempo se enrola em torno daquilo.
As questões familiares acontecendo, enquanto a própria personagem tenta lidar com seus fantasmas e mesmo assim encontra Owen e reencontra versões dela mesma num passado, é algo que faz você refletir muito, principalmente no tom melancólico de "por que agi assim?", "por que não disse aquilo?" que sempre ronda a cabeça de todo mundo, e ao mesmo tempo, seriam impossíveis de acontecerem porque cada momento é um momento e não podemos mudar o passado, mas podemos reposicionar as coisas para um novo futuro - e a autora consegue posicionar isso de uma forma muito boa.
Não esperava pelos gatilhos diversos e confesso que a todo momento que se falava do abuso meu estômago se embrulhava, e na hora que tudo aconteceu foi ainda pior, porém, foi extamanete aí que eu parei e bati palmas para Sarah. Diferente de muitos autores por aí, especialmente de YA, ela teve a responsabilidade de ser sensível em relação a esse tema e outros como o problema de raiva de Owen e o distúrbio alimentar de Whitney - e isso me deixou extremamente surpresa considerando os absurdos que já encontrei por aí em livros ou colegas comentaram comigo.
As citações que Anabel fazia sobre Whitney durante a descoberta da doença e seu longo tratamento e recuperação é algo lindo de ver, e pra ser sincera, o que fez eu ficar ali no terceiro capítulo (no qual eu chorei muito). A forma que Anabel diz que sua irmã nunca estará 100%, assim como ela também não, mas que é bom saber que eles terão sempre alguém ali ao lado, foi algo que me fez chorar por ser uma frase que sempre repito a mim mesma.
A relação real e leve que esse livro traz é indescritível, não focando em um romance que te cure e te salve, mas sim em alguém, um amigo e parceiro que ajudar a perceber você pelo o que você realmente é, e que também perceba as pessoas a sua volta. Alguém que está ali para te mostrar o mundo, e não se transformar em seu mundo.
As passagens de tempo são muito bem construídas (e eu meio que sou doida por esse tipo de coisa) e eu não tinha como sair mais apaixonada por ele. É bom sempre estar atento aos gatilhos que ele pode ter, e também não ir pela sinopse que não faz jus a verdadeira obra que ele traz.