Vanessa Vieira 05/09/2018
A Corte de Luz - Richelle Mead
O livro A Corte de Luz, primeiro volume da série The Glittering Court, da americana Richelle Mead, nos traz um romance interessante, com ares bem medievais e um leve toque de magia. A princípio, a história conseguiu prender a minha atenção e fiquei bem curiosa com o desfecho de algumas cenas, entretanto, percebe-se que a autora pesou um pouco a mão e acabou dotando a trama com muitos elementos, tornando o enredo moderadamente confuso em alguns momentos.
Elizabeth, a condessa de Rothford, foi destinada a um casamento de conveniência com um rico vendedor de cevada com a finalidade de salvar os rendimentos de sua família. Inconformada com esse destino, a jovem assume a identidade de uma de suas criadas e foge do reino em uma carruagem em direção à Adoria.
Em Adoria, usando o nome de Adelaide, ela é acolhida na Corte de Luz - uma espécie de internato que educa moças das classes mais baixas e as transformam em verdadeiras damas da sociedade. A condessa, então disfarçada de serviçal, não demora muito tempo para chamar a atenção de Cedric, filho do dono da corte. Logo, uma breve atração nasce entre os dois, colocando em risco não só o disfarce de Elizabeth como também segredos obscuros que o rapaz guarda de sua família...
A Corte de Luz tem um mote bem atrativo e conseguiu atrair a minha atenção desde o seu lançamento com essa mescla de romance medieval com magia e leves toques de distopia. Entretanto, no decorrer dos capítulos, é visível que a autora acaba se perdendo um pouco dentro da própria história que criou e atribuo a isso o excesso de elementos com os quais ela dotou o enredo. Tantos tópicos distintos foram abordados dentro do livro que, em determinados momentos, quebramos a cabeça tentando descobrir elos entre uma coisa e outra e a trama acaba virando uma leve confusão. Os personagens tem características e qualidades que muito me agradaram, mas devido ao bolo de fios soltos que os envolvem, acabaram perdendo um pouco da sua essência dentro do livro. Narrado em primeira pessoa por Elizabeth, de forma bem íntima e convidativa, o enredo tem muitos atrativos, no entanto, merecia um desenvolvimento um pouco melhor.
Elizabeth surge na trama como uma personagem forte, disposta a lutar com unhas e dentes pela sua liberdade e independência. E sim, isso realmente acontece enquanto o mundo desmorona sobre a sua cabeça e ela precisa se fingir de plebeia, ocultando os seus verdadeiros dons e tentando lidar com a desconfiança de muitos. O seu romance com Cedric muito me agradou e o casal tem uma química muito bacana ao longo do enredo, mas foram tantos elementos, segredos e castas cercando o relacionamento deles que acabou sufocando um pouco a beleza de seu amor.
Cedric é um rapaz polido, educado e sempre disposto a ajudar. Além de ser inteligente e pescar muitas coisas no ar, ele tem uma simpatia invejável e consegue derreter até os mais pedregosos corações. No entanto, por trás desse verniz de bom moço, o rapaz esconde alguns segredos bem pesados, que podem colocar em risco não só a sua vida como também as daqueles que ama.Eu gostei muito da sintonia entre ele e Elizabeth e sobretudo das escolhas e sacrifícios que eles fazem para permanecerem um do lado do outro. Entretanto, alguns riscos que eles correram eram tão óbvios e claros que é praticamente inadmissível tentar entender porque o casal tomou esse caminho, mesmo se tratando de pessoas maduras e com uma incrível destreza.
Em síntese, A Corte de Luz é um livro interessante, tem pontos bem atraentes e personagens que conseguem te cativar com suas personalidades e características. Entretanto, uma enxurrada de acontecimentos cerca a trama em um curto período de tempo, sufocando aquilo que poderia ser uma história de amor ainda mais bonita e deixando a desejar no desenvolvimento de outros tantos pontos. A capa é lindíssima, além de incrivelmente atraente e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e revisão de qualidade. Apesar das ressalvas, não deixo de recomendar
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