Jean Silva 03/03/2021
Sartre e seu lado ficcional (ou não)
Quando vi que esse livro se tratava de uma ficção escrita por Sarte fiquei, no mínimo, surpreso. Tantas vezes me deparo com as teorias do autor e seu existencialismo, que não passava pela minha cabeça a ideia de que o mesmo tenha escrito algo ficcional.
A obra contém cinco narrativas distintas, é inegável que, ao escreve-las, Sartre era mais novo, sofria uma certa influência da psicanálise e sua teoria sobre o existencialismo ainda estava se desenvolvendo. E creio que esses são os fatores que fazem desse livro uma obra singular. Nas narrativas, o autor trata questões referentes a violência social, preconceitos sexuais e principalmente raciais, é notável que em alguns momentos ele trata esses temas de maneira explícita, e em outros de maneira implícita. Também não deixa de serem claros os postulados que mais tarde seriam essenciais para a filosofia existencialista. Além disso, é interessante como o autor ilustra o momento social da Europa, principalmente da França, do fim da primeira guerra mundial, até o início da segunda. Vale a pena a leitura, os temas aqui tratados são debatidos com veemência até hoje.