Maisa @porqueleio 25/06/2023Resenha / Tithe /@porqueleioKaye é uma adolescente de 16 anos, que vive mudando de cidade em função da profissão da mãe, integrante de uma banda de rock. Talvez pelas mudanças, o fato é que ela nunca se sentiu pertencente a qualquer lugar. Após um tempo, elas retornam para a casa da avó de Kaye, onde passou grande parte da infância.
Além dos amigos, Kaye espera também reencontrar seus ‘amigos imaginários’, seres encantados que, por serem vistos apenas por ela, ninguém levava muito a sério. Depois de uma festa com os amigos, Kaye sente um chamado ao passar por um bosque, e acaba encontrando um homem ferido. Ela o salva, e isso a coloca no centro de uma disputa entre a corte unseelie e seelie.
Eu gosto muito das histórias da Holly e, como a maioria dos leitores, comecei por Príncipe Cruel. Não tem problema, mas eu já sabia que alguns personagens dessa primeira trilogia apareciam em Povo do Ar. Foi uma experiência interessante... primeiro, porque essa trilogia foi escrita em 2002, portanto, vamos ver adolescentes bem soltos, saindo pra festas, longe de celulares e mídias sociais. Além disso, do ponto de vista de 2023, parecem que eles são bem irresponsáveis. Sim, são adolescentes, mas fumam e bebem de uma forma que não vemos representados nos livros mais atuais.
Mas, a alma que criou Elfhame estava lá. As intrigas políticas, as reviravoltas, a dualidade imperfeita dos feéricos, foi muito bom de ler. Não entendo a nota baixa no Skoob, talvez leitores de Povo do Ar procurando reencontrar Cardan e Jude. Em Tithe, o que impera mesmo são as relações – traições, intrigas, e muitas surpresas. Também tem a questão de passar numa cidade, não num reino. E ainda por cima, a corte Unseelie!
Um outro fator que pode ter trazido estranheza é o tamanho do livro. Ela não é uma autora de calhamaços, mas aqui talvez pudesse ter aprofundado nas camadas dos personagens. Entretanto, nada disso atrapalhou minha experiência, e terminei ansiosa para ler a continuação. Se é fã das histórias da Holly Black, recomendo conhecer a trilogia. É mais cru e cruel, mas vale a pena.
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