Isis Costa 25/04/2024Desinteressante, confuso, superficial? Isto é lamentável...Eu escolhi ler "Todos os Pássaros no Céu" após ver uma recomendação de uma booktuber (não me recordo o nome agora...). A premissa parecia promissora e única, combinando elementos de fantasia e ficção científica. Infelizmente, minha experiência foi profundamente decepcionante.
A narrativa começa focando na infância dos protagonistas, Patrícia e Laurence. Inicialmente, me vi envolvida pelo universo intrigante e pelas habilidades peculiares das crianças. Patrícia podia conversar com animais e se transformar em pássaros, enquanto Laurence construía invenções futurísticas. Essa parte da história realmente capturou minha atenção e interesse.
No entanto, à medida que a trama avançava, principalmente passando ali pela metade, tudo desmoronou para mim. A história que inicialmente parecia fascinante se tornou um fardo. O desenvolvimento dos eventos começou a parecer desgastante e desinteressante. Em um determinado ponto, cerca de 40% mais ou menos, eu estava pronta para desistir da leitura.
O estilo de escrita de Charlie Anders, que inicialmente parecia adequado, revelou-se problemático. Encontrei passagens que pareciam completamente desnecessárias e uma abordagem à ficção científica que achei superficial e pouco enriquecedora. A tentativa de criar pais extremamente negligentes como algo justificável artisticamente me pareceu um recurso barato para tentar adicionar profundidade emocional.
A linearidade da narrativa é confusa e, apesar de seguir uma cronologia direta, os eventos pareciam incoerentes e a linguagem muitas vezes infantilizada. A tentativa da autora de surpreender ou de justificar o absurdo da trama por meio de uma nota de agradecimento onde critica os leitores que não gostaram do livro me pareceu totalmente fora de tom. Foi, para mim, a cereja no topo de uma experiência já frustrante.
Não posso deixar de mencionar minha surpresa e desagrado ao ler as notas finais do livro, onde a autora promete visitar os leitores descontentes para uma encenação com fantoches de origami. Isso não apenas foi desnecessário, mas também desrespeitoso.
Resumindo, "Todos os Pássaros no Céu" foi a minha pior leitura do ano até o momento. O que começou como uma jornada promissora acabou sendo uma experiência que eu preferiria esquecer.