Becos da memória

Becos da memória Conceição Evaristo




Resenhas - Becos da memória


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Jaguatirica 30/06/2023

"A sua vida, menina, não pode ser só sua"
E como diz o título dessa pequena "resenha", Maria-Nova, representando fortemente a própria Conceição Evaristo, sobrevive e guarda dentro de si muitas outras vidas além da própria. Ela deseja ver tudo e se recusa a fechar os olhos. Está sempre em busca de ouvir histórias dos mais velhos, saber de seus sofrimentos mais agudos, sentir a ferida aberta através da escuta empática. E dentro de si a menina narradora desse conjunto de contos nutre o desejo de eternizar o que ouviu, viu e aprendeu. Decide fazer isso através da escrita, pois escrever é, também, fazer justiça.

"Era bonita Vó Rita! Tinha voz de trovão. Era como uma tempestade suave. Vó Rita tinha rios de amor, chuvas e ventos de bondade dentro do peito."

"Maria-Nova crescia. Olhava o pôr do sol. Maria-Nova lia. Às vezes, vinha uma aflição, ela chorava, angustiava-se tanto! Queria saber o que era a vida. Queria saber o que havia atrás, dentro, fora de cada barraco, de cada pessoa."

Todos aqueles que morreram sem se realizar, todos os negros escravizados de ontem, os supostamente livres de hoje, se libertam na vida de cada um de nós, que consegue viver, que consegue se realizar. A sua vida, menina, não pode ser só sua. Muitos vão se libertar, vão se realizar por meio de você. (...)

A sua vida, menina, não pode ser só sua."

QUE LIVRO!
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__ElaMartins 17/06/2023

Primeira dela...
Faz tempo que quero ler Conceição Evaristo, mas ainda não tinha tido oportunidade. Mês passado encontrei essa edição linda de Becos da Memória em um sebo e não pude não levar.

Como mulher preta, pobre, leitora de bibliotecas e garimpos, constantemente leio "qualquer coisa" ou o que esta ao alcance. Então são poucas as narrativas que me tocam com pertencimento, que fazem eu me sentir presente e amiga, que fazem eu me reconhecer. Foi assim com Mama, de Terry McMillan, e foi assim em Becos.

Uma leitura que eu indico.
E pra mim, a primeira de muitas.
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Aline 11/06/2023

Senzala-Favela
Um livro sobre a vida que "teimosamente se fabrica". A força, a voz e a escrita dos que são "acostumados" a se aquietar, se calar e se esconder... Para nos mostrar que somos todos iguais! Temos fraquezas, medos, dúvidas, cometemos erros e acertos... Sim! Há riqueza na pobreza, e muita pobreza na riqueza! Um livro que desnuda a miséria da nossa mesquinhez, e nos mostra o quão pequenos e infames somos ao escravizar, discriminar, e excluir o nosso povo!
No desfavelamento, retiramos tudo dos que muito pouco têm, simplesmente para afastar da nossa visão a pobreza da nossa alma... Salve, Conceição Evaristo!
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Eduardo 08/06/2023

Escrevivências ou ficções da memória
A vida é feita de memórias, sem as quais não há vida. E assim, Conceição Evaristo na obra ?Becos da memória ? se torna porta-voz memorialista do coletivo, memória de vidas negras. A autora conta/cria/lembra das narrativas de vidas que necessitam ser contadas para não serem esquecidas. A própria autora denomina a obra como ficção da memória, a qual não se pode afirmar que tudo foi inventado ou tudo foi verdade.

A autora conta por fragmentos histórias de pessoas pobres, negras e trabalhadoras que vivem uma vida segregada pautada muitas vezes na dor, a qual insistem em removê-las para outros espaços sem trazer nenhuma perspectiva de futuro melhor. A leitura flui devido à delicadeza e à beleza da escrita de Conceição, mesmo frente a tantas dificuldades impostas.

Essa obra é uma prova que a literatura serve para ocupar lacunas que a memória acaba deixando escapar ao longo do tempo. E que é imperativo escrevê-las e vivê-las. E assim, as escrevivências vão sendo feitas?
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icynight. 05/06/2023

Realista
É incrível a forma que a autora retrata a vida das pessoas negras, a escravidão, de forma clara, sentimental e verdadeira. Senti o tempo uma angústia, igualmente os personagens.
Só acho que a escrita poética lá pro final do livro fica meio arrastada e super repetitiva com os termos mudanças e tal tal tal, mas é um livro bom e que vai te colocar no ambiente de escrivência da autora.
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Rosangela Max 29/05/2023

Um mergulho sobre a vida na favela.
Mais uma vez a autora me arrematou com sua escrita poderosa e com seu talento em criar histórias que retratam com perfeição a vida do pobre que só conhece o estado de miséria como forma de vida.
Incrível como um romance que foi escrita há mais de 4O anos se mantêm atual.
Os livros de Conceição Evaristo são profundos, poéticos e tristes, pois retratam o lado dos excluídos, dos desamparados, dos marginalizados. Um grupo que convive com a derrota, mas que sonha e luta por mudanças. Através de personagens magníficos, ela nos atinge ao mostrar-nos esta dura realidade.
Não tinha como não favoritar esta leitura.
Recomendo.
Yasmin V. 29/05/2023minha estante
Comprei recentemente, tô doida pra ler!


Biafort.Meireles 29/05/2023minha estante
Me deu vontade de ler


Carlinha PPinto 08/06/2023minha estante
Li Ponciá Venâncio e também fui arrebatada por Conceição.




Sol 24/05/2023

" Hoje descobri a verdade do dizer daquele ditado: Sonho só alimenta até a hora do almoço, na janta, a gente precisa de ver o sonho acontecer."
📖
... São, salvo e sozinho. Toda vez que esse trecho aparecia no #livro eu prendia a respiração e continha as lágrimas.
@conceicaoevaristooficial escreveu a realidade triste e miserável de uma favela nos anos 80 e a história dos negros sobreviventes até o "outro lado do rio".
🍂
#leituraconcluída #becosdamemória #leituranecessaria #lendomulheresnegras #escritorasbrasileiras #memórias
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Duda 24/05/2023

Que livro triste, ele trata da questão racial, da pobreza de maneira tão profunda que chega a chocar
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Vanessa 20/05/2023

Muito bom! Mas também muito triste ao mesmo tempo! Uma leitura gradual sobre a rotina da favela, as singularidades e histórias de cada família e o desfavelamento. Ao passo que o livro vai sendo contado, é uma junção de tensão com descoberta! Conceição Evaristo sabe surpreender!
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B.C.V 17/05/2023

Becos da Memória
Como era de se esperar, mais um livro da escola é interessante, porém extremamente entediante.

Eu consigo perceber a importância e o significado de um livro como esse ter sido publicado e de contar a história que conta. Eu só não gostei do modo que a autora estruturou o livro.

O modo de contar diversas histórias de diversos personagens ao mesmo tempo, onde todas as narrativas se conectam, não me agradou.

A falta de marcação de capítulos me irritou, não posso negar. A cada mudança de narrativa eu me forçava a escrever uma observação para entender o que estava acontecendo.

A história em si é interessante, me permitiu ter uma noção de como a classe pobre, negra e favelada vive. Como é difícil e a vivência é extrema todos os dias.

Acho que ter lido esse livro foi muito importante para a minha formação como pessoa, é um livro narrado por pontos de vista de pessoas negras, sobre a vida de uma classe a qual eu não pertenço nem tenho contato direto.

Percebi que a Maria-Nova era a narradora logo no início, quando ela foi introduzida como personagem. Não sei exatamente o porquê, mas eu adorei as histórias do Negro Alírio com a Dora, e a história da Ditinha. Senti muita pena do Tio Totó, queria ter entendido como seus filhos (José e Maria) morreram. Achei toda a ideia da Outra muito boa, me cativou e me fez ler com mais vontade. Vó Rita me lembra da minha avó, puro amor, carinho e gentileza.

Enfim, por não conseguir me identificar e a estrutura do livro me irritar, eu não adorei o livro. Porém como falei antes, fico grato de ter que ter lido ele, a escola sabe o que faz quando nos põe para ler esse tipo de livro.
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Barbs 13/05/2023

Primeira vez lendo a autora, achei por acaso o livro na biblioteca da escola que trabalho, que presente! Forte, certeiro e devastador. Muitos personagens com histórias tão envolventes que gostaria que tivesse um livro para cada um deles.
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Anna Paixão 10/05/2023

Eu consigo vê?
Escrito inicialmente na década de 1980 o livro Becos da memória ainda é extremamente atual. Retratando a realidade de vários brasileiros que habitam os morros e favelas desse país.
Uma coletânea de relatos de moradores de uma favela às vésperas de um ?desfavelamento? ou como podemos chamar despejo, desapropriamento.
Um livro que nos permite identificar as figuras representadas. Elas existem, elas estão por aí, sofrendo, lutando, vivendo.
Uma escrita poética, fluida e muita envolvente. Conceição Evaristo entregou outra obra-prima!
Como não se identificar com Maria-Nova? A criança que espera transformar o próprio mundo pelas palavras. Com Vó Rita? Que tanta vida carrega na mãos. Com Bondade? O mistério em forma de pessoa que não cria raizes. Com Negro Alirio? Que possui a pinta de revolucionário. Personagens que eu consigo vê.
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Wilson 10/05/2023

A favela respira
Um livro que eu li sem expectativa nenhuma, mas que me surpreendeu demais.
Cada conto relatado em suas memórias traz muitas lembranças de nossas vidas passadas na infância.
Me vi em muitas memórias descrita pela autora desse livro.
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rapha 04/05/2023

Histórias e memórias
O livro é recheado de memórias e personagens incrivelmente cativantes como Totó, Bondade, Maria Velha, Negro Alírio, Vó Rita, que fizeram parte da infância da autora.
Ao trazer sua infância na favela, Conceição nos apresenta uma escrita sensível e delicada, que nos faz apaixonar pelos mais variados personagens e suas histórias de vida.
Também temos como pano de fundo o meio e receio de todos com o desfavelamento proposto na época, e como isso afetou a vida do coletivo.
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mAriduuu 01/05/2023

[ m a r c a n t e ]
Demorei um pouquinho pra ler, só pra eu poder aproveitar cada pedacinho desse livro impecável.
Foram tantas emoções sentidas, muitas vezes eu queria ficar apreciando cada cena detalhada ou algumas breves histórias de algumas personagens. Senti uma presença muito forte de nostalgia, lembranças de histórias que minha bisavó me conta sobre seu passado, infância e histórias sobre seus pais e avôs, (aliás eu até contei boa parte desse livro pra ela, e foi muito bom ter essa troca).
Enfim, ele acabou se tornando um dos meus livros favoritos?
E assim como 'Torto Arado', a leitura foi tão boa que parecia que eu estava vendo uma novela ou um filme, cada particularidade de tudo que acontecia, foi muito marcante.
(Vou emprestar ele pra minha bisa também ?)
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