Lady Macbeth do distrito de Mtzensk

Lady Macbeth do distrito de Mtzensk Nikolai Leskov




Resenhas - Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk


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Cleuzita 29/02/2020

Da gosto de ler!
Conheci esse livro porque saí de uma aula completamente curiosa por ler alguma obra de Leskov. Naquele dia a professora intermediou uma conversa sobre o texto "O Narrador" de Walter Benjamin, que são considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. Agora, que li esse pequeno livro, em número de páginas, mas enorme em sensações, reconheço o quão grandiosa é sua narrativa certeira, sem rodeios, que em poucas palavras conta tanto sobre o ambiente, as personagens e a trama, que nem se vê o tempo passar. Sem falar na conexão com a obra de Shakespeare, que traz os conflitos psicológicos e morais que dão corpo ao enredo. Sugiro que ao lê -lo preste bastante atenção parte na narração, o narrador aqui tem um papel especial. Se puderem, também leiam o texto do Benjamin, tem em pdf na internet o livro completo(Walter Benjamin, obras escolhidas, Magia e Técnica, Arte e Política). Recomendo muito a leitura ?
Geórgea 29/02/2020minha estante
Você cursa Letras, Cleuzita?


Cleuzita 29/02/2020minha estante
Não, Geo, eu fiz história há mais de 16 anos, atualmente estou no sexto período de jornalismo. Tá difícil, mas tô levando.


Geórgea 29/02/2020minha estante
Boa sorte para você, vai conseguir sim! Desejo sucesso! :)


Cleuzita 29/02/2020minha estante
Obrigada ??




Diego Rodrigues 20/06/2021

Shakespeare à russa
Nascido em 1831, no povoado de Gorókhovo, província de Oriol, Nikolai Leskov é reconhecido como um dos grandes nomes da literatura russa do século XIX, ao lado de mestres como Dostoiévski, Tolstói, Turguêniev, Gógol e Tchekhov. Exímio contista e novelista, destacou-se por incorporar a alma popular russa em sua obra, elemento esse que se deve principalmente a dois episódios da vida do autor: 1) Ainda na infância, Leskov mudou-se com sua família para o campo, onde entrou em contato com um modo totalmente diferente de vida e com uma linguagem popular que não se encontrava na cidade. 2) Antes de se dedicar a escrita, desempenhou as mais diferentes funções, mas foi sua atuação no comércio que propiciou a oportunidade de viajar por diversas regiões da Rússia e conhecer uma miríade de classes e personalidades diferentes. Ambas as experiências ecoariam em suas obras e personagens quando mais tarde, em 1862, Leskov daria início a sua carreira literária. E foi justamente uma dessas memórias da vida no campo que inspirou "Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk".

Publicada pela primeira vez em 1865, como "Lady Macbeth do Nosso Distrito" e sob o pseudônimo de M. Stiebnitski, na revista Epokha (dirigida por Dostoiévski), essa novela nos coloca em meio a uma tragédia shakespeariana à russa. Catierina Lvovna é casada com um rico comerciante e passa os seus dias sozinha, envolta em tédio e melancolia, "como um canário na gaiola". É então que entra em cena Serguiêi, um dos servos da propriedade. Nele, Catierina encontra consolo, divertimento, paixão, amor e também a sua perdição. Mas essa é bem que uma simples história de triângulo amoroso. Disposta a fazer de tudo para elevar Serguiêi ao posto de comerciante, Catierina não medirá esforços e irá recorrer aos mais perversos meios para alcançar seu objetivo. Como a história se passa em uma sociedade extremamente patriarcal, na qual a mulher é vista como submissa, as primeiras travessuras de Catierina ganham um tom de rebeldia e chegam até a divertir. Porém, com o passar das páginas, nós vamos conhecendo o lado mais obscuro de Catierina e as coisas começam a sair dos trilhos. A novela vai se tornando cada vez mais pesada.

Essa foi a minha primeira experiência com Leskov e o autor conseguiu, em poucas páginas, deixar uma forte impressão em mim. Acompanhar o psicológico de Catierina, sua derrocada página a página, foi o que eu mais gostei nessa leitura (apesar de ser assustador). A forma como o autor retrata o popular russo, com sua linguagem errática, seus costumes e trejeitos, foi outra coisa que me chamou bastante atenção e que me fez lembrar Dostoiévski. Quanto a ideia de trazer uma tragédia de Shakespeare para a sociedade russa do século XIX, foi executada com maestria. O autor conseguiu traduzir muito bem todo o drama da peça junto as nuances da sociedade de seu país e de seu tempo. Mais um mestre russo e uma grande obra lidos.

site: https://discolivro.blogspot.com/
Nimrod Serrano 20/06/2021minha estante
Ótima resenha amigo.?? Vc ainda não leu Shakespeare né? Seria bom ler a peça que o livro se inspira, como complemento... Não sei se vc pegou ela em ebook ano passado, no começo da pandemia.


Diego Rodrigues 20/06/2021minha estante
Obrigado, meu amigo! Ainda não li Macbeth, só vi adaptações, mas irei providenciar logo essa leitura. Já me programei pra fazer o mesmo com Rei Lear, primeiro vou ler o de Shakespeare para depois ler O Rei Lear da Estepe, do Turguêniev. (Não peguei os e-books ano passado ?)


Nimrod Serrano 20/06/2021minha estante
Lê mesmo Diego, as peças são curtas, em coisa de poucos dias vc lê. Vish, destes mole.




GilbertoOrtegaJr 17/02/2016

Lady Macbeth do distrito de Mtzensk – Nikolai Leskov
Assim como há algum tempo atrás era meu caso com a literatura latina, o meu repertório de literatura russa é bem curto, em parte pelos livros enormes que me dão preguiça só de ver e pensar que pode ser um livro chato , e que irei me arrastar por várias páginas, e em parte pelo fato de que as edições de literatura russa são vendidas no Brasil com um preço nada amigável, talvez eles (os editores) estejam querendo que os escritores russos encontrem na morte uma riqueza maior do que a que eles tiveram em vida, e por isso achem justo cobrarem valores absurdos pelos livros deles. É claro que em alguns casos vale a pena se pagar este preço, mas não para mim que nunca fico com livro algum, a não ser os quais ganhei de presente.

Lady Macbeth do distrito de Mtzensk é um dos casos que vale a pena comprar. Esta pequena novela conta a história de Catierina Lvovna, casada com um velho comerciante, ela vive constantemente entediada em sua casa, quando um dia seu marido tem que viajar para providenciar um reparo em uma de suas propriedades, ela acaba ficando somente com seu sogro e seus empregados em sua casa. Dentre os empregados está o jovem Serguiêi, um rapaz sedutor que logo acaba por conquistar o amor de Catierina, e eles se entregam à sua paixão de forma imprudente e seu sogro acaba descobrindo….

A partir deste enredo é que se desenvolve a trama de uma jovem esposa entediada que acaba se tornando uma fria assassina, cujas ambições acabam por fazer com que ela cometa crimes para destruir quem se encontra entre ela e a realização dos seus planos, daí o apelido de Lady Macbteh, que é uma personagem shakespeariana famosa por sua ambição e crueldade. As diferenças residem no fato de Catierina ser uma personagem russa do século dezenove, e que entre lady Macbeth russa e a inglesa é que Catierina não demonstra arrependimento em momento algum.

Uma coisa que eu gostei muito é que mesmo passando por situações de desespero, ou outros momentos de fortes emoções os personagens de Nikolai Leskov não parecem estar a um passo do histerismo como é o caso de alguns personagens do também russo Dostoievski. Outra cosia seria a linguagem seca, sem perder tempo narrando detalhes ou fatores desnecessários.

O livro pode ser lido em apenas uma sentada já que são apenas noventa páginas, ainda mais se quem estiver com ele em mãos ler com tamanho entusiasmo e interesse no desfecho quanto eu tinha enquanto a lia, mas apesar de tudo isso, no meu caso li em duas vezes, em razão do meu tempo curto. Lady Macbeth do distrito de Mtzensk é um daqueles livros que vale a pena ser lido por todos os leitores, para que tomem conhecimento desta pequena novela, mas de grande porte enquanto livro. Seus personagens são muito bem construídos e o autor se mostra um artesão plenamente competente e ciente da sua capacidade enquanto escritor, não é à toa que Nikolai Leskov figura entre os grandes escritores russos.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2016/02/18/lady-macbeth-do-distrito-de-mtzensk-nikolai-leskov/
Felipe 01/03/2016minha estante
Gostei da resenha. Achei interessante você citar o histerismo dos personagens de Dostoiévski. Creio que isso acontece porque na prosa dostoiévskiana os personagens falam o que pensam e vivem o momento durante os diálogos, quem dera fosse assim na vida real aonde vemos muita falsidade e dissimulação nas conversas, talvez fosse trágico, mas ao mesmo tempo seria bastante literário. Sua resenha me convenceu a ler esse livro, literatura russa é o ápice da cultura.


Nanci 19/03/2016minha estante
A frieza das personagens impressiona e o narrador é perfeito. Sua resenha mostra esses traços, com clareza, e é um convite para conhecer essa pequena joia russa.


SERGIO 25/10/2018minha estante
Gostei da sua resenha, não tenho conhecimento de literatura russa, teria alguns títulos para indicar ?




Carol 25/08/2021

Impressões da Carol
Livro: Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk {1865}
Autor: Nikolai Leskov {Rússia, 1831-1895}
Tradução: Paulo Bezerra?
Editora 34
96p.

Com exceção de Tolstói, para quem a escrita de Shakespeare era "repulsiva, cansativa e imoral", vários autores russos beberam da fonte shakesperiana: Puchkin, na peça 'Boris Godunov', Bielínski, Turguêniev, no conto 'Hamlet do distrito de Schigrí" e na novela "O rei Lear da estepe".

O notável das versões russas é que, embora baseiem-se nas obras do bardo, conseguem transmitir o espírito russo, dessa literatura tão particular. É o caso desse "Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk", de Nikolai Leskov.

Se em 'Macbeth', os temas centrais da tragédia são a ambição, a luta pelo trono da Escócia e as consequências da desmesura, na novela de Leskov, os temas são os típicos da realidade da época em que foi composta: o tédio, o amor carnal, o adultério, a vida provinciana e o papel submisso da mulher na sociedade russa do século XIX.

Catierina Lvovna Izmáilova, a Lady Macbeth russa, age antes por razões passionais do que, propriamente, por ambição. Esposa de um comerciante estéril, casada sem amor, mantida isolada de tudo e de todos, Catierina vê em Serguiêi, o capataz de sua propriedade, a chance de ser uma mulher livre e amada.

Porém, em busca dessa felicidade, ela planeja e executa diversos assassinatos, a sangue frio.? Diferente de sua contraparte inglesa, que enlouquece ao ver o sangue derramado, Catierina não sente remorso algum e, até em seu derradeiro ato, ela se vinga.

O mais maravilhoso dessa novela é a construção do texto que faz com que o leitor torça por Catierina, quase até o finzinho do livro. O narrador nos envolve, nos convida a ouvir a história de uma personagem do povo, que é capaz de cometer os atos mais espantosos. Somos seus interlocutores.

Eu que advogo pela representatividade da mulher criminosa, trambiqueira, picareta e bandida na literatura, encontrei em Catierina um ótimo expoente. Indico com gosto a leitura desta novela de Leskov.

Releitura para participar do Clube do Livro Russo deste mês, @leiturasrussas.
She King 25/08/2021minha estante
Poxa não sabia que o senhor Tostoi não gostava do meu querido Shakespeare kkkk amo a escrita dos dois .


Carol 25/08/2021minha estante
Sheile, Tolstói não gostava de quase ninguém, um grande hater. Mas Tolstói pode tudo, até falar mal do bardo kkkk


She King 25/08/2021minha estante
kkkk vd o cara é demais




Nelissa 28/06/2020

Muito bom! Uma novela de Leskov, com um texto que prende de primeira, leitura flui bem e de forma rápida. É uma boa forma de começar a ler literatura russa. A história é muito bem elaborada, impacta em vários momentos e gera questionamentos a todo momento sobre a ambição humana e sua influência nas relações.
Kamila 29/06/2020minha estante
Quero!!!


Nelissa 29/06/2020minha estante
Depois te empresto, tem umas pequenas marcações minhas, mas nada que vai afetar tua leitura


Kamila 29/06/2020minha estante
???




Priscila 08/09/2023

Incrível!
Chocada com essa história!
Que livro bem escrito! Tornou-se uma das melhores leituras deste ano, se não a melhor.
Os fatos ocorridos aqui são de cair o queixo. Vá ler imediatamente! ?
brunaentrelivros 08/09/2023minha estante
É uma leitura difícil?


Priscila 08/09/2023minha estante
Não! É muito fluida, desde o primeiro parágrafo. ?




Carolina.Gomes 06/07/2021

Cruel Catierina
Catierina é uma mulher jovem, de origem humilde que se casa com um comerciante rico, mais velho, apenas porque, sendo pobre, ?não podia ficar escolhendo marido?.

Vivendo entediada, na casa do sogro, conhece o sedutor Serguiêi e para viver essa paixão, se transforma em uma cruel assassina.

Ao contrário, da personagem shakesperiana, Catierina é destituída de remorso e sua frieza é assustadora.

Se o próprio Leskov teve medo dela, imagine o leitor.

Leskov tem uma narrativa fluida e a trama hipnotiza o leitor. A criação da personagem foi inspirada em uma história que o autor escutou na infância.

Com tradução e posfácio de Paulo Bezerra, essa é uma obra imperdível com forte tensão psicológica e final surpreendente.

Leiam!
Bruna 06/07/2021minha estante
Queeeero


Carolina.Gomes 06/07/2021minha estante
Dá p ler rapidinho, Bru!




Adriana 01/03/2021

4,5
Meu primeiro Leskov.
Achei muito bom; ideal para quem quer começar a ler os russos.
re.aforiori 03/03/2021minha estante
É excelente essa coleção da Ed. 34 de literatura russa... Tem as melhores traduções!


Adriana 03/03/2021minha estante
Concordo plenamente




Iris 16/11/2021

Meu primeiro livro russo
Sempre tive problemas com livros antigos, a narrativa nunca me cativava e eu ia lendo só pela curiosidade.

Esse livro foi diferente. Embora eu tenha estranhado a linguagem, foi um estranhamento bom. Que não me fez querer ler menos, como geralmente acontece.

Fiz várias perguntas a esse livro e vou pesquisá-las neste momento. Até pesquisei sobre a história do cristianismo na Rússia kkkk.

Dei 4,5 porque é o primeiro livro assim, clássico e antigo, que me atrai.
Katia Rodrigues 16/11/2021minha estante
Fiquei com vontade de ler esse, depois q li Macbeth, inclusive recomendo, mas acabei esquecendo ???? Parabéns pela resenha!


Iris 16/11/2021minha estante
Obrigada! Quando vc terminar esse quero saber se gostou em!




Bruno.Dellatorre 28/02/2021

De dona de casa entediada a serial killer fria
É uma obra muito interessante, com uma trama ágil, eficiente e bem escrita. Os personagens possuem um arco bem desenvolvido: a protagonista passa de esposa entediada a serial killer fria, enquanto seu amante passa de funcionário ingênuo a canalha interesseiro. Apesar dessa transformação dos personagens, o livro não me trouxe nada de especial, foi apenas uma boa história. Não me marcou.
Dan 28/02/2021minha estante
Esse livro nas mãos do Tchékhov teria saído bem melhor.


Milena 28/02/2021minha estante
Tomei um spoiler na cara na live de hoje! ??




jota 19/09/2017

Matar por amor...
Apesar de não ser tão conhecida assim, a novela de Nikolai Leskov (1831-1895) já mereceu duas versões cinematográficas. A primeira em 1961, pelo cineasta polonês Andrzej Wajda, que não vi, e outra em 2016, pelo inglês William Oldroyd, que é muito boa mesmo. Ainda que o enredo não seja integralmente fiel ao livro, incluindo nisso um final totalmente diferente daquele da obra escrita. E foi a excelência do filme de Oldroyd - que manteve os elementos básicos da narrativa de Leskov, transportados da Rússia para a Inglaterra rural de 1865 - que me fez procurar o livro.

Finalizada a leitura agora, posso dizer que este é um daqueles felizes casos em que a adaptação cinematográfica de uma obra publicada é tão boa quanto o conteúdo que lhe deu origem - eu estava com vontade de escrever que nesse caso a história ficou melhor, uma vez que com as pequenas liberdades que o diretor tomou o espectador parece ficar ainda mais envolvido na trama do que fica o leitor ao tomar conhecimento dos crimes praticadas por Catierina Lvovna e seu amante Serguei (no cinema Katherine e Sebastian), tudo em nome do amor.

A narrativa de Leskov é curta, o filme também (são apenas 99 minutos, incluindo os créditos): ambos são econômicos ao contar a história da assassina e seu amante, do tédio inicial em que vivia a protagonista até o movimentado desfecho. Certas situações do livro (penso, p. e., no episódio envolvendo o pequeno Fédia) foram muito bem resolvidas no filme ou então ficaram mais críveis para quem aprecia uma narrativa que não contenha tantos exageros, como tem essa passada em Mtzensk. Se bem que quando se trata de amor (ou desejo) nem sempre é possível estabelecer certos limites, então os personagens de Leskov fazem coisas que até Deus duvida e por isso também sofrem ao extremo...

Sem o russo Leskov e seu livro não existiria Lady Macbeth, ótimo filme inglês. Assim como, sem Shakespeare, não haveria Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk. Vale a pena conhecê-la na literatura ou no cinema. Ou, pensando melhor, em ambos os meios. Por fim, parece que escrevi mais sobre o filme do que sobre o livro, mas outros leitores já fizeram boas resenhas da novela, então acho que está tudo certo deste modo.

Lido em 17 e 18/09/2017.
Rute 19/09/2017minha estante
Esses romances russos são tão maravilhosos...


jota 19/09/2017minha estante
Concordo!




Carlos 11/10/2018

"No te afanes acumulando riquezas, no te obsesiones con ellas" (Proverbios 23,4).

Cuando en un curso de Lengua y Cultura eslava que seguí hace un tiempo se mencionó a Nikolai Leskov confieso que quedé picado por la curiosidad, ese era un nombre que, hasta ese momento no lo había oído contarse entre los grandes autores rusos como Fiodor Dostoyevski, Lev Tolstoi, Ivan Turgenev, Mikhail Bulgakov, Ivan Goncharov, Nikolai Gogol, Aleksandr Pushkin, Mikhail Lermontov, Leonid Andreiev, Maksim Gorki, y otros. Pero vaya sorpresa la mía cuando investigando a ver que descubría sobre este autor me topé con que Tolstoi declaraba que el mismo "es un escritor del futuro". Admirado por Tolstoi, no tanto por Dostoyevski, en ese momento decidí que tenía que leer a Leskov.

Este es el primer título que leo del mismo y ciertamente no será el último. Quedé fascinado. Confieso que cuando me encontré con este libro, con un título más que curioso, quedé algo desconcertado. ¿Por qué Leskov llamaría a uno de sus personajes con el apelativo de "Lady Macbeth"? Si bien tenía mis sospechas, para lograr degustar la obra en toda su extensión y comprender a cabalidad el título, resolví, como paso previo a la lectura de esta obra, releer el Macbeth del incomparable William Shakespeare. Una vez releído ese maravilloso clásico y habiendo culminado la lectura de esta maravillosa obra de Leskov, estoy en condiciones de extraer todo cuanto encierra el título que designa a esta obra.

Empecemos por el principio. Si existe un sentimiento o quiera dárselo en llamar que domina todas las acciones de Macbeth esa es la ambición, que según la RAE consiste desear algo intensamente, por lo general algo que no se puede tener o que resulta sumamente difícil tener. No estoy tan de acuerdo, como ya lo sostuve en mi reseña de la pieza del bardo, que la ambición sea solo un rasgo característico de Lady Macbeth y que la misma es la que lleva a su esposo a cometer los crímenes que comete, sino más bien, sostengo que estando ya presente la ambición en Macbeth la acción de su esposa contribuyó a potenciar ese sentimiento hasta que, llevado por el mismo, éste cede a la tentación y se deja llevar por el deseo del poder. Algo similar puede decirse de los personajes centrales de esta obra de Leskov.

Tenemos aquí, primeramente, una situación nada inusual en otros tiempos y aún ahora. Un matrimonio formado por un hombre mayor y una mujer mucho menor, un matrimonio en donde no hay amor, un matrimonio en el que el tedio domina las situaciones, tanto que llevado al límite puede forzar el hartazgo. Es cuanto ocurre aquí. Katerina Lvovna (Lady Macbeth) desea amor, sentirse querida, amada, deseada y consentida, ambiciona poseer lo anterior y no lo obtiene de su esposo; antes bien, siente su matrimonio como una jaula que la mantiene presa. Tal como cuando a Macbeth se le presenta la ocasión de llevar a cabo el homicidio del rey Duncan, a Katerina Lvovna se le presenta la ocasión para obtener, al menos temporalmente, aquello que tanto anhela, aunque ello implique faltar a sus votos conyugales cayendo en brazos de otro hombre.

Lo que ambiciona Katerina es el amor que ya ha obtenido y no quiere dejarlo, pero sabe que no podría retenerlo. Así, un pasaje clave para todo lo que sucede luego radica en un diálogo que ésta mantiene con el amante

"- Habla, Seriozha, cuéntame tus penas.
- Pero ¿qué se puede contar? Pues, por ejemplo, primero que tu marido regresará, si Dios quiere, y hale, Serguei Filippych, largo de aquí, vete al patio con los músicos y ponte a mirar desde el cobertizo la vela que arde en el dormitorio de Katerina Lvovna y a ella ahuecando la cama de plumas y echándose a dormir con su legítimo Zinovi Borisych.
- ¡Eso no va a pasar!..."

De este pasaje se desprende el despertar de los planes que luego ponen en ejecución. Considero que aquí el factor desencadenante de los acontecimientos es el amante. El amante es quien actúa aquí como Lady Macbeth en la pieza de Shakespeare azuzando el fuego de la ambición. Si en aquella pieza, Lady Macbeth incita a su esposo a cometer regicidio para acceder a la dignidad real, aquí es el amante quien incita a Katerina (aunque no abiertamente con en aquella pieza) a urdir alguna trama que les permita mantener su unión. Lady Macbeth actúa movida por su propia ambición azuzando la de su esposo; Serguei actúa en base a su propio interés azuzando la ambición de Katerina y aprovechándose del hastío que ésta experimentaba antes de iniciar su adúltera relación.

No considero que sea amor lo existente entre Katerina y Serguei, quizá sí lo sea de parte de ella pero no de parte de él y del devenir del libro apoya mi punto de vista. Tras analizar los elementos presentes en la obra pienso que Serguei vio en Katerina una posibilidad cierta de elevar su sitial en la sociedad ascendiendo de posición social frente a la posición baja que antes ocupara, lo suyo es más bien interés, ello queda claro con el asunto de la propiedad de la herencia. Aquí considero que podrían existir dos explicaciones para el inicio de esa relación que resulta ser determinante para todo cuanto ocurre después: 1) o Serguei vio la posibilidad cierta de obtener una mejora sustancial en sus condiciones de vida o 2) tomó como un desafío la conquista de esa mujer casada, a fin de observar hasta dónde llegaría su virtud (en este caso resulta inexistente). Esto me recordó a un cierto pasaje de Anna Karenina en que uno de los personajes comenta que muchos jóvenes toman como un desafío lleva al adulterio a una mujer casada. Expongo las dos posibilidades puesto que fueron las que se me ocurrieron durante la lectura, empero si debiera escoger me quedaría con la primera. Desde mi punto de vista sin lugar a dudas es el interés el que mueve a Serguei.

Siguiendo con este razonamiento, sería Serguei en esta obra el personaje que pudiera asimilarse a Lady Macbeth y no tanto Katerina. Existe, pues, una crucial diferencia entre Lady Macbeth y Katerina. La primera sucumbe al recargo de consciencia y a la culpa generada por las acciones que incitó, cumpliendo la máxima de Polibio ("No existe testigo más terrible ni acusador más severo que la propia consciencia"), de ahí el suicidio cometido por ésta cuando las alucinaciones generadas por la culpa y el recargo de consciencia ya no le permitieron continuar. Empero, Katerina mantiene su altivez hasta el momento en que se quita la vida, ello se percibe netamente en el desparpajo con el que confiesa los crímenes cometidos y la razón por la cual lo hace.

Dice la contratapa de este libro que esta "Lady Macbeth" no actúa llevada por una desmedida ambición sino por un amor apasionado". Me perdonará el editor pero eso no es amor, sino más bien podría tacharse de obsesión, aunque pudiera pensarse que sus sentimientos son genuinos. Dice además que, "quizá por ello, a pesar de sus crímenes el lector no puede evitar entender su sufrimiento", me perdonará el editor una vez más pero nada justifica tomar vidas como lo hace este personajes, así como no se justifican los crímenes cometidos por Macbeth y esposa. Un homicidio es siempre un homicidio, salvo que existan circunstancias especiales que lo priven del carácter ilegal, y sus sufrimientos únicamente son el resultado de sus decisiones equivocadas. Esto me recuerda en algo a Ron Williamson, cuya historia relata John Grisham en su excelente libro El inocente.

El sufrimiento de Katerina no fue ocasionado por un esposo que no le daba amor, no fue ocasionado por la vida, o por el destino o por cualquier cosa que no se ella misma. Su sufrimiento deriva de las decisiones que tomó y del camino que escogió emprender, uno debe ser lo suficientemente maduro para asumir las consecuencias de las decisiones que tomamos, de las acciones que realizamos e incluso de nuestras omisiones, ya que nuestro devenir depende de ellas. Aquí considero de suma pertinencia traer a colación un excelente poema de Amado Nervo titulado En paz:

Muy cerca de mi ocaso, yo te bendigo, vida,
porque nunca me diste ni esperanza fallida,
ni trabajos injustos, ni pena inmerecida;
porque veo al final de mi rudo camino
que yo fui el arquitecto de mi propio destino;

Antes de finalizar quisiera destacar la excelente calidad de esta edición de Nórdica Libros con traducción de Marta Sánchez-Nieves e ilustraciones de Ignasi Blanch, desde el papel en que está impreso, el armado, la maquetación, las ilustraciones, todo conduce a un disfrute único que magnifica lo bello que esta obra tiene en sí misma.

Cada uno construye su camino, cada uno construye su destino. Quien se pierde lo hace por su propia mano. Katerina no me merece empatía alguna.

La calidad de la obra es altísima, tanto que Leskov se ha ganado mi admiración y mi respeto. Ya volveremos a vernos Nikolai Semionovich. La pulga de acero, espérame.

Lectura absolutamente recomendada. 5 estrellas sin duda alguna.
Lari 11/10/2018minha estante
Sua resenha é sensacional! Tão completa.... tão profunda!
Estou impressionada com sua análise.
Eu li este livro e amei!!


Carlos 15/10/2018minha estante
Muito obrigado.




Felip_ 22/04/2021

Um Soco Fabular
Essa história é simples, rápida e MUITO BABADEIRA. É impressionante como essa história é potente , parece um soco no estômago, uma fábula de terror, até a última linha, literalmente (terminei de boca aberta). Adorei também a intertextualidade com a peça Macbeth, faz muito sentido e floreia mais ainda a história.
Outro ponto que gostei bastante também foi a escrita do Leskov: fabula, simples e direito ao ponto. Só leiam, super imperdível, amei.
João 22/04/2021minha estante
Acabei ele ontem! É a típica história curta, que você termina e fica pensando por dias hahaha




spoiler visualizar
drica 13/01/2018minha estante
CORREÇÃO: *ele a despreza




Iara 19/03/2014

Russos!
Não conhecia esse autor, e apesar da narrativa parecer superficial (especialmente pela leitura da sinopse), a Lady Macbeth de Leskov mostra-se uma mulher forte e lutadora (pena que não seja pelos motivos certos, mas o que é o amor?).
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