A estrada verde

A estrada verde Anne Enright




Resenhas - A Estrada Verde


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Livia M. 16/01/2023

Um drama familiar,
Cada um envolto em seu drama particular.
Separados mesmo juntos!
Um encontro pra se encontrarem uns aos outros e a si próprios.
Um livro para refletir sobre as relações pessoais e interpessoais, familiares ou não.

#voltaaomundoem50livros
11/50
Irlanda
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beatriz 30/12/2021

A primeira parte do livro foi, pra mim, simplesmente chata, cansativa. Na segunda parte fiquei um pouco mais interessada e investida, e perto do final pensei que poderia acabar sendo um livro com uma reflexão interessante.... e aí virou um filme de sessão da tarde.

A escrita da autora não é ruim, mas não diria que é boa também. A história tinha potencial, mas alguns momentos da narrativa foram desnecessários pro desenrolar da história e pro desenvolvimento dos personagens. Compreendo que o livro era pra ser um drama familiar, sobre situações e conflitos corriqueiros etc., mas a minha experiência foi permeada pelo tédio e por um completo desinteresse pelos personagens.
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Nata 01/12/2021

Só uns pensamentos
Peguei o livro pois queria conhecer mais autores irlandeses e não me arrependo nem um pouco.

Enright tem uma narrativa densa, que te faz sentir próximo dos personagens e sentir suas dores. Você se preocupa. Quer saber o que está por vir.

Se gosta de drama familiar, recomendo demais!
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Delirium Nerd 29/01/2018

O padecer da maternidade está longe de ser um paraíso
Qualquer um que tenha crescido em uma família numerosa vai ser capaz de se identificar com os irmãos Madigan e sua controversa mãe Rosaleen na obra A Estrada Verde. A autora irlandesa Anne Enright, vencedora do Prêmio Rooney, Prêmio Man Booker, finalista do Prêmio Irish Times/Aer Lingus Irish Literature, e vencedora do Prêmio The Royal Society of Authors Encore nos leva para a casa dessa conturbada família e também para a nossa. Contando com maestria uma história, dessas que engasgam um pouco na alma, capaz de criar reflexões profundas abusando apenas da simplicidade de palavras.

Quando conhecemos a todos no início de A Estrada Verde através dos olhos de Hanna, temos um vislumbre da infância dos irmãos. Através dos olhos da filha caçula criamos uma percepção otimista e talvez irreal sobre a personalidade e os problemas que já permeiam o convívio da família. Deixando no ar apenas uma pista de como as coisas irão se desenrolar no futuro.

A escrita de Enright é quase visceral, deixando que o texto e os ambientes falem mais sobre seus personagens do que eles mesmos em seus diálogos. Conseguimos conhecer de forma profunda e objetiva a psiquê dos irmãos Madigan e sua mãe Rosaleen e torcer para que no fim das contas todos se resolvam de alguma forma.

Leia a resenha completa no link abaixo:

site: http://deliriumnerd.com/2017/11/29/a-estrada-verde-anne-enright/
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 24/08/2017

Anne Enright - A Estrada Verde
Grupo Companhia das Letras - Selo Alfaguara - 256 Páginas - Tradução de Débora Landsberg - Lançamento no Brasil: 08/06/2017.

O reencontro de uma família irlandesa depois de muitos anos de afastamento é mais uma vez o tema de Anne Enright neste romance, um pano de fundo já utilizado com sucesso pela autora em "O Encontro", premiado com o Booker Prize de 2007. Em "A Estrada Verde", a narrativa em terceira pessoa descreve o efeito devastador da passagem do tempo, aproximadamente quatro décadas, na trajetória dos integrantes da família Madigan que retornam para a antiga casa de família no interior da Irlanda para comemorar o Natal. A matriarca Rosaleen vive sozinha e pretende comunicar aos quatro filhos: Constance, Dan, Emmet e Hanna, a sua decisão de vender a casa. O reencontro faz com que antigas relações de amor e ódio estejam novamente presentes e a reaproximação entre eles uma possibilidade cada vez mais remota. Será que a força dos laços familiares poderá superar as dificuldades e desentendimentos do passado?

É impossível pensar em famílias infelizes e não lembrar de Tolstoi na frase de abertura de Anna Kariênina, "Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira." Podemos dizer que os integrantes da família Madigan, cada um a seu modo, oferecem um destacado exemplo de infelicidade. O romance tem início na década de oitenta, quando Dan Madigan, já cursando o primeiro ano de faculdade, comunica à família, durante o jantar de domingo de Páscoa, a sua decisão de se tornar padre. Esta comunicação provoca grande consternação em sua mãe e fica evidente neste ponto, e em outras passagens do romance, que Dan é uma espécie de "filho predileto" de Rosaleen Madigan. Na verdade, o futuro de Dan será muito diferente do que imaginava, ele passa a viver em Nova York com a namorada Isabelle, mas logo assume a sua opção de homossexualidade em pleno turbilhão dos anos noventa quando a ameaça da aids era um terrível fantasma em todo o mundo, especialmente na comunidade gay.

"Este era o quinto ano de Dan na cidade de Nova York — a intenção era passar somente um. Chegou no verão de 1986 e foi morar com Isabelle, que estava lá desde maio. Um amigo arrumou uns expedientes noturnos num bar na avenida A e passava os dias empilhando e pegando caixas de sapato em um porão da Quinta Avenida. Depois de alguns meses lá embaixo, na escuridão, deixaram que subisse para o andar da loja e Dan fingiu ser bom em vender sapatos a fim de disfarçar o fato de que era mesmo ótimo em vender sapatos. Era um belo rapaz com sotaque fofo e olhar extraordinário. Na época do Natal, já era escolhido para levar Manolos emergenciais a sessões de fotos e caixas à casa dos clientes. Alguns desses clientes tentavam dormir com ele. Todos eram ricos, em sua maioria eram homens." - Dan - Nova York 1991 (Págs. 56 e 57)

Constance Madigan, a filha mais velha, ficou na Irlanda e assumiu uma versão tradicional de "dona de casa feliz" com marido financeiramente bem sucedido no ramo imobiliário e três filhos saudáveis. Ela é a filha que ficou mais próxima a Rosaleen (contraditoriamente, não a mais amada), cuidando dos aspectos práticos da casa à medida que a mãe envelhecia. No entanto, com apenas trinta e sete anos, enfrenta a expectativa de um possível diagnóstico de câncer no seio, o que faz com que ela questione a pretensa estabilidade de sua vida. Por sinal, o capítulo dedicado a Constance é um belo exemplo da prosa forte de Anne Enright que descreve toda a movimentação do hospital em sua rotina de exames, assim como as pacientes na terrível incerteza de um resultado negativo em contraponto com as reflexões da personagem sobre o seu presente e o futuro agora incerto, só este capítulo já vale por todo o romance.

"Não havia como saber quanto tempo cada mulher passaria na sala do outro lado do corredor. Algumas saíam e iam direto para a saída, mas caso uma mulher de jaleco branco surgisse primeiro, seguiam o envelope pardo grande que ela segurava e entravam em uma nova fila num banquinho mais adiante. Essas mulheres usavam camisolas hospitalares abertas nas costas e levavam as blusas e casacos numa cesta de compras que punham no chão, à sua frente. Algumas eram bem novinhas. Constance não era a mais nova ali naquela manhã, de jeito nenhum." - Constance - Condado de Limerick - 1997 (Pág. 70)

Cada capítulo do livro, centrado em um dos filhos, funciona como uma parte autônoma do romance, praticamente contos isolados. Emmet Madigan descobriu a sua vocação para trabalhar em missões humanitárias junto às populações carentes na Ásia e África até chegar em Mali, uma região de pobreza extrema no interior do continente africano quando tem início um relacionamento com a inglesa Alice que, assim como ele, tem uma estranha "atração pelo sofrimento". O convívio constante com locais cercados de violência e miséria, fazem com que Emmet perca o contato com o seu próprio senso de humanidade. Atormentado pelas lembranças cruéis das atrocidades que presenciou, ele tem dificuldade de entender a sensibilidade da namorada e a possibilidade de amar.

"Foi perto da fronteira tailandesa, seu primeiro ano fora. A região era repleta de campos minados e os paramédicos faziam quinze, vinte amputações por dia. Jogavam os restos num monte do lado de fora da barraca hospitalar e, quando tinha um tempinho, uma das enfermeiras atirava nos cães que reviravam o lixo. Formavam equipes para fazer covas, mas havia latrinas a serem escavadas, e os cães não eram fatais como a diarreia. Portanto era difícil acreditar, mas virou realidade, que ao longo de pelo menos uma quinzena a única proteção que tinham contra tal sacrilégio era uma enfermeira campeã de tiro chamada Lisbette, de Auvérnia, que carregava uma pistola quando saía para fumar um cigarro." - Emmet - Ségou, Mali - 2002 (Pág. 123)

Não resta dúvida de que, dos quatro filhos da família Madigan, a caçula Hanna é a mais problemática. Vivendo em Dublin ela tenta compensar a frustração de uma carreira fracassada como atriz com as responsabilidades da maternidade por meio do consumo de muito álcool. Hanna é apresentada aos leitores no primeiro capítulo do romance que é narrado do ponto de vista dela, então uma menina de doze anos e volta a aparecer, com trinta e sete anos, em um dos capítulos finais por meio de um exercício narrativo de grande originalidade da autora, colocando-nos no meio da cozinha com a "bochecha grudada no chão" e uma poça de "sangue à altura dos olhos", um acidente doméstico provocado por uma das bebedeiras da personagem que tenta raciocinar, totalmente alcoolizada, sobre o que ocorreu com ela, preocupada com o bebê que dormia no quarto.

"Aos trinta e sete anos, os sonhos de Hanna eram abundantes - assim como seu hábito de beber, aliás - em aplausos. Ou vaias, com mais frequência. Deixas perdidas, objetos de cena esquecidos, medo de palco. Hanna usava a blusa do pijama com uma crinolina, estava na peça errada e mesmo na peça certa tinha esquecido de decorar as falas. Naquela noite, Hugh com um olhar inexpressivo, afundado no sofá, ela foi tateando a parede da sala de estar. Empurrou a bochecha contra ele e arrastou o rosto sem saber quem interpretava dessa vez. Alguma louca. Ofélia arruinada." - Dublin (Pág. 172)

A matriarca Rosaleen Madigan ressente-se por ter sido abandonada pelos filhos, solitária escreve cartões de Natal para cada um deles e relembra passagens de sua própria vida no Condado de Clare, localidade no interior da Irlanda. O reencontro familiar de Natal é uma chance de todos resolverem de alguma forma seus problemas e frustrações atuais e do passado. Um livro original do ponto de vista narrativo e com grande riqueza de detalhes, sobre crescimento, aprendizado e o amor na sua forma mais verdadeira. Muito recomendado.
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Ladyce 17/07/2017

Uma reunião de Natal com os quatro filhos adultos é o panorama em que se situa o clímax do livro A Estrada Verde de Anne Enright. É aí, nesses poucos dias entre a véspera de Natal e o dia de Santo Estevão [Boxing Day, em alguns países] que vemos a interação entre os quatro irmãos já adultos e sua mãe Rosaleen Madigan. As diferenças entre os quatro membros da prole foram apresentadas paulatinamente, em algum detalhe, em capítulos a eles dedicados que quase funcionam como contos independentes. A descendência dessa matriarca irlandesa é esmiuçada em diferentes estágios da vida e a complexidade de seus problemas de relacionamento e sobrevivência realisticamente retratada.

Dessa forma, quando chegamos à Segunda Parte do livro, hora em que todos voltam a se encontrar como adultos, com suas disfunções únicas, amargores, alegrias e objetivos frustrados, encontram-se entre si e face a face com a grande manipuladora mas muito solitária matriarca, o desabrochar de emoções guardadas há tempos, de percepções re-confirmadas é inevitável.

A estrada verde foi minha apresentação a Anne Enright que ocupava um lugar na lista de futuras leituras, desde que ganhara o prêmio Man Booker em 2007. Muito bem escrito com trama complexa, o livro custou a me encantar, talvez por sua organização: uma visão de cada um dos personagens, filhos de Rosaleen, sem conexão um com o outro, como se fossem contos independentes que focaram nas suas vidas em diferentes e específicos momentos. Só mais tarde se percebe que são acontecimentos pivôs para o entendimento de suas personalidades. Daniel, Constance, Emmet e Hanna, irmãos, inevitavelmente nos levam a ponderar sobre as diferenças entre filhos de mesmos pais. Raramente nos debruçamos sobre essas diferenças a não ser que ela causem ciúmes ou inveja, fortes emoções, exploradas abundantemente na literatura e no teatro. Mas esse texto nos faz voltar à questão mesmo quando cada qual segue seu próprio caminho, independente do outro.

Como na maioria das sagas familiares irlandesas a mãe, Rosaleen, é a personagem principal. Dada a gestos e atitudes teatrais, manipuladora, frequentemente insensível, em algumas ocasiões indelicada, seu eixo, seu equilíbrio emocional está no lugar em que vive, como se encantada pela natureza à sua volta. Solidão é sua companheira. E o envelhecimento não a ajuda. Não se sente querida, amada ou necessitada. Inútil recorre de um ato inesperado para chamar a atenção de seus filhos.

Dizem que sem uma família disfuncional a literatura irlandesa contemporânea não existiria. Não parece ser o caso aqui, ou talvez eu já esteja considerando toda e qualquer família disfuncional. Anne Enright talvez seja a escritora que li recentemente que melhor retrata a realidade moderna, suas preocupações. Desejos. Problemas. É uma realista no tratamento do comportamento gay, nas razões para a dedicação às ONGS contra a fome ou os males do mundo, também apresenta com bastante ponderação o retrato do excesso da bebida ou o medo das doenças sem cura como aids ou câncer. Apesar de qualificado como melancólico achei o texto bem equilibrado, com uma narrativa bastante neutra e de quando em quando com algum humor. Não é um texto jovem. Acredito ser um texto maduro, melhor entendido e explorado por aqueles que já viveram muitas vidas. Foi uma boa leitura. Ficará comigo por algum tempo, repercutindo.
GilbertoOrtegaJr 17/07/2017minha estante
Que bom que vc gostou, é sinal de que eu quase com certeza vou gostar, tenho 3 livros dela aqui para ler


Ladyce 17/07/2017minha estante
Nem todo mundo do grupo gostou. Mas tenho parâmetros de maior aceitação para algumas coisas.


GilbertoOrtegaJr 17/07/2017minha estante
Espero que eu também me dê bem com a autora




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