A aranha negra

A aranha negra Jeremias Gotthelf




Resenhas -


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pslover_ 16/05/2024

Uma história sobre pacto faustino, contadas por um vovozinho simpático e com uma conclusão que mostra uma lição de moral implícita mt bem construída.
Recomendo n só pela curiosa e intrigante leitura, mas tbm pq tem um posfácio de apoio riquíssimo em detalhes, o que contextualiza mt a respeito das lendas e em que momentos históricos estavam inseridas. Então, se você não tem fobia de aranhas, pode ir sem medo.
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Vinder 05/09/2022

Ótima novela de um escritor suíço. Livro rápido que prende atenção do leitor do início ao fim, contando a história da peste negra, num vilarejo suíço, com um ?verniz? místico-religioso. Vale a pena.
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Adriana Scarpin 30/03/2022

Continuando na minha saga de livros pandêmicos, o da semana é o A Aranha Negra de Jeremias Gotthelf, livro este que é uma alegoria da peste negra na Idade Média, mesmo tendo sido escrito no século XIX.
Como era de esperar num livro escrito por um pastor há muitas referências bíblicas e de quebra muita misoginia, como toda boa religião patriarcal é perita em fazer. A narrativa é um grande exemplo de unheimliche freudiano, mas a misoginia presente nele quase deixa o livro intragável, tem que ser muito zen para atravessar essa grande narrativa e não deixá-la se conspurcar pelo ódio às mulheres que o autor evidentemente tem.
É um livro que indico pela narrativa que beira um livro de horror e que é muito boa, mas que deve ser lido com o devido espírito crítico e sem passar a mão na cabeça do autor.
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rafa_._cardoso 08/04/2021

Pacto fáustico suíço
Não conhecia o autor e foi uma grata surpresa da editora 34 publicar esse livro.

É uma novela escrita em 1842 e inspirada em lendas medievais, na Bíblia e nos surtos de peste negra.

À história se passa na região do Emmental e a narra, no início, uma festa de batizado e o relato da terrível história da aranha negra, que no passado aterrorizou e dizimou a população da região após a quebra de um pacto com "o de verde"

É a história do pacto fáustico e seu desenrolar, com cenas mais fortes, cunho religioso altíssimo e que vale a leitura para quem se interessa pelo tema.
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Gustavo.Romero 01/12/2020

Pregação... ou arte?
A leitura é muito fluida e cativante, típica de um bom contador de histórias. Com uma característica fantástica e até irônica, a primeira impressão da obra sugere certa defesa da ascese religiosa protestante. Porém, graças ao magnífico posfácio e notas do tradutor, tomamos contato com toda uma miríade de pequeníssimo detalhes através dos quais Gotthelf transforma uma curta história moralizante num tratado de estética literária, primeiro transladando o regional ao universal (façanha para poucos, particularmente seu conterrâneo Robert Walser) e remetendo aos textos da Antiguidade, tanto bíblicos quanto greco-romanos, sem nunca perder de vista o balanço passado-presente e profano-sagrado. Portanto, ao ler não imponha (como em vários momentos me senti propenso) um rótulo pré-conservador ao texto; que a qualidade literária guie suas reflexões para o reconhecimento do Mal intrínseco ao humano como primeiro passo para a depuração do convívio coletivo.
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Andros.Farias 25/11/2020

É basicamente um aracnofobia na era medieval
CASA GRANDE, COMIDA, BEBIDA, BATISMO E TUDO O QUE HÁ DE BOM. EXCETO A HORA QUE RESOLVERAM PERGUNTAR PRA UM VELHO PORQUE A CASA TINHA UMA JANELA FEITA DE UMA MADEIRA COM ASPECTOTÃO SINISTRO E DESTOANTE DO RESTO DA CONSTRUÇÃO . O VELHO DEIXOU TODO MUNDO SE CAGANDO NAS CALÇAS AHAHAHAAHSGS
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Diego Rodrigues 28/07/2020

Não faça pacto com o diabo, mas caso faça, não o quebre
Imagine que a Peste Negra, a pandemia que varreu da face da Terra aproximadamente um terço da população mundial durante o século XIV, tenha sido causada não pela bactéria Yersinia pestis e sim em decorrência de um pacto com o diabo. Mesclando fatos históricos, passagens bíblicas e elementos do folclore suíço e alemão, o pastor protestante Albert Bitzius, sob o pseudônimo de Jeremias Gotthelf, constrói aqui uma poderosa narrativa em formato de novela, usando com maestria a técnica do emolduramento narrativo (uma história dentro de uma história). O resultado é uma aclamada obra que conquistou célebres admiradores, entre eles Thomas Mann, que dizia admirá-la "como praticamente nenhuma outra peça da literatura mundial".
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A narrativa tem início no século XIX, no vale de Emmental, onde vamos acompanhar os preparativos de uma tradicional família suíça para o batizado de seu mais novo membro. Aqui também vamos ser apresentados a algumas das crenças e costumes da região, o que nos permite conhecer um pouco mais da cultura popular local. Muitos familiares vêm de longe para conhecer a nova casa da família e acompanhar o batizado do recém-nascido. Em um dos intervalos entre uma refeição e outra, a família se reúne em torno da casa para jogar conversa fora, é quando um pedaço de madeira enegrecido chama a atenção dos presentes, e o avô, patriarca da família, decide contar uma história.
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Nessa primeira narrativa do avô, somos levados ao século XIII. A região do vale estava então sob o domínio da Ordem dos Cavaleiros Teutônicos (que foi fundada com a missão de acolher e cuidar dos cruzados feridos e doentes mas acabou, com o tempo, perdendo seu caráter religioso e sendo corrompida pelas intensas batalhas em terras pagãs) e era "governada" pelo déspota Hans von Stoffeln. Oprimidos pelo tirano comendador, os habitantes do vale levavam uma vida dura e repleta de miséria, e a esperança por dias melhores ia aos poucos se extinguindo. Foi quando o diabo apareceu e os propôs um pacto. E o povo desesperado, que acreditava já estar no fundo do poço, viu que era possível a situação piorar, e da forma mais grotesca. Essa narrativa corresponde ao primeiro surto de Peste Negra que atingiu a Suíça e ocupa a maior parte do livro. A segunda história narrada pelo avô se passa 200 anos depois, no século XV, e corresponde ao segundo e mais devastador surto da peste naquela região.
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A novela de Gotthelf possui muitas facetas e é repleta de simbolismo. O contexto histórico da Peste Negra é muito bem amarrado a ficção, costurando fatos e personagens reais com passagens bíblicas e crenças populares, adicionando elementos de horror e fantasia em alguns pontos. Além de rica em detalhes sobre a vida camponesa e o folclore local, a narrativa de Gotthelf ganha um sabor a mais nos momentos de tensão, quando o autor muda o tempo em que os eventos são narrados, dando a impressão de que estamos ali presenciando a ação. Danse Macabre, comportamento coletivo equivocado, o anticristo, o autoendeusamento... São muitos os elementos que podem ser encontrados na obra, mas o que mais me chamou a atenção foi o conceito de dualismo: a coexistência do bem e do mal, do sagrado e do profano, de Deus e do diabo (no caso, a aranha). A ideia de que seja necessário a presença do maligno para que os homens permaneçam tementes a Deus é um convite a reflexão.
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"A Aranha Negra" foi, e ainda é, objeto de muitos estudos nos campos da literatura e da filosofia. Essa edição da Editora 34 conta com um belo posfácio de Marcus Vinicius Mazzari, no qual o tradutor apresenta material de seus estudos bem como referências de outros estudiosos que analisaram a obra. A tradução também é primorosa. Além da forma peculiar de narrar, Gotthelf usa e abusa do complexo dialeto suíço-alemão, o que com certeza exigiu muito do tradutor. Mas todos os termos, até mesmo aqueles que não têm uma tradução direta, são devidamente explicados e contextualizados, assim como os acontecimentos históricos e as passagens bíblicas, nas inúmeras notas de rodapé que o livro apresenta. Todo esse cuidado enriquece ainda mais a experiência de ler essa grande obra que é "A Aranha Negra".

site: https://discolivro.blogspot.com/
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Patrick 23/07/2020

Gotthelf, um gênio da língua alemã, um marco na literatura suiça
A leitura da obra "A aranha negra" foi instigada assim que li algumas informações sobre ela. A narrativa se desenvolve em um recanto rural da atual Suíça, provavelmente em meados do século XVIII para o XIX. Durante as festividades de um batizado, o anfitrião relata acontecimentos estranhos ocorridos naquela região ocupada por camponeses, séculos atrás, ainda em um período medieval. Os fatos narrados desenterram a terrível história de um pacto com o mal e de uma horrenda criatura: "A aranha negra". Em uma linguagem que fundi crenças populares a crenças religiosas, o autor trás de maneira fantástica, a não nova reflexão sobre o embate entre o Bem e o Mal.
Durães 23/07/2020minha estante
Vai pra minha lista. Valeu pela recomendação!


Patrick 23/07/2020minha estante
Boa leitura! Bom poder colaborar com aqueles que adoram ler!




AleixoItalo 16/06/2020

Um livro gostoso de ler, rápido, e que lembra as tradicionais lendas medievais.
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O livro narra a história de uma aldeia, que para realizar uma tarefa impossível se faz valer de um pacto com o diabo, maldição que vem em forma de uma aranha que assola a região.
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A história se enquadra na longa tradição literária dos Pactos Fausticos (lenda alemã, imortalizada por Goethe e que reflete até hoje na cultura pop e literatura mundial), onde se é feito um trato com o diabo em troca de favores. O contexto histórico se dá principalmente pela Peste, que assolou a região do Emmental (Suíça) e é representada pela Aranha. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A narrativa evoca a vida rural da região regada por superstições, em uma típica lenda medieval. Influenciado pelo movimento alemão Biedermeier, de características tipicamente conservadoras, a história é baseada nos valores morais onde as alegorias cristãs e passagens da bíblia dão o tom mágico da obra. Se trata de um livro de fantasia sem a influência da cultura pop.
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Apesar dos muito "comuns" que a obra traz, ela se destaca nas belíssimas descrições do autor que te colocam num cenário idílico ameaçado por uma presença apocalíptica, habitado por personagens coloridos e dotados de alma... pelo menos aqueles que não a perderam!
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Will Ernande 04/06/2020

O livro, que é a principal obra do suíço Jeremias Gotthelf, e que tem como cenário a região do Emmental, conta a história de um patriarca que, durante um batizado infantil, resolve narrar a desventura dos seus antepassados da baixa Idade Média, que fizeram um pacto com o diabo, e que na tentativa de enganar o Enganador, sofreram as consequências do seu ato nas garras de uma criatura vinda das trevas.

Com uma narrativa deliciosamente fáustica, que mistura folclore medieval, mitologias morais bíblicas, e referências a peste negra, num ambiente tanto bucólico, quanto mágico, A Aranha Negra fará com que o leitor não desgrude os olhos dessas páginas até que esse imbróglio se resolva. Não à toa essa era uma das novelas mais admiradas por grandes nomes da literatura, como Thomas Mann e Walter Benjamin.

Contudo, eu acho importante avisar que o livro tem sim temas que poderão ser problematizados, especialmente porque o autor, como bom protestante que era, construiu a sua obra sob os alicerces óbvios do cristianismo. Bem e mal, recompensa e punição, e, claro, as figuras do pecador, que é, seguindo a tradição patriarcal judaica-cristã, feminina e estrangeira, e dos mártires, personagens piedosas que, diante de um povo que abandonou a Deus, surgem como um messias que sacrifica a própria vida para salvar a todos. No entanto, não custa lembrar que, como trata-se um livro escrito em 1842,, é preciso não fazer uma análise anacrônica do texto. Além disso, a edição da editora 34 também conta com notas e textos de apoio, para uma melhor compreensão das referências e contextos.

Da minha parte, eu posso dizer que adorei essa leitura, e recomendo muito á todos que desfrutem dessa preciosidade do século XIX.
Ps: Caso queira adquirir essa obra, eu peço que acessem o site da editora 34.
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Artur G. 02/04/2018

Autor pouco lembrado
Novela curta de escrita acessível, com uma narração muito interessante. O tema do pacto fáustico que mexe com uma vila medieval inteira e com séculos posteriores mostra o poder da passagem do tempo nas decisões humanas. Tradução respeitosa; posfácio de imenso valor para a obra.
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