Um sopro de vida

Um sopro de vida Clarice Lispector




Resenhas - Um Sopro de Vida


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Idayane.Ferreira 03/06/2024

?Em cada palavra pulsa um coração?
?Um sopro de vida? foi o último livro da Clarice. Resultado de 3 anos de escrita: começou a ser elaborado em 1974 e só foi publicado em 1978 (com organização de Olga Borelli), depois da morte escritora.

Foi desenvolvido em simultâneo com o livro ?A hora da estrela?e também possui um ?autor declarado? em contrapartida a um personagem, mas com diferenças significativas: em ?A hora da estrela?, a Macabéa é uma personagem passiva ao enredo do narrador Rodrigo S.M. Ao passo que a Ângela Pralini se subscreve ao Autor em ?Um sopro de vida?.

Em um trecho, no início do livro, temos:
?Eu queria iniciar uma experiência e não apenas ser vítima de uma experiência não autorizada de mim, apenas acontecida. Daí minha invenção de um personagem. Também quero quebrar, além do enigma do personagem, o enigma das coisas.?

É uma obra que traz muitas reflexões sobre os limites entre autor e personagem, vida e morte e também sobre o próprio ato de escrever para Clarice: ?Em cada palavra pulsa um coração. Escrever é tal procura de íntima veracidade de vida.?

O posfácio é Carlos Mendes de Sousa, que organizou um livro com pinturas da Clarice Lispector. Ele traz elementos referenciais da obra e vida da autora em ?Um sopro de vida?: o cachorro da Ângela chamado Ulisses (mesmo nome do cachorro da Clarice), a descrição de objetos da sala da Ângela (existentes na sala real da Clarice)?

?E quando menos se espera, também neste livro, onde a explicitação referencial parece ser maior, pequenas joias menos óbvias fazem brilhar os sentidos da apresentação do rosto. Como num fragmento onde reconhecemos um belíssimo autorretrato de Clarice ela mesma. Como se de uma pintura por palavras se tratasse. É numa das anotações do ?Livro de Ângela?, quando a personagem fala da ?Mulher-coisa??.
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Luiza3392 03/06/2024

Simplesmente Clarice
Essa obra fala sobre tudo. Com certeza não é para ser digerido rapidamente. Também recomendo ter contato com a autora antes de ler esse.

Clarice Lispector, uma das maiores escritoras do modernismo brasileiro, se não do mundo.

?Às vezes, só para me sentir vivendo, penso na morte. A morte me justifica.?
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lolo 02/06/2024

Transcendente
Este foi meu primeiro contato com a escritora, tão importante, Clarice Lispector. Muitas pessoas me disseram que não seria muito bom ter o meu primeiro contato com ela lendo esse livro, mas decidi ignorar e agora vejo o porquê me disseram isso. Mesmo assim não me arrependo de nada.
Apesar de achar que minha alma ainda não transcendeu o suficiente para que eu entendesse completamente esse livro, eu amei cada parte dele. Demorei um tempo para terminá-lo porque a leitura com certeza não é das mais fáceis mas mesmo assim gostei bastante. Este livro cativa desde a primeira página e faz questionamentos extremamente importantes e filosóficos sobre a morte e a vida. ?Nada é óbvio na sua obra? Clarice conseguiu transformar sua dor em um livro extraordinário que conseguimos captar sua essência. Sendo o último livro que a autora escreveu antes de vir a falecer com câncer, em minhas interpretações ela escreveu-o justamente para não se sentir só. Para mim, o ?Autor?, seria justamente a Clarice, e ?Angelâ?, uma pessoa criada por ela para não se sentir solitária nesse momento doloroso que ela estava vivendo. Sem dúvida nenhuma um dos livros mais profundos que já li e com certeza relerei em algum outro momento da minha vida, para que eu possa ter mais entendimento sobre a obra.
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Oignaccio 30/05/2024

Simplesmente Clarice
Antes de tudo, venho aqui dizer que esse livro não é uma obra introdutória pra vc que quer começar a ler Clarice, mas é sim uma obra fantástica.

Esse livro fala, em algum nível, sobre tudo, ele é um livro pra ser revisitado, pois fala sobre a alma. Mas ele diz muito sobre a própria maneira que a Clarice escrevia, fala sobre o divino, sobre as coisas, sobre morte e sobre vida.

Essa obra nos mostra um pouco da relação de Clarice com muitas coisas, mas tenha um princípio em mente, Clarice está nas entrelinhas, nós só conseguimos ver um pouco de Clarice de cada vez, então tenha paciência e leia de mente aberta, releia o parágrafo quantas vezes for necessário, pq vale a pena.

Esse livro foi publicado postumamente, e é bizarro o tanto que a Clarice fala de morte nesse livro, parece que ela pressentia de alguma maneira que a morte dela estava próxima.

Enfim, Clarice é patrimônio imaterial Brasileiro, pode ser loucura, mas uma das melhores escritoras que já pisou na terra.
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José 28/05/2024

Entrou para meus favoritos
Um dos melhores da Clarice, um livro que se assemelha a "A Hora da Estrela" em muitos aspectos, mas tem duas particularidades em especial.
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luisa619 27/05/2024

Não é ruim, só nao é meu tipo de leitura.
Não é ruim, só nao é meu tipo de leitura, então não foi prazeroso.








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Art Breather 26/05/2024

Bom demais, a forma com que clarice desenvolve as palavras, é como uma dança sobre as nuvens. Esse livro específico é um pouco mais melancólico que os outros. Então, tome cuidado em qual momento da sua vida o lerá.
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Tim 24/05/2024

Tão confusos, tão reais
Disseram-me que não deveria ter começado por este, mas só percebi quando já havia começado, o que é tão típico de mim. No entanto, pensando bem, esse não foi meu primeiro encontro. Por ironia do destino, ?A Hora da Estrela?, a última obra finalizada por Clarice, foi minha primeira incursão. Agora, com "Um Sopro de Vida", última obra publicada ou escrita, é minha segunda experiência.

Eu amei, a cada frase, em cada letra, eu fabulei, contemplei, enriqueci, confundi, prolixiei, exaustei, vivi. Por meio de ?Autor? e ?Angela? , tão tristes, tão felizes, tão alegres, tão confusos, tão reais. Clarice Lispector, uma escritora que escreveu para si mesma e, por acaso, conquistou outros. Ou assim acredito.
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Cebola5 23/05/2024

?Um Sopro de Vida? de Clarice Lispector é um dos livros mais enigmáticos e profundos da escritora, que transmite uma sensação estranha semi-igual. Revela uma complexidade que mescla a realidade e a ficção de maneira incomparável. Clarice leva o leitor para uma jornada única pelo íntimo do ser humano, desvendando o mistério da existência e da busca pelo sentido da vida.
Apresenta uma estrutura fragmentada e não-linear, característica marcante da obra de Clarice Lispector. A narrativa é composta por diálogos entre um autor e sua criação, Angela Pralini. Os diálogos que se parecem bastante com monólogos interiores, permitem que o leitor entre na cabeça do autor, refletindo sobre suas angústias e dúvidas sobre a vida e a arte.
O livro questiona o sentido da vida e o processo de autoconhecimento. Ângela é uma extensão das inquietações do autor, funcionando como uma alter-ego que expressa sentimentos e pensamentos profundos sobre a própria existência. Outro ponto interessantíssimo sobre a obra é o fato da escritora explorar a relação imensa entre o criador e criação, mostrando como ambos têm influência, um influência o outro os dois estão conectados de alguma forma, o autor cria Ângela, mergulhando em um processo de auto análise e reflexão, tornando o ato de escrever terapêutico e relaxante.
O estilo de Clarice nesse livro é marcado por uma linguagem poética, carregada de simbolismos e muitas metáforas, consequentemente exige uma leitura atenta e reflexiva, muitas vezes necessitando de uma releitura para facilitar uma compreensão mais profunda e enigmática, uma leitura desafiadora, mas que traz várias recompensas para quem lê.
Clarice Lispector, com sua escrita única, oferece ao leitor uma experiência literária profunda e transformadora, que permanece relevante e impactante décadas após sua publicação.

?Acho que devemos fazer uma coisa proibida ? senão sufocamos. Mas sem sentimento de culpa é sim como aviso que somos livres?.
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888.hunterr 21/05/2024

Escrevendo só pra lembrar:
vou dividir o livro em 4 partes (seus capítulos)

1° achei que n ia gostar, pq me remetia muito a hora da estrela (otimo livro, mas não gosto que as coisas se repitam).

2° acho que nunca li algo tão delicioso, dava vontade de viver ali, extrema sensação de pre-explosão (especialidade da clarice)

3° nd a falar

4° nao fica ruim, mas esperava mais, expectativa minha. acho que o punch do 2° ato foi tão grande, que esperava algo igual/maior. nao significa que foi ruim, só não me fez apaixonar. e comparado com os outros livros dela (água viva e hora da estrela) n teve um desfecho tão bunitinho.
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Elouizez 20/05/2024

Senti como se estivesse encontrando uma parte de mim nele, toda essa organização de ideias escrita e não escritas foi uma afirmação sobre a minha existência, digo existência no que eu estive passando, nessa solidão de distinção de ser, de morrer, de mulher. Acredito que foi quase como um desafabo da Clarice, assim como todos os livros delas, em tudo que eu levo comigo, só o que eu sinto ser necessário acredito que o sentimento da Clarice seja único no mundo
mas valeu tanto a pena ler.
entre narrador e o personagem quase como uma metalinguística entres eles é a própria escritora.
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Carla.Parreira 17/05/2024

Um Sopro de Vida (Clarice Lispector). Melhores trechos: "...O que chamamos de tempo é o movimento de evolução das coisas, mas o tempo em si não existe. Ou existe imutável e nele nos transladamos. O tempo passa depressa demais e a vida é tão curta. Então — para que eu não seja engolido pela voracidade das horas e pelas novidades que fazem o tempo passar depressa — eu cultivo um certo tédio. Degusto assim cada detestável minuto. E cultivo também o vazio silêncio da eternidade da espécie. Quero viver muitos minutos num só minuto. Quero me multiplicar para poder abranger até áreas desérticas que dão a idéia de imobilidade eterna. Na eternidade não existe o tempo. Noite e dia são contrários porque são o tempo e o tempo não se divide. De agora em diante o tempo vai ser sempre atual. Hoje é hoje... Inspiração não é loucura. É Deus. Meu problema é o medo de ficar louco. Tenho que me controlar... Por que Deus pede tanto que seja amado por nós? resposta possível: porque assim nós amamos a nós mesmos e em nos amando, nós nos perdoamos. E como precisamos de perdão. Porque a própria vida já vem mesclada ao erro... Eu queria iniciar uma experiência e não apenas ser vítima de uma experiência não autorizada por mim, apenas acontecida. Daí minha invenção de um personagem. Também quero quebrar, além do enigma do personagem, o enigma das coisas... O que é a vida real? Os fatos? Não, a vida real só é atingida pelo que há de sonho na vida real. Sonhar não é ilusão. A vida real é um sonho, só que de olhos abertos (que vêem tudo destorcido). A vida real entra em nós em câmara lenta, inclusive o raciocínio o mais rigoroso — é sonho. A consciência só me serve para eu saber que vivo às apalpadelas e na ilogicidade (apenas aparente) do sonho. O sonho dos acordados é matéria real... Uma palavra é a mentira de outra... A vida — a partir do momento em que se nasce — é guiada, idealizada pelo sonho... Quando eu olho eu esqueço que eu sou eu, esqueço que tenho um rosto que vibra e transformo-me todo num só forte olhar... O que sonho de noite e que me esqueço na manhã seguinte — esse desconforto íntimo de quem ignora parte de sua vida: a morte me escapa. Às vezes eu não durmo a noite inteira com a esperança de sonhar desperto e estar consciente do mistério e funduras do sonho. E realmente, mesmo sem dormir, por cansaço, começo a sonhar acordado. Eu sou um abismo de mim mesmo. Mas sempre serei enviesado..."
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julhiasz 16/05/2024

Escrever é viver
Já havia falado aqui como a escrita da Clarice é única, é tão funda que chega a ser perturbadora, de através da escrita ela conseguir chegar no seu íntimo.
Esse livro não é diferente, é um fluxo de escrita por parecer um diálogo, esperamos uma narrativa mais construída e que passe uma história, mas é um diálogo solitário, talvez uma válvula de escape.
Ler esse livro me trouxe várias pausas, escrever sobre ele me fez querer dar pausas, respirar e voltar para a realidade (ou a realidade do livro).
Clarice tem razão de como a escrita é potente e como ela controla tudo, os fluxos de ideias através da escrita é totalmente característico de Lispector, que te arranca da zona de conforto e bota na frente de devaneios pesados e necessários.
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Ciesan 14/05/2024

Sinto que esse é um dos livros da minha vida. Li pouca coisa da Clarice, acho que tudo vai ter um significado ainda maior relendo esse livro depois de ler toda sua obra. É o que farei.
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Ylgoulart 13/05/2024

?Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida.?

Um sopro de vida foi o primeiro livro que li da Clarisse Lispector e logo de cara me apaixonei.

Fiquei impressionada com a maneira como ela aborda temas tão profundos, que ressoam ou ressoavam tão intensamente comigo. Muito do que ela escreveu reflete exatamente o que penso e sinto.

A forma como ela mergulha nas complexidades das pessoas, explorando a solidão, a identidade e a busca pelo sentido da vida, me tocou de uma maneira única.

foi mais do que uma simples imersão na obra de Clarice Lispector; foi como encontrar um eco dos meus próprios pensamentos e emoções nas páginas escritas por ela.
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