spoiler visualizarCarlos588 29/03/2023
Uma jornada argumentativa, lógica e emocionante em busca das provas a favor da ressusreição
O formado em direito e jornalista, atual pastor após sua conversão do ateísmo, Lee Strobel escreve sua pesquisa de quase dois anos sobre a ressureição de Jesus.
Incentivado pelo testemunho positivo da esposa após a conversão para o cristianismo, Strobel procurou verificar se há, de fato, alguma prova à favor do cristianismo ou se é apenas uma religião de lendas, uma farsa.
Compreendendo que todo cerne do cristianismo e sua mensagem central está na afirmativa de que Jesus, que afirmou ser o salvador de todos os homens, ressuscitou ao terceiro dia e um dia voltará para buscar aqueles que O seguirem, Strobel buscou verificar três pontos principais:
1 - A confiabilidade dos evangelhos:
Entrevistando alguns dos mais renomados especialistas do país, Lee chegou à conclusão de que historicamente falando, a mensagem do evangelho de que Cristo teria ressuscitado surgiu tão precocemente que não poderia ter sido uma lenda inventada. De igual modo, usando o texto base de 1 Coríntios 15, que fora escrito por volta de 51 d.C em que Paulo apresenta as doutrinas que recebera da igreja primitiva na viagem para a Galácia pouco tempo após sua conversão, os especialistas destacaram que a doutrina cristã da ressureição surgiu tão cedo que lendas posteriores não poderiam tê-la corrompida. Por fim, fora constatado que havia, realmente, intenção por parte dos evangelistas em relatar a biografia de Jesus. Objeções como a ausência da fase infantil e adolescente de Jesus são facilmente respondidas com o estilo biográfico da época que buscava retratar um período específico da vida de quem estava sendo retratado para que os leitores pudessem aprender a mensagem passada naqueles anos. De igual modo, historiadores como Josefo e Tácito confirmaram a crescente religião do cristianismo como também fatos históricos relacionados à Cesar e Pilatos. Ademais, se os relatos geográficos de Lucas - secundários em sua escrita - estavam corretos, quanto mais cuidado ele não teria empregado para as partes principais que eram o ensino de Jesus? Como também fora preservado de modo oral por entre os primeiros cristãos estes ensinamentos, dos quais foram criados os credos da igreja primitiva (1 coríntios 15) e hinos (Filipenses 2 e Colossenses 1).
2 - A identidade de Jesus:
Visitando psicólogos e especialistas no que tange à identidade e psique humana, Lee Strobel - entendendo que há veracidade no evangelho - busca respostas para a objeção de que Jesus nunca teria se apresentado como o Filho de Deus e nem procurara tal título para si, sendo apenas um sábio do qual as pessoas erroneamente o transformaram em um messias. Afirmações como essa foram rapidamente descartadas uma vez que afirmações e atribuições de Deus foram outorgadas para si por Jesus, de modo que Ele cria verdadeiramente que era o Filho de Deus enviado para salvar toda a humanidade. Como exemplo, podemos afirmar as vezes que Ele disse ter perdoado os pecados de alguns, realizando assim um ato que só Deus poderia fazer, como também atribuir para si a profecia de Isaías no Antigo Testamento. No fim, Jesus realmente cria ser Deus e seus milagres apenas comprovavam isso. No que diz respeito à atributos como onisciência, onipotência e onipresença de Deus, entende-se que, conforme diz o texto de Filipenses, Cristo se esvaziou dos seus usos, não perdendo os poderes, mas não usando-os de modo a permanecer Deus e homem ao mesmo tempo.
3 - A ressureição como um fato histórico:
Lee vai em busca de respostas para a teoria do desmaio, o roubo do corpo de Jesus e similares. A teoria do desmaio mostrou-se impossível de ocorrer de acordo com especialistas na área. A execução romana era demasiada cruel e aquele que fosse pregado na cruz morria por asfixia ao não conseguir respirar devido à dor e a contração dos músculos atravessados na cruz - sendo os dos pulsos e dos pés. O fato de Jesus ter caído demonstra a alta perda de sangue devido o chicoteamento romano, do qual havia bolas de metal e osso presos na ponta, além de ter sofrido de hematidrose ao suar sangue no jardim antes da crucificação. O fato de escorrer água e sangue, mostra o acúmulo de líquido no lado esquerdo de Jesus como sinal de sua morte, coisa ocorrida após a perda constante de sangue. Ademais, ainda que Jesus tivesse sobrevivido ao martírio romano, Ele não teria forças para sair do túmulo. E mesmo que saísse, seu corpo não estaria em condições de ser adorado como glorificado e como Deus. Pelo contrário, Ele rapidamente seria pego novamente. O fato de nenhum judeu conseguir encontrar o corpo de Jesus, nem os soldados romanos e inventarem que os discípulos haviam roubado seu corpo - quando o relato histórico confirma seu estado de tristeza e desespero ao verem seu mestre crucificado - confirma que o corpo desapareceu do túmulo. A objeção de que os discípulos o esconderam em algum lugar e proclamaram mentiras afirmando que Jesus ressuscitara se mostra ineficiente quando encontramos o amor, a mudança de vida, a conversão de Tiago e Paulo que não criam em Jesus - Paulo, inclusive, perseguia os cristãos - os seguidores judeus e gentios estarem dispostos a morrer pelo que viram e ouviram, apenas testifica a ressureição uma vez que ninguém sofre tanto e morre por uma mentira.
Ainda que Strobel deixe claro, ao término do livro, que acredita firmemente que Jesus ressuscitou, embasado nas provas acima citadas e outras encontradas no livro, além de ter tido sua vida transformada por um encontro pessoal com Jesus, Lee deixa a resposta em aberto para que o leitor tire a conclusão com sua própria faculdade mental, seu próprio raciocínio e torcendo para que o leitor investigue as provas sem preconceitos e preceitos pré-estabelecidos, analisando-as sem qualquer predileção em favor ou contra o cristianismo.
Parcial é a palavra que define a pergunta de Strobel e sua jornada.
O livro encerra com uma entrevista com o autor anos após escrever este clássico da apologética e alguns outros, juntamente do testemunho do mesmo acerca do seu encontro pessoal com Cristo.