Gabi 16/03/2017Sabe, a leitura pra mim é um hobby. Eu leio pra passar o tempo, pra me divertir com mundos e personagens novos e fantásticos. Mas não foi por isso que eu peguei esse livro.
Eu comecei a ler The Hate U Give pra me educar.
Sim, porque sendo branca, meus pais não precisaram me ensinar o que fazer se fosse abordada pela polícia. É mais ou menos assim que a história da Starr começa, e esse livro foi muito, mas muito mais bonito e triste do que eu imaginava. Mas foi por isso que eu amei.
Eu achei que a história é muito bem escrita, de uma forma sensível e real, o que me fez sentir junto com a Starr tudo o que ela estava passando. Gostei muito de ver a família dela envolvida, inclusive os adultos. O relacionamento dela e dos irmãos com os pais é muito realista, e é bom ver livros que não retratam os adultos como aliens que só querem atormentar os adolescentes.
Também gostei muito de ver como a Starr se relaciona com seus amigos em Garden Heights e em Williamson, e como ela acaba se dando conta de que não precisa ser duas pessoas diferentes para pessoas diferentes. Foi muito bom ver o amadurecimento da Starr com relação aos amigos dessa forma.
Mas meu relacionamento favorito foi, de longe o da Starr com o namorado, Chris. Eu AMEI ver um namoro real, e amei o fato do Chris não ser um babaca. Ele é um menino divertido, que realmente gosta da Starr, que realmente se importa com ela, independente dela ser a "Starr da Williamson" ou a "Starr de Garden Heights". Eu também gostei muito que a autora focou no relacionamento entre eles como pessoas, não a parte física, se é que vocês me entendem. A história é sobre os dois aprendendo a lidar com o fato do Chris ser branco e a Starr ser negra juntos, e enfrentar isso juntos. Isso, pra mim, foi incrível.
Esse livro também é uma aula sobre racismo, preconceito, e porque o movimento Black Lives Matter é tão importante. Tem uma parte em que o pai da Starr conversa com ela sobre isso, e pra mim foi muito interessante. Porque, como eu disse, eu sou branca. Eu nunca vou saber em primeira mão como é, e como os negros se sentem, mas isso não significa que eu vou fechar os olhos e ignorar o problema. Esse é um livro importante de ser lido, e que talvez seja capaz de abrir os olhos da sociedade.