O Navio Negreiro

O Navio Negreiro Castro Alves




Resenhas - O Navio Negreiro


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Mr. Jonas 07/02/2018

O Navio Negreiro
Castro Alves foi um praticante, entre muitos outros, da poesia libertária que se associaria para sempre ao seu nome. Alguns de seus contemporâneos gozaram de mais fama que ele, naquele momento. Mas a permanência de sua poesia ? em comparação com outros, que foram esquecidos ? comprova não apenas a qualidade de seus versos, mas também a força de seu apelo político.
Seu nome é o mais lembrado quando se trata de exemplificar a poesia condoreira no Brasil. A imagem que inspirou a denominação da tendência é bastante adequada: o condor é uma ave exuberante na elegância de seu voo e na altura que alcança, que lhe confere liberdade e a sensação de superação dos limites estabelecidos. O último aspecto conduz a um desejo de extravasamento, enquanto a busca da liberdade leva à produção de uma arte participativa, de temática social explícita. Além disso, a referida exuberância é traduzida nas imagens exageradas que povoam a poesia dessa tendência.
As principais polêmicas de que participa a poesia de Castro Alves dizem respeito a discussões mantidas na época: a luta pela abolição da escravatura, a difusão das ideias republicanas e as questões referentes à participação brasileira na Guerra do Paraguai. O tom dos debates gerados por esses assuntos é reproduzido nos vocativos, que criam um clima de expansão vocal, aproximando o poema do discurso político de praça pública. A linguagem pomposa usada pelo poeta é a base do arrebatamento que ele costumava provocar nos auditórios que o ouviam, formados, principalmente, por estudantes.
O compromisso do poeta com causas sociais não era estranho ao romantismo. Surgido na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, o movimento romântico logo se identificou com os ideais libertários dos revolucionários franceses de 1789. O espírito de revolta é uma marca de nascença. Em Castro Alves, esse espírito se manifesta tanto na oposição do indivíduo aos costumes sociais que ele combate, quanto na sua capacidade de se colocar como representante de uma voz que busca a transformação.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 27/11/2017

Obra-Prima Da Poesia Brasileira
Castro Alves (1847-1871) foi um poeta de seu tempo. Influenciado pela atmosfera libertária que empolgava os jovens intelectuais durante a segunda metade do século XIX, ele abraçou a causa abolicionista ainda adolescente.

Aos 21 anos, em 1868, escreveu aquela que seria sua obra-prima, o poema " O Navio Negreiro". Nessa época, já vigorava a Lei Euzebio Queiroz, promulgada em 1850, que proibia o comércio de escravos. Infelizmente, ela não era obedecida e continuavam desembarcando inúmeros navios negreiros em nossa costa.

Quanto ao poema, ele está dividido em seis partes e apresenta um eu lírico não identificado que, sobrevoando os céus, louva a beleza em alto-mar, enquanto observa uma embarcação. Ao se aproximar, descobre que é um navio negreiro e dali em diante, os versos mudam de tom.

Horrorizado, o eu-lírico descreve um espetáculo dantesco que espelha fome, miséria, doenças e tortura. Revoltado, suplica a intervenção divina ou da própria natureza para que essa crueldade tenha fim, remetendo a importância dos povos africanos, reduzidos a mais vil condição humana.

Finalmente, Castro Alves cobra do país a responsabilidade pela situação e conclama os heróis da conquista do Novo Mundo para que impeçam que essa tragédia continue.

Infelizmente esses versos sesquicentenários continuam atuais. Basta observar os barcos atolados de refugiados que cortam os mares, carregando miséria, desencanto e um resto de esperança.

Leitura fundamental, merece uma constelação de estrelas.
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Diana Bergamo 20/07/2014

O melhor da literatura romântica brasileira
A obra de Castro Alves "O Navio Negreiro - Tragédia no Mar", é um das melhores obras do romantismo brasileiro, mesmo unindo as três gerações, uma vez que seus versos fazem mais do que mostrar o sentimentalismo exacerbado de um ultrarromântico ou uma pintura rebuscada da nação. Castro Alves usa as palavras para denunciar atos desumanos e faz mais, muito mais... Com as palavras certas esse grande entendedor do seu ofício faz surgir em nossa mente o "pesadelo", ou melhor, o sonho dantesco relatado, posso até mesmo ver a um palmo do meu nariz a luz que reflete o sangue dos desgraçados, outrora homens nus, guerreiros ousados, consigo ouvir o estalar do chicote, consigo sentir a tristeza destas almas, antes livres... É por isso que este poema como um dos meus favoritos, pois mesmo depois de um tempo após a leitura posso sentir um aperto no peito, é isto que este condoreiro (nome designado aos poetas da terceira geração romântica - "o condoreirismo") faz de melhor: fazer surgir do fundo do âmago os mais diversos sentimentos, tais como: revolta, tristeza, raiva, pena, e até mesmo repulsa. O ritmo envolve o leitor, entre o alternar de sextilhas e decassílabos, dando grande sonoridade no poema que é dividido em 6 seções ou partes, além das rimas que deixam cada estrofe ainda mais esplêndida. Esta obra escrita pelo "cantor dos escravos" vai além do valor literário para compor o currículo escolar, ela é um aprendizado de vida. Por mais que a escrita de outro século dificulte, é uma leitura que vale a pena.
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Bruna 23/07/2013

Um belo poema
Mais uma vez fiquei surpresa com a literatura brasileira que se mostrou inteiramente excepcional e emocionante! Não leria esse poema por vontade própria,li para fazer um seminário de português. Penseique seria mais um daqueles textos chatos que nao tem fim,nas estava completamente enganada! Esse poema é ima obra maravilhosa e cativante;ao terminar de ler você consegue enxergar perfeitamente o quadro que se passava na época da escravidão! Você consegui sentir a tristeza e a dor dos escravos! Li duas vezes,futuramente lerei novamente e sugiro que leia também,você vai se emocionar!
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Elaine 29/11/2012

Bom, amo Castro Alves, foi ele quem me apresentou para esse mundo fantástico da literatura... e O Navio Negreiro é um livro fascinante e de cunho social, uma das características marcantes do nosso poeta...
A história dos negros vindos da África e passando por todo o tipo de sofrimento e humilhação que pode haver nos faz refletir sobre essa desigualdade e crueldade a que um ser humano é capaz de chegar.
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Yussif 16/05/2012

Navio Negreiro é um poema de Castro Alves que está entre os mais famosos da literatura brasileira. Apesar de ter cunho triste e muitas vezes buscar o horrível, o poema conta com realismo e desespero a vinda dos africanos ao Brasil.
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Estêvão 21/10/2010

A voz da liberdade
Na primeira cena do filme Amistad, Spilberg nos oferece uma brilhante metáfora que representa o quão doloroso significou para os negros se libertarem dos grilhões da escravidão. A cena mostra, com muito realismo, um dos escravos arranca um prego que estava preso a seu pé e ligando-o às algemas.


Mas não é sobre Spilberg ou sobre Amistad que quero falar, é sobre outro artista, dessa vez brasileiro, que também construiu uma obra sobre a escravidão. Falo de Castro Alves, poeta baiano que, pelo trabalho, ficou conhecido com “o poeta dos escravos”. O livro que me refiro chama-se Os escravos. Nesta obra, Castro Alves trabalha a questão da escravidão, se colocando como um porta- voz contra a prática do tráfico e da comercialização dos negros. O poema que sintetiza essa postura combativa de Castro Alves chama-se Navio Negreiro, verdadeiro marco da poesia brasileira, marcada por um lirismo muito forte e por uma voz política ativa.


Dividido em seis partes, nesse poema é trabalhada a temática do tráfico, do sofrimento dos escravos, das péssimas condições de locomoção e, por fim, é feita uma crítica contundente ao Brasil.


As três primeiras partes do poema é totalmente narrativa. Na parte um é descrito todo o cenário marítimo por onde o navio negreiro passa: o mar, o céu, a sensação de prazer que a beleza dos dois propicia aos marinheiros, os sons do mar e outras peculiaridades da vida marinha.


Na sequência são cantados os grandes marinheiros, os navegantes de outras épocas. Essas duas primeiras partes apresentam uma visão mais bela do que era um navio negreiro. A linguagem do poema se aproxima do zoom cinematográfico. É como se o eu lírico observasse as partes do navio pouco a pouco, observando de imediato o belo para depois conhecer o que se passa nele, para isso ele sobrevoa o cenário com as asas do albatroz, uma ave que habita o oceano.


Na terceira parte do poema, de apenas uma estrofe, é registrado o impacto do eu lírico com as condições em que estavam submetidos. Nessa passagem a sensação de zoom é nítida quando ele solicita ao albatroz que desça até onde o olhar humano não vai. Ou seja, o poeta vasculha as partes mais recônditas do navio e sente o impacto descrito.


A narrativa é retomada, dessa vez descrevendo com uma língua crua, os porões do navio, as pessoas que o habitam e o quadro “de amarguras” que é encontrado. É a partir da quarta parte que emerge das linhas do poema o tom crítico e de protesto de Castro Alves. Percebe-se que o autor busca contrapor duas realidades: a dos marinheiros que se davam o luxo de desfrutar a beleza do mar, e a dos escravos que sofriam.


E é por meio de uma evocação aos céus que toda essa absurda violência e maus tratos são questionados pelo autor. Mais uma vez cenas fortes são descritas, como a da mistura da água com o sangue derramado. Nessa quinta parte é, também, comparada o modo de vida rudimentar e até certo ponto sofrido que viviam os negros capturados, com o ambiente a que foram conduzidos.


Porém, é na sexta parte que a voz política de Castro Alves surge, criticando o país por se submeter e permitir tal atrocidade. A ironia chega ao extremo quando versos da hino são apontados indiretamente, questionando as promessas feitas àqueles que moram e que chegam ao país. Por fim, assume uma postura radical afirmando que de nada adiantou o conflito pela independência se o país se permite tal postura.


As ideias e os versos do poeta são contundentes, emerge-se uma verdadeira voz à liberdade não só dos escravos, mas de todo o povo brasileiro que, por se permitir a prática da escravidão, continua, ainda, escravos dos mesmos povos que lhes conquistaram.
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Tata 04/04/2010

Como virar pra Castro Alves e dizer "Tá lindo e emocionante, mas podia ser mais longo né?!" hahauhauahu
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