Imaginários - Volume 1

Imaginários - Volume 1 Martha Medeiros...




Resenhas - Imaginários - volume 1


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Davenir - Diário de Anarres 02/03/2022

Um pouco de tudo, insconstante, mas um bom entretenimento!
"Imaginários Volume 1" É uma revista-coletânea da Editora Draco. O primeiro de uma longa série que reúne várias amostras do fantástico, fantasia e ficção científica. Os contos tem pouco a ver um com o outro (e muito menos com a ilustração da capa) mas consegue trazer boas histórias.

Coleira do amor (Gerson Lodi-Ribeiro) - Félix perdeu sua amada Theresa mas não consegue aceitar a perda pois tem um sistema inibidor instalado que o impede de parar de amá-la. O conto tem momentos finais muito tensos, que envolvem violência sexual. Apesar do exagero na descrição das cenas, consegue fazer uma boa discussão sobre o livre-arbítrio, em relação aos sentimentos, e o pós-humano. Já resenhado na publicação sobre Fractais Tropicais.

Eu, a sogra (Giulia Moon) é uma fantasia muito divertida sobre uma bruxo que conhece uma nora muito inconveniente. Lembra muito o mundo de A Feiticeira, pela abordagem divertida e bem elaborada para uma ficção tão curta.

Veio... novamente (Jorge Luiz Calife) escrito pelo veterano da FC brasileira, trás uma ficção científica com cara de filme americano enlatado, contando a história de uma família estadunidense que se depara com um contato extraterrestre no deserto de Mojave. O conto é bem escrito mas o enredo não consegue sair do óbvio.

A encruzilhada (Ana Lúcia Merege) Uma fantasia ao estilo clássico, tendo na existência de magia e de uma ordem de magos soldados o foco, tem um início que promete muito mas encerra muito menos. A linguagem é excelente, mas o encerramento dá a impressão de ser algo maior. O que se provou verdade após uma pesquisa pelos enredos nos seus trabalhos.

Por toda a eternidade (Carlos Orsi) conto curto mas que mistura muito bem a ficção científica, crime e humor. É um dos meus contistas de FCB favoritos e eleva o nível da antologia.

"Twist in my sobriety" (Flávio Medeiros) conto que ambienta a Terra pós-invasão pacífica porém tomada de paranoia. Emula o clima da Guerra Fria, onde os vilões são falsos libertadores que trazem muitas benesses mas escondem planos funestos. Os valores individualistas e conservadores são os trunfos do protagonista. Tudo é feito de maneira bastante original e criativa.

Um toque do real: óleo sobre tela (Roberto de Sousa Causo), Conta a história de um pintor que acorda enxergando o mundo sob o prisma de pinceladas de pinturas do seu estilo. Lembra bastante um enredo de Philip K. Dick pela estranheza mas ela não dura até a conclusão, que traça um caminho longe do estilo de PKD.

Alma (Osíris Reis) mistura fantasia e ficção científica em um conto bastante complexo e reflexivo, principalmente pelo ponto de vista de uma extraterreste que pretende resgatar sua filha.

Contingência, ou Tô pouco ligando (Martha Argel) tem um interessante tom misturando relato com artigo de revista ou crônica, com um argumento ecologista e vários termos ligados a biologia e a geografia. O tom bem humorado faz o conto ser uma leitura agradável.

Tensão Superficial (Davi M. Gonzales) é a aventura de um estudante que junto dos amigos, depara-se com um mistério inexplicável em um prédio velho. O conto é curto mas não consegue engatar até o final fraco.

Planeta Incorruptível (Richard Diegues) narra momentos de uma invasão extraterrestre que tem de lidar com a negação de eventos teológicos católicos como a aparição de santos e a ideia do Deus Único, rejeitados firmemente pela ideologia dos invasores.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2022/02/resenha-224-imaginarios-vol-1-tibor.html
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Leitora Viciada 19/12/2011

Este é o volume 1 da série Imaginários da Editora Draco. O livro é formado por contos de fantasia, ficção científica e terror e foi escrito por autores diferentes. O livro é uma boa opção para quem gosta de gêneros fantásticos e quer uma leitura variada, excelente e com histórias criativas.
Gostei muito da capa do Roko, uma ilustração detalhada que se estende para a capa detrás.

O primeiro conto é de Gerson Lodi-Ribeiro, e possui o título de Coleira do Amor. Uma ficção científica que possui como temas o livre arbítrio, a ética, o amor eteno. O cenário é futurista e chips controlam o organismo e até mesmo as emoções do indivíduo. A história é um pouco violenta e trágica. Gostei muito do cenário, principalmente a breve descrição do Rio de Janeiro.

O segundo é Eu, A Sogra da Giulia Moon. Uma ficção fantástica e urbana, contada de forma agradável, leve, criativa e engraçada. Uma bruxa moderna acaba de conhecer a nora, num momento... inoportuno: durante a rara oportunidade de se preparar um feitiço feito em meio a uma reunião familiar A feitiçaria ganha modernização e humor, de forma inteligente. Adorei o microondas! Genial.

Em Veio... novamente de Jorge Luiz Calife temos uma ótima escrita, descrições bem feitas, porém um tema não muito criativo. Apesar da boa narrativa, cenário exótico e alienígenas em contato com humanos, o autor não ousa e termina de forma previsível.

Em seguida, um dos melhores contos do livro e o que mais me agradou particularmente: A Encruzilhada de Ana Lúcia Merege. Este é uma fantasia, com cenário medieval e mágico. Apesar de ser apenas um conto, o universo é tão convincente e instigante que a todo momento pensei em como seria fabuloso ler um livro nesse mundo do Mestre das Águias. Depois pesquisei e descobri que a autora já o escreveu: O Castelo das Águias.

Depois é a vez de Por Toda A Eternidade de Carlos Orsi. Um conto de ficção científica com um toque do gênero policial e muita ação. O início é morno, porém o desfecho excelente, num conto bem curto.

Em Twist in My Sobriety, Flávio Medeiros os alienígenas esquisitos estão na Terra ajudando o equilíbrio ecológico, desde que possam observar os seres humanos como num reality show. Um romance surge nesse cenário distinto e o autor traz originalidade, nos brindando com uma criação fantástica e um final brilhante.

O próximo conto é Um Toque do Real: Óleo Sobre Tela de Roberto de Sousa Causo. Excepcional, de tirar o folego! Descrições magníficas aonde pinceladas tecem as cenas, de uma forma como nunca vi. Delírio, sonho ou mundo paralelo?

O conto Alma de Osíris Reis é uma ficção científica bastante complexa e original. Talvez seja um conto por demais estendido e com descrições em excesso. Mesmo com tantos detalhes me perdi em alguns, principalmente em cenas com luzes. Não compreendi as três pálpebras. Trechos excelentes e mágicos intercalam com trechos massantes. Minha opinião sobre o conto é bipolar.

Contingência, Ou Tô Pouco Ligando de Martha Argel é excelente. Soa como uma aula ou matéria de revista muito interessante, através de uma viagem em diversas áreas interligadas como ecologia, biologia, economia, geografia, história, sociologia... o texto é dinâmico e satírico, a narrativa inteligente. No entanto, na minha opinião, não deveria estar nessa antologia, e sim em outra com o tema mais propício.

O penúltimo conto é o Tensão Superficial de Davi M. Gonzales. A trama começa relativamente bem, mas termina de forma ruim. O conto é dispensável e superficial. O ambiente e a curiosidade das primeiras linhas traz um ótimo suspense à trama, que para aí.

O último conto fecha o livro com chave de ouro. Richard Diegues compõe com maestria o conto Planeta Incorruptível. A ficção científica é temperada com a Teologia. Os extraterrestres que dominaram a Terra também acreditam num deus único e não aceitam de forma alguma outro deus. Uma crítica a intolerância religiosa! O apocalipse e presságios bíblicos sob uma nova visão e um final fantástico! Incrível.


Contos que mais gostei:
Eu A Sogra, A Encruzilhada, Twist in My Sobriety, Um Toque do Real: Óleo Sobre Tela e Planeta Incorruptível.

Mais resenhas em www.leitoraviciada.com
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Pedro Moreno 23/08/2011

Imaginação de Primeira
Imaginação de Primeira

Imaginários: Contos de Fantasia, Ficção Científica e Terror. Vários Autores. Editora Draco, 128 páginas. R$ 22,90

A literatura de gênero, comumente conhecida por fantástica é muito pouco estudada no Brasil por muitas vezes se misturar junto ao cânone literário que já tem denominação. Noite na Taverna de Álvares de Azevedo é considerado o início do gênero no país, seguido de Machado de Assis pelos conhecidos Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Alienista.
Porém essa forma de literatura tem ganhado muito espaço no exterior e consequentemente no Brasil, hoje há convenções sobre o gênero como a Fantasticon e temos também autores de best-sellers como André Vianco. Além do surgimento de autores amadores, independentes e editoras especializadas no assunto.
Com tamanha gama de produção fantástica, o leitor pode se sentir perdido com o que ler. Para isso existem as antologias com diversos escritores. Você lê todos e escolhe conhecer mais sobre um ou outro que mais se aproxima ao seu gosto. E nada melhor que começar com o Imaginários: Contos de Fantasia, Ficção Científica e Terror.
Nenhum dos autores podem ser considerados amadores. Todos já dispõem de obra publicada seja como participação, seja como autoria única. Como o nome diz são contos diversos no gênero fantástico explorados pelos autores com maestria.
A organização primorosa de Tibor Moricz, Saint-Clair Stockler e Eric Novello, demonstra uma força incrível na escolha dos contos, apresentando uma meritocracia rara em antologias desse formato. Outra fenômeno muito incomum é a imparcialidade, nenhum dos organizadores participa com conto. Pode parecer estranho, mas faz tempo que eu não lia antologia de literatura fantástica sem que o organizador tenha participado ele também com seus escritos.
O único descuido quanto a questão é o fato de ter mais ficção científica do que outros gêneros. O terror, por exemplo, mal é representado entre os autores, assim como a fantasia épica. A capa traz um belo desenho de Roko, porém a ilustração nada tem a ver com o conteúdo do livro, o que pode gerar um pouco de confusão.
Especial atenção aos contos de Martha Argel, Giulia Moon, Gerson Lodi-Ribeiro e Roberto de Souza Causo. Todos esses imprimem boa qualidade típica de autores experientes que sabem sobre o que escrevem e quem são seus leitores.
Imaginários é ótimo para quem não conhece o trabalho desses autores e deseja ler um pouco de sua obra antes de partir para os romances. Obra muito bem feita com contos caprichados para leitores novos e antigos.

http://blog.pedromoreno.com.br/?p=299
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Junior Cazeri 10/07/2011

Gérson Lodi-Ribeiro abre o primeiro volume com A Coleira do Amor, conto onde um viúvo além de ter que lidar com a perda recente da esposa, ainda tem que conviver com as consequência de um chip de “amor eterno”, que até então servia para mantê-lo em um vínculo de felicidade irrestrita com a mulher. No entanto, a morte que os separa, leva à questionamentos sobre o livre arbítrio e atos trágicos. Um ótimo conto, com uma idéia que te captura desde o início, no entanto, a inclusão da gêmea na trama leva a uma certa obviedade do que está por vir. Uma solução mais abstrata e psicológica cairia melhor, em minha opinião.

Giulia Moon apresenta uma bruxa moderna e seu primeiro encontro com uma nora desconhecida em Eu, a Sogra. Em uma narrativa leve e bem humorada, somos levados a conhecer cozinhas místicas, feitiços que só podem ser feitos a cada 3 décadas e segredos familiares. Pode ser apenas impressão minha, mas o clima me lembrou muito o de comédias dos anos oitenta. Descontraído e muito bom.

Veio… novamente é o conto de ficção científica de Jorge Luis Calife, com direito a invasão alienígena, família isolada no deserto, celulares que não funcionam e estradas obstruídas. Não gostei. O conto segue um caminho indefinido entre o suspense e a ficção e acaba não funcionando em nenhum dos gêneros, e as soluções são muito clichês. Considero o conto mais fraco do livro.

Ana Lúcia Merege oferece um mundo de fantasia em A Encruzilhada, que nos leva a caminhar com o Mestre das Águias e sua escolta em busca de uma fonte que dizem ter propriedades místicas. Recepcionada por um fazendeiro truculento, a comitiva ainda conhece um rapaz com estranhos poderes e uma decisão a ser tomada. O conto só tem um defeito: terminar! Poderia se seguir em um romance completo. Excelente.

Por toda a eternidade é outra bela história de amor, no espaço, com crimes e traições. Cortesia de Carlos Orsi, em uma narrativa brevíssima, mas funcional. Ainda há espaço para ciência, tecnologia e uma rápida filosofia. Muito bom para poucas páginas.

Flávio Medeiros oferece uma visão do futuro em Twisty In My Sobriety. O mundo, quase a beira de um caos ecológico, foi salvo por uma raça alienígena, que emprestou sua tecnologia em troca do direito de observação da espécie humana. Tony conhece Leila, se sentem atraídos, mas possuem opiniões muito diferentes sobre os extraterrestres. Uma boa história, mas que se tornou monótona devido às explicações exageradas e do tom didático e piegas em certas passagens que descrevem a intervenção no planeta. Fraco.

Em Um Toque do Real: Óleo Sobre Tela, Roberto de Sousa Causo leva a imaginação dos leitores a novos limites ao explorar um universo onírico e artístico. Um pintor que passa por um momento complicado em sua vida amorosa desperta em um mundo formado por esboços e pinceladas, onde é guiado por Ana, um amor perdido, em busca das respostas que podem mudar a sua vida. Descrições preciosas, emotivo e envolvente. Ótimo.

Osíris Reis nos guia na trajetória de Alma, uma cientista que tem a filha raptada por alienígenas em um conto de ficção científica e fantasia. A história prende a atenção com a mesma frequência que a afasta para longe, sendo inconstante devido a certos experimentalismos do autor. Nada contra, é claro, mas não vejo como uma experiência bem sucedida. Mesmo com releituras, achei o conto confuso, prolongado e maçante.

Contingência, ou tô pouco ligando, não é apenas um conto, podia ser também uma belíssima aula, daquelas de fazer o aluno acreditar que vale a pena ir pra escola. Mérito de Martha Argel, que não deixa sua narrativa cair em lugares comuns, usa ironia, bom humor, conhecimento do assunto e da teoria do caos para mostrar como um ato simples de um biólogo desleixado pode afetar drasticamente não só a ecologia, mas também a economia e até a cultura de uma sociedade. Nota A+.

Tensão Superficial, de Davi M. Gonzales, mostra dois estudantes em uma velha construção que se deparam com um mistério nas ruínas. Outro que não gostei. A trama simples possui alguns truques de linguagem para enganar a imaginação do leitor, mas acaba não convencendo. Os pensamento do protagonista, um estudante colegial, são de um artificialidade irritante. Só um robô teria tais considerações diante de uma situação de pânico e surpresa.

Richard Diegues fecha o volume com o que julgo a melhor história. Em Planeta Incorruptível, uma espécie alienígena que já dominou a terra e deu fim à espécie humana encontra o corpo de uma mulher que, segundo consta, era uma santa. Aí se inicia o confronto filosófico da religião monoteísta terrestre com as crenças dos invasores, que também acreditam em um deus único. A grande sacada é mostrar tudo isso do ponto de vista dos extraterrestres, e ainda deixar a história seguir em revelações biblícas e o apocalipse. Surpreendente e com uma piada no final, uma brincadeira que pode até chocar alguns, mas que encerra muito bem a antologia. Excelente.

Resenhado no http://cafedeontem.wordpress.com/
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Marcelo Augusto 31/01/2011

Quando se trata de antologia de gênero, não é raro que seu conteúdo seja desequilibrado: às vezes, textos bons ficam soterrados numa avalanche de contos ruins ou, na melhor das hipóteses, medianos. E a culpa, neste caso, é do organizador que não fez direito o trabalho de seleção.

Este não é o caso dos dois volumes da coleção "Imaginários", da Editora Draco. Lançados simultaneamente no final de 2009, trazem vinte contos de fantasia, ficção científica e horror – reunidos por Eric Novello, Saint-Clair Stockler e Tibor Moricz – de alta qualidade, com a presença de autores veteranos e novatos do Brasil e de Portugal.

Gerson Lodi-Ribeiro abre muito bem o primeiro volume com a ficção científica "Coleira de Amor". Numa sociedade em que emoções são manipuladas por biochips, um recém-viúvo tenta lidar com a dor da perda. Conto muito bem elaborado, com uma reviravolta de consequências trágicas.

Com "Eu, A Sogra", Giulia Moon mostra a divertida história de uma bruxa moderna que, durante uma importante reunião de família, conhece a esposa do filho querido. Os pontos fortes deste excelente conto são a personagem principal e a ambientação.

Jorge Luis Calife colabora com "Veio… Novamente", uma trama envolvendo o contato entre alienígenas e uma família americana no meio do deserto. É um conto com bom desenvolvimento – apesar do início morno -, mas com um final que deixa a desejar.

"A Encruzilhada", de Ana Lúcia Merege, é o conto representante da fantasia medieval na antologia. Um mago procura por uma fonte mágica de água e acaba por encontrar um jovem que poderá ser seu aprendiz. A trama bem conduzida e os personagens são os atrativos deste conto.

Já Carlos Orsi mostra, com "Por Toda a Eternidade", que “menos é mais”: nesta mistura de ficção científica e história policial de apenas três páginas, encontramos amor, traição, crime, raças alienígenas e uma reviravolta bem elaborada que leva a um final inesperado.

"Twist my sobriety", de Flávio Medeiros, é outro conto excelente. Alienígenas de aparência vegetal resolvem ajudar a Terra; neste cenário, um homem contrário à interferência das criaturas descobre um novo amor. O personagem principal, a ambientação e a conclusão são os destaques desta história.

Com "Toque do Real: Óleo sobre Tela", Roberto de Souza Causo conta a história de um artista plástico que vê a realidade ao seu redor se transformar. O destaque neste ótimo conto fica pela descrição do mundo do personagem sendo alterado aos poucos.

"Alma", de Osíris Reis, é um conto de ficção científica com cenário e personagem principal interessantes, mas que peca pelas descrições longas e cansativas, tornando a leitura arrastada em certos pontos.

"Em Contigência, ou Tô pouco ligando", de Martha Argel, o personagem principal discorre, num tom bem-humorado, sobre a interferência do homem na natureza e o impacto provocado na realidade. É um ótimo conto com fundo ecológico e que vale uma releitura atenta.

Davi M. Gonzales cria uma atmosfera de suspense em "Tensão Superficial", sabendo provocar curiosidade pela trama, na qual dois rapazes exploram um prédio antigo; infelizmente, o final fraco não corresponde ao suspense criado desde o início.

Richard Diegues fecha com chave de ouro o volume com "Planeta Incorruptível", outra história sobre o contato da Terra com extraterrestres, mas que desta vez envolve religião na trama; uma boa mistura de ficção científica e horror.

(resenha originalmente publicada no blog Galvanizado em 27/07/2010)
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Luiz Eduardo 03/12/2010

Imaginários Volume 1: uma coleção de contos fantásticos para todos os tipos de nerds!
 
Segue o link da minha resenha: http://wp.me/pvLVM-bs0
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MarceloBighetti 19/08/2010

Quando meu exemplar de Imaginários Volume 1 chegou, devo confessar que fiquei um pouco decepcionado com o tamanho do livro. À primeira vista era apenas um livreto, mas quando a leitura começou lembrei da frase que diz que nos pequenos frascos estão os melhores perfumes.

Coleira do Amor (Gerson Lodi-Ribeiro)
Muito boa narrativa com a visão de um futuro interessante, principalmente com os avanços na área da biogenética e nanorobótica. A relação com as emoções humanas é tratada de forma um tanto quanto artificiais.

Eu, a sogra (Giulia Moon)
Conto muito agradável de se ler, principalmente pela prosa descontraída da autora. Com humor na dose certa a figura da Sogra Bruxa é retratada de forma literal, insinuando muitos aspectos da nossa realidade. O melhor é a modernização dos antigos feitiços.

Veio... novamente (Jorge Luiz Calife)
Mesmo com uma boa narrativa este conto não apresenta nenhum tema novo, mas muito pelo contrário, algo extremamente batido. Também não apresenta nenhuma reviravolta que possa surpreender o leitor.

A Encruzilhada (Ana Lúcia Merege)
O conto traz uma mitologia interessante e bem apresentada, pecando apenas em ter um desfecho previsivel. O ponto positivo é que faz com que o leitor queira uma continuação.

Por toda a Eternidade (Carlos Orsi)
A primeira metade do conto não prende muito a atenção, mas o final surpreende com a utilização de princípios de física teórica. Muito bom.

Twist in my sobriety (Flávio Medeiros)
O texto é bem produzido, criando uma realidade interessante com a presença de alienígenas originais. A trama é bem elaborada mas no início o andamento da história é quebrada por uma longa explicação sobre a situação do planeta, que poderia ter sido diluída no decorrer dos acontecimentos.

Um toque do real: óleo sobre tela (Roberto de Sousa Causo)
Uma ótima caracterização dos sonhos e traumas convertidos para o elemento de uma tela artística. O jogo de palavras e expressões unindo a arte de um pintor e as nuances de sentimentos é feito com maestria. O termo “arranha-céu” foi usado indevidamente, visto não existir nenhum arranha-céu na avenida paulista, mas sim prédios altos.

Alma (Osíris Reis)
A trama podemos dizer que até é interessante mas a descrição de toda a situação e dos seres alienígenas fez com que o andamento da narrativa se perdesse. Ainda estou pensando no que vem a ser as três pálpebras.

Contingência, ou Tô pouco ligando (Martha Argel)
Conto muito bom com narrativa simples e direta. Mesmo em alguns momentos utilizando termos técnicos (que não atrapalhou em nada), a autora demonstrou domínio em toda a estrutura do texto e, deixando de lado qualquer política ideologicamente correta, finaliza de forma excelente.

Tensão Superficial (Davi M. Gonzales)
Interessante é a palavra que melhor descreve o conto. A pequena trama prende bem a atenção e o final podemos dizer que é bom

Planeta Incorruptível (Richard Diegues)
Na minha modesta opinião, e longe de almejar qualquer esfera de crítica literária, este é o melhor conto da coletânea. A narrativa e o enrredo são completamente “viciantes”, nos prendendo até a última linha. Todos os detalhes são explicados de forma simples, mas não perdendo a profundidade. Toda informação para o entendimento foi colocada na medida certa e também deixando espaço para interpretação pessoal de alguns elementos.
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@lecobastos 27/04/2010

Imaginários - Qualidade na literatura especulativa.
O livro Imaginários Vol.1 organizado por Eric Novello, Saint-Clair Stockler e Tibor Moricz tem o mesmo objetivo da série Paradigmas (citada em outras duas resenhas) , ou seja, trazer ao público contos de Terror, Fantasia e Ficção-científica produzidos por escritores brasileiros.
A capa é linda apesar de não se relacionar com nenhum dos 11 contos presentes no tomo, um ponto negativo.
Os dois melhores contos (para mim :D) foram os das autoras, já conhecidas, Giulia Moon e Martha Argel.
Vamos aos pontos dos contos:


Coleira do amor - Gerson Lodi-Ribeiro

O conto é de ficção-científica. Navega em um futuro onde as pessoas poderão manter um relacionamento emocional com participação da tecnologia. O personagem principal narra os sofrimentos e de lidar com a morte de sua amada Thereza e a paixão pela irmã gêmea da falecida, a sedutora Eduarda.


Eu, a sogra - Giulia Moon

Fantasia urbana. Maura é uma feiticeira que está preparando um encantamento que só pode ser realizado a cada 30 anos. A família está a sua espera em um dos cômodos da casa e a visita inesperada de seu filho com sua nova nora a deixam atordoada. A autora teve um cuidado especial em manter o clima de expectativa até o fim, que é fechado muito bem.


Veio...novamente - Jorge Luiz Calife

Ficção-científica. A história narra os acontecimentos no deserto de Mojave , do momento em que uma nave alienígena cai até sua partida. O problema é que a trama teve uma qualidade descendente do meio do conto em diante, o que estragou tudo.


A Encruzilhada - Ana Lúcia Merege

Fantasia. A Fonte Âmbar é o objeto da busca de Mael, o Mestre das Águias. Ele trabalha para a Escola de Guerra e está tentando melhorar de forma mágica os cavalos dos soldados. A fonte está nas terras de uma família do qual Kieran, um jovem especial é o primogênito. Ótima narrativa.


Por toda a eternidade - Carlos Orsi

Ficção-científica. Um conto curto de intrigas com uma nave, a Ícaro, como centro dos problemas.


TWIST IN MY SOBRIETY - Flávio Medeiros

Ficção-científica. O mundo está em um novo estado depois que uma raça alienígena, os iphrym, trocam a ajuda necessária para restaurar a Terra se puderam estudarem a humanidade. O conto tem uma lado que foca na privacidade dos humanos e a aparente falta de ação dos iphrym quanto aos acidentes comuns. Ótima escolha de cenários e personagens.


Um toque real: Óleo sobre tela - Roberto de Souza Causo

É um drama fantástico. Quem viu o filme baseado na obra de Richard Matheson, Amor Além da Vida vai ver semelhanças com esta história. As descrições são bem profundas e os leitores mais atentos aos detalhes conseguirão com facilidade imaginar-se dentro de um quadro.


Alma - Osíris Reis

Alma é uma cientista que estuda sonhos e tem a filha sequestrada por uma raça extra-terrestre. Achei o conto longo demais, um pouco mais compacto seria mais agradável...


Contingência, ou Tô pouco ligando - Martha Argel

A autora fez uma brincadeira com o a Teoria do Caos - quem nunca ouviu falar, please, gloogle it! - e mostra como o simples fato de pisar em uma aranha muda todo o cenário global com facilidade.


Tensão Superficial - Davi M. Gonzales

A história não é de todo crível. Partindo de uma edificação da Idade Média em restauração que não tinha sido fechada para o público... com uma sala misteriosa onde um equipamento deixa cair de um tubo estranhos glóbulos líquidos. É o conto mais fraco da coletânea.


Planeta Incorruptível - Richard Diegues

Em um futuro não muito distante nós seremos aniquilados pelo Apocalipse, depois de nós os invasores alienígenas vão ter dúvidas sobre Deus e as forças misteriosas que rondam a Terra . Conseguiu lidar bem com o tema religião/aliens e manteve o ritmo do começo ao fim. O melhor conto do autor que já li.
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Antonio Luiz 14/03/2010

Uma boa antologia, mais madura e inteligente do que a capa sugere
Imaginários 1 reúne onze contos, todos de autores brasileiros, mas com propostas especulativas das mais variadas. Dois ou três brilhantes, um ou dois relativamente fracos e os restantes de bom nível profissional.

"Coleira do amor", de Gerson Lodi-Ribeiro é ficção científica das mais modernas. Não é redundância, pois não são poucos os autores se prendem a antigas ideias sobre o futuro, que perderam relevância para as preocupações e especulações do presente. O tema é o uso voluntário da manipulação bioquímica dos sentimentos – no caso, a exacerbação do amor, cujos problemas surgem quando morre um dos parceiros – em um cenário futurista surpreendente, mas cientificamente plausível, muito verossímil e que dialoga com questões relevantes para o futuro da sociedade e da ética.

"Eu, a sogra", de Giulia Moon é fantasia da mais divertida. Uma bruxa é apresentada à nora em um momento pouco conveniente, criando uma situação de ofuscar os melhores episódios de seriados como "A Feiticeira".

"Veio... novamente", de Jorge Luiz Calife, um veterano que escreve ficção científica desde os anos 80, tem um sabor algo saudosista. Uma família estadunidense algo idealizada tem um Contato Imediato quase spielbergiano no deserto de Mojave.

"A encruzilhada", de Ana Lúcia Merege, segue os caminhos clássicos da fantasia medieval, embora sem elfos ou anões. Sutil e com uma linguagem muito bem trabalhada, só lhe falta um fechamento satisfatório como conto, pois termina abrindo e anunciando possibilidades ainda mais interessantes, como se fosse o prólogo de uma história mais longa.

"Por toda a eternidade", de Carlos Orsi é uma breve história de crime no espaço com um toque de humor. Com apenas duas páginas, esse miniconto não se classifica na mesma divisão dos outros, mas vale a leitura.

"Twist in my sobriety", de Flávio Medeiros, pertence à tradição paranoide (e, com frequência social e politicamente conservadora, como neste caso) da invasão extraterrestre, neste caso realizada de maneira peculiar e original.

"Um toque do real: óleo sobre tela", de Roberto de Sousa Causo, talvez seja a mais fascinante das fantasias deste volume. Um pintor perde-se em um universo paralelo formado por sua própria pintura.

Em "Alma", de Osíris Reis, fantasia e ficção científica se misturam de maneira complexa e ousada no ponto de vista de uma extraterrestre que habita um mundo exótico.

"Contingência, ou Tô pouco ligando", de Martha Argel é uma ficção científica sobre o mundo contemporâneo, com um argumento político ecologista muito bem fundamentado, bem-humorado e integrado na trama. É um confronto fluente e vivo com a ciência tal como realmente é praticada, embora exija um mínimo de disposição de lidar com termos e conceitos de biologia.

"Tensão Superficial", de Davi M. Gonzales, é a aventura de um estudante que encontra um mistério inexplicável em um prédio muito antigo. Um conto curto e comparativamente fraco.

"Planeta Incorruptível", de Richard Diegues – que é sócio e editor da concorrente Tarja –, poderia ser chamado de uma ficção teológica, mais que científica: invasores alienígenas confrontam santos e milagres da Igreja Católica.

A capa, embora bem cuidada, não corresponde bem ao conteúdo. Sugerem um tipo de aventura fantástica adolescente, ao estilo dos quadrinhos do gibi Heavy Metal, no qual não se enquadra nenhum dos contos das duas antologias, ambas de tom bem mais maduro e sofisticado – mesmo se frequentemente também muito divertidas.
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