ELB 18/11/2017
Os invernianos finalmente voltaram para casa. Depois de muita dor e sofrimento, não veem a hora de começar o seu processo de cura, de retomar a sua terra natal e finalmente voltar para casa e viver suas vidas em paz. Isso é tudo que eles querem.
Mas não é tão simples. Meira teve que pedir mais ajuda para Cordell, para mantimentos e proteção, assim como apoio a reconstrução de Jannuari, a capital de Inverno. E, com isso, Cordell tem mais e mais influência sobre o fraco de reino de Inverno. Mas o que se há de fazer. Eles precisam da ajuda para se reerguer, e Meira espera que, no futuro, eles consigam pagar por tudo que pediram a Cordell.
Entretanto, algo lhe diz que essa boa vontade toda de Noam custará bem caro muito em breve. E ela não está errada.
A atividade de mineração é o ponto forte de Inverno, que possui ricas minas. E, todo o minério extraído nesta fase inicial foi reivindicado por Cordell como início do pagamento por sua ajuda. Meira sabe que o propósito de Noam não é apenas recolher o seu minério, mas não há nada que ela possa fazer quanto a isso agora.
Precisa pensar no seu povo, ajudá-los a se reerguer, passar para todos um sentimento de força e coragem, ou seja, agir como uma verdadeira rainha. Só que isso tudo é muito difícil para ela...
Meira viveu a vida toda achando ser uma órfã sem importância. Se transformou numa guerreira pronta para lutar por seu povo e fazer o que for possível por eles. Ela não sabe o que é ser uma rainha, não sabe como se portar, não consegue abanonar o seu lado de lutadora, mas Inverno vem em primeiro lugar e ela deve encontrar um meio termo a todo custo.
Quando as coisas começavam a entrar em uma normalidade, uma grande revelação surge em uma das minas reabertas: o absimo de magia foi encontrado. Imediatamente Meira e Theron se dirigem até lá e tentam entrar, mas uma parede invisível de poder os arremessa longe, mostrando claramente que há muito sobre o abismo que eles precisam desvendar.
Noam imediatamente se regozija, pois o abismo era tudo que ele queria obter: acesso irrestrito a muito poder, seu principal objeto de desejo.
Meira logo percebe que, se o abismo está trancado com uma barreira, deve ser porque não deve ser reaberto.
O que aconteceria com os reinos se todo esse poder fosse liberado? O quanto desse poder se transformaria em magia negra? O quanto a Ruína se apossaria ?
Meira é a única que sabe que é possível haver um condutor humano e que Angra possivelmente não morreu. O que ele faria com todo esse poder disponível?
Certamente seria o fim do mundo como todos conhecem. E ela logo percebe que deve evitar a abertura do abismo a todo custo.
Mas Noam insiste e a ameaça, usando a liberdade de seu povo contra ela: ou ela descobre como abrir o abismo, ou ele irá dominar Inverno.
Assim, ela não tem escolha. Ainda mais porque Theron também acredita que o abismo deva ser aberto, por motivos bem diferentes do que seu pai. Ele, ingenuamente, acredita que a liberação da magia traria igualdade para os reinos, já que não apenas os condutores reais teriam poder.
Meira, então, precisa trabalhar secretamente contra Theron e Noam, para selar o abismo de vez e impedi-los de obter o conhecimento necessário para abri-lo.
Eles devem partir numa viagem pelos outros reinos para coletar pistas sobre os símbolos desenhados na porta do abismo, que parecem ser espécies de chaves e que remetem cada uma a um reino diferente. E ela aproveitará essa viagem para tentar conseguir aliados para Inverno, pois tem certeza que, muito em breve, Cordell se provará mais inimigo do que aliado.
Paralelamente, conhecemos o ponto de vista de Mather. Depois de saber a verdade sobre sua vida, ele não aceita a traição de Sir, seu próprio pai que o criou para acreditar numa mentira. A distância que surgiu entre ele e Meira contribui ainda mais para a sua amargura, e Mather se vê um bêbado perdido.
Ele começa a treinar os poucos invernianos aptos para a luta, para iniciar a construção de seu próprio exército, mas a tarefa se prova quase impossível, quando muitos ainda estão se recuperando dos anos de escravidão.
Quando Meira parte em sua viagem, Noam ordena que todos os treinamentos de invernianos cessem, que apenas Cordell irá defendê-los. E é aí que Mather começa a dar um rumo a todo seu ódio.
Ele e um grupo de jovens se unem em um treinamento secreto, para ficarem mais fortes e aprenderem a se defender mesmo contra as ordem de Noam. Mather rapidamente percebe o que está prestes a acontecer se sabe que precisa agir rapidamente, para o bem de Meira.
Conseguirá Meira impedir a abertura do abismo? Será que ela vai conseguir aliados para seu reino? O que aconteceu a Angra? Ele está morto ou vivo?
Todas essas respostas você encontra lendo esse livro maravilhoso.
Eu achei esse livro ainda melhor que o primeiro. Mais abrangente, mais profundo e com mais aventura. Me senti mais próxima de Meira e de seus questionamentos. Achei que a autora dosou tudo na medida certa.
Meira enfrentou muitos desafios. Primeiro, ao começar a vislumbrar a complexidade de ser uma rainha e ainda viver consigo mesma, depois de se portar em cada reino que visitavam, respeitando suas diferenças de opinião mesmo quando ela discorda fortemente da maneira de governar de seus līderes. E, ainda, quando percebeu que não havia nada que ela podia fazer naquele momento para ajudar a todos, pois já tinha as próprias questões do seu reino em primeiro lugar.
Além do fato de não ter em quem confiar... Alguém com que ela pudesse dividir seus medos, suas dúvidas, suas ideias... sem dúvida esse é o momento em que, mesmo rodeada de pessoas, ela está mais solitária do que nunca.
Theron é aquele personagem que sempre vai me confundir. Gosto dele? Não gosto? Amo? Odeio? Acho que, assim como as pessoas na nossa vida, nunca conseguirei entender Theron. Por vezes é muito ingênuo, mas por outras se mostra mais calculista que seu pai. Escrevam bem as minhas palavras: esse cara ainda vai selar o destino de Primoria, para o bem ou para o mal...
Mather passou por uma transformaçãp e tanto. De príncipe responsável por todo um reino para um cara qualquer que não sabe onde se encaixa. E a distância de Meira acaba com ele de uma forma absoluta. Mas ele se reergue e consegue achar um propósito em meio ao caos que sua vida se transformou.
E foi de príncipe para herói. Mostra sua coragem e decide agir por Meira, pelo amor que sente por ela e pelo que eles sempre foram juntos. Ela é alguém por quem vale a pena lutar. E ele nunca deixou de lutar por Inverno. Confesso que Mather me surpreendeu demais, achava ele muito clichê no livro 1, completamente previsíve. Mas nesse livro ele se mostrou e algo me diz que vai se mostrar ainda mais no livro 3
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