Marcos Renan 06/09/2018
De acordo com o Catecismo da Igreja, "a inveja é a tristeza sentida diante do bem do outro".
A inveja não só ataca o coração com sentidos de tristeza, mas também prejudica o pensamento, o modo de ver a vida. O bem alheio é considerado um mal próprio, dizia São Tomás de Aquino. Entretanto, nessas breves páginas, o Padre Francisco Faus, ao mostrar o verdadeiro rosto da inveja, as raízes de onde nasce e o mal que provoca, indica as saídas para extirpar tal infelicidade.
A primeira é a gratidão: "a pessoa agradecida, quando olha de relance para a vida do vizinho e sente, talvez, um frêmito de inveja percorre-lhe a alma, corta-o logo pela raiz e comenta em seu íntimo: 'Tenho tanto que agradecer, que não tenho tempo para invejar'."
A segunda é a fidelidade à Deus, à nossa vida. Deveríamos dizer que recebemos de Deus todas as coisas necessárias para a nossa realização. Tal proposição pode ser apenas uma frase de efeito, mas encerra uma grande verdade. O invejoso vê a realização de uma maneira errada, porque mede o valor da vida e das coisas, usando como balança a quantidade das coisas que consegue acumular, ganhar, conquistar, e as compara com as que os outros têm.
A terceira é a generosidade. No pequeno catecismo da Igreja, ao lado de cada pecado capital, indica-se o respectivo antídoto - a virtude contrária: contra soberba, humildade; ...contra gula, temperança; ...contra inveja, caridade. A caridade, com efeito, tal como a inveja, tem por objeto o bem do próximo, mas move-se em sentido inverso ao da inveja,
pois a caridade se alegra com o bem do próximo; a inveja, pelo contrário, entristece-se.
A quarta, e por fim, são as bem-aventuranças: promessas paradoxais que sustentam a esperanças nas tribulações, iluminando nossas ações e atitudes. Não é difícil imaginar qual a relação das bem-aventuranças com a inveja, uma vez que elas se remetem à alegria, enquanto a inveja, à tristeza.