E. Dantas 25/04/2010
TARANTINO BRASILEIRO
Eu tenho esse habito de comparar os livros que leio aos filmes que vejo. E sei que não sou o único, portanto pra quem é fã das visões sangue-ácido-sarcásmo-fígado-voador-miolos-tiros-sangue-sangue-sangue-nolentas...leia sangue azul.
Mas não só das imagens vive essa obra.
O relato do "Rubens que não se chama Rubens" é tão bizarro, que, pra quem mora no Rio de Janeiro, chega a assustar quando em determinados trechos, não nos assustamos tanto.
Aliás, tirando a excelente formatação do relato feita pelo Gudel, o que fica do livro é isso, o ponto que chegamos. ( essa frase é muito dita pela minha avó, as velhinhas amigas dela e todos que se sentem lesados nessa cidade, mas eu tenho que repeti-la, mesmo sendo clichê).
O "Ponto" que falo não é o da violência, mas a normalidade com que tratamos dela...ora, o que faz o ser-humano é o meio, e essa contaminação que vivemos é muito surreal.
O livro é uma experiência fantástica, é rápido, de linguagem fácil e até mesmo divertido ( não me julguem, ninguém é mau o tempo todo).
Mas lanço aqui também uma outra experiência que vivi sem querer, mas que valeu a pena: Li esse livro logo após terminar "crime a castigo" do Dostoiévisk, e isso fez uma diferença bem curiosa ao modo de ve-lo.
Recomendadíssimo.
Pela sensação causada, acima de tudo.
Beijos e inté!