Paulo 14/09/2020
"Eu acho que os mistérios dão certa graça ao mundo"
Pode ser verdadeira a descrição dada ao livro aqui na página do Skoob, este é um livro estranho (mas não mais estranho do que a série O Mochileiro das Galáxias). Ser estranho, porém, ao meu ver, é uma característica positiva, é o que dá a um livro originalidade. Ao fim e ao cabo, a literatura nos transporta aos mais diferentes mundos, com infinitas possibilidades. Então um livro estranho nada mais é do que um mundo que nunca pensaríamos concebível caso não tivéssemos viajado até ele.
Mas é curioso como agora, depois de terminado o livro, eu não sinta mais essa estranheza que eu senti no começo; talvez naquele momento eu ainda não estava com a mente aberta para absorver essa história. Depois de acompanhar Shadow em toda sua jornada, eu entendi tudo e não a vejo mais como os olhos de antes; como Shadow mesmo disse no começo: "eu sinto como se estivesse em um mundo com uma lógica própria. Com suas próprias regras", agora sei a lógica.
Gostei muito desse livro, demais; gostei mesmo nos momentos de descrições ou conversas que aparentemente não acrescentavam nada na história, que foram muitas. Em todo caso, eu li esses relatos de viagem como se eu mesmo estivesse acompanhando o heroi da história, participando de cada conversa e observando cada ambiente. Gostei dos personagens, de cada um deles, gostei dos mistérios, e, claro, amei a temática, ou as temáticas do livro.
Entre outras coisas, é um livro sobre ideias, crenças. "A questão não é o que é. A questão é o que as pessoas acham que é. De todo modo tudo é imaginário. Por isso que é importante. As pessoas só brigam por coisas imaginárias." Este livro, então, é o que acontece quando coisas imaginárias de antigamente vão minguando, e no lugar surgindo novas coisas imaginárias, pois "no fim das contas, ideias também podem morrer".
É um livro que vai me deixar pensando por alguns dias.