Camila Lobo 01/10/2016Resenha: A Rosa Branca (Por Livros Incríveis)Após inúmeros acontecimentos na Joia, a substituta Violet Lasting precisa fugir se quiser sobreviver. Com a ajuda de aliados preciosos de dentro da realeza, ela consegue escapar levando Raven e Ash consigo. Agora os três precisam atravessar cada um dos círculos até chegar à Fazenda, onde tentarão encontrar A Rosa Branca, para que possam ficar seguros sem precisar fugirem. Durante o caminho, descobrirão o plano que está sendo armado contra a realeza e que pode mudar o futuro de toda a Cidade Solitária.
“Substitutas não são meninas bobas que podem ser compradas e vendidas, tratadas como animais de estimação ou peças da mobília. Somos uma força a ser reconhecida e respeitada.”
Se em A Joia havia uma grande rede intricada de segredos fofocas e intrigas, pelo fato de Violet estar inserida no meio da realeza como substituta, A Rosa Branca tem uma pegada totalmente diferente.
O livro já começa exatamente de onde o primeiro terminou. Logo, enquanto A Joia era mais calmo e com requintes de crueldade, A Rosa Branca tem ação do início ao fim. Com ritmo acelerado, mesmo nas poucas partes em que os personagens não estão em pleno movimento, a história é narrada de forma ágil, fluída e detalhada, mas sem perder o foco, com acontecimentos resolvidos de forma simples. Gosto muito da escrita e narrativa de Ewing, que conseguiu criar um mundo diferente e criativo, com temas que se passados para o nosso universo, são assuntos para longos debates.
Ainda assim, por mais que seja uma história rápida, de certa forma, a autora conseguiu abordar e explicar mais sobre os presságios e a Cidade Solitária, clareando a mente do leitor sobre esses assuntos e dando novos rumos pra história, fazendo com que fosse uma leitura tão empolgante quanto o primeiro livro, algo difícil com sequências.
A única coisa que destaco de ponto neutro é que muitos personagens e cenas de A Joia são relembrados no segundo volume com meras passagens. Apesar de me recordar de quase todas as pessoas e situações, algumas tive dificuldades e dúvidas se estava me lembrando certo. Particularmente, não gosto muito quando continuações contam a história toda do anterior, e mais uma vez, acho que Amy Ewing acertou ao não fazer o resumo, mas enquanto para algumas situações ela insere uma breve lembrança para ajudar o leitor a recordar, em outras ela não coloca, e foi onde tive mais dificuldade para lembrar.
Se leram a minha resenha da história anterior, devem saber que eu (maluca, como sempre), adorei a duquesa. Como Violet consegue fugir da Joia, a duquesa aparece apenas no primeiro capítulo, sendo apenas mencionada ao longo dele. Confesso que senti um pouco de falta, mas sem ela, a obra é bem mais leve que a anterior.
Entretanto, assim como alguns personagens do primeiro livro ficam de fora desse volume, muitos personagens ganham muito mais destaque e alguns outros são inseridos, de forma a suprir a possível falta de personagens. Particularmente, seleciono Garnet, Raven e Sil como os que mais gostei. E se eu não gosto do casal Violet e Ash, por outro lado, torço fortemente para que Raven e Garnet tenham um final juntos.
Novamente, o final foi frenético e com revelações que chocam. Por isso, dou a dica para que não leiam a última frase do livro, que é um baita spoiler.
Amy Ewing encerra A Rosa Branca no meio de uma cena, o que é frustrante para os leitores. Ainda assim, ela consegue fazer de uma forma que só é possível torcer para que o terceiro e último livro seja traduzido logo ou até mesmo apelar para ler o último na língua original.
A Joia foi uma das minhas melhores leituras de 2015, e A Rosa Branca foi arrebatador, tornando-se também, uma das minhas melhores leituras de 2016. É uma série must read.
“Escolher o que eu quero: escolher é liberdade, Violet.”
Sobre a série:
A Rosa Branca é o segundo livro da trilogia Cidade Solitária, que já conta com A Joia. O terceiro livro, The Black Key, será lançado no início de outubro nos EUA. Não há previsão de lançamento no Brasil.
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