Tiffany37 24/04/2024
BOM
Escrita: ??????????
História: 3,5
Dividi a avaliação entre escrita e história pelo seguinte motivo, a escrita da autora é perfeita. Acho que depois da J.K Rowling, ela realmente tem uma excelente escrita. (Lembrando aqui que eu não compactuo dos mesmos pensamentos que a J.K Rowling, que apenas sou uma grande fã do seu trabalho). Achei realmente a personagem uma desequilibrada, e digo a vocês, passei MUITA RAIVA. Ver o ódio dela pelo cachorro, ela batendo no Otto me deu uma raiva genuína. Ela demonstrou reações exagerados no meu ponto de vista. Fiquei tipo: ?amiga, o mundo não acabou?. Mas o que eu acabei absorvendo desse livro, é que a Olga ficou tanto tempo com o Mario, se apoiou tanto nele, que ela acabou se perdendo da sua própria pessoa. Ela deixou com que seu relacionamento definisse a sua personalidade, ela tinha uma dependência emocional gigantesca nele, e não conseguia ver uma vida onde não fosse Mario e Olga. Porque uma Olga ali já não existia. E prova disso foi como ela precisou da aprovação do vizinho, como ela, durante muito tempo, precisou de uma aprovação masculina para se sentir bela, atraente, desejável, amável. E isso é muito triste na vida de uma mulher, porque acontece muito. Percebi como também, a mulher tem que lidar com a responsabilidade pelos filhos, como é difícil para ela, deixar que a rotina, o casamento e os filhos não a anulem. Porque com certeza existem tantas mulheres que vivem apenas para o lar, que se você perguntar: ?qual seu livro favorito?? ?Qual filme não sai da sua cabeça?? ?Qual a última vez que você tirou o dia para você e mais ninguém?? Dificilmente essas mulheres terão a resposta. Porque elas agora se entendem como mães e esposas. E elas eram alguém muito antes disso, e permanecem sendo. Mas por causa da sociedade e de diversos fatores que eu poderia discorrer longa,e te por horas, elas acabam se esquecendo que são apenas seres humanos vivendo pela primeira e única vez. A Olga é um exemplo disso. Ela amava escrever, mas o marido dela a convenceu a não fazer isso, que ele ia bancar a casa. Quando isso ia além do dinheiro, mas de reconhecer quem ela era no mundo. Mario era apenas o Mario e continuou sendo. Enquanto a Olga era a ?pobre mulher abandonada?, ?mulher louca?. É assim, não vou tá passando pano pra mim dizendo que não achei isso no começo do livro. Mas quanto mais ela falava, quanto mais eu refletia, consegui entender todas as camadas envolvidas. Analisando, vale muito mais que 3,5. É 5 estrelas mesmo. Palmas para Elena Ferrante. Eu leria até sua lista de compras.