Tutor

Tutor Sue Hecker




Resenhas - Tutor


9 encontrados | exibindo 1 a 9


Michele monique 12/12/2023

Achei muito bom. Adorei os personagens consigo me coloca no lugar na história me prendeu do começo até o fim.
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Jéssica 25/03/2023

Apelativo e cansativo
Por diversas vezes pensei em abandonar. Ganhei esse livro em um sorteio, certamente não compraria pelas resenhas que li. Uma menor de idade e um homem que deveria assumir seus cuidados, mas que desde o início vê sua protegida de forma sexual..O livro tá mais para conto +18. É isso, não tem muito mais que acrescentar.
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Gabi Luchetta 02/05/2020

Bia e Pedro
Sou mais romântica, então quando tem cenas de sexo com palavras mais chulas acabo me sentindo desconfortável. Claro que é bom para sair um pouco da minha zona de conforto, porém prefiro mesmo um pouco mais de carinho.
Sim teve cenas românticas, juras de amor... Também passei raiva pela teimosia do Pedro em admitir em voz alta seus sentimentos.
Mas senti que em certos momentos não tinha como a Bia ser tão segura e tão sedutora sendo tão inexperiente.
Tirando isso a história foi linda.
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Clube do Livro 19/09/2016

Resenha Blog Clube do Livro e Amigos por Vanda Costa

Pedro Salvatore é um belo homem de 29 anos, dono de um corpo escultural. Tem sua carreira profissional consolidada e um escritório muito bem sucedido. Desde a infância sofre de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e autoflagelação. É atormentado por memórias de sua infância que o remetem à mãe, uma artista plástica talentosa, cadeirante que, aos 17 anos, teve as pernas amputadas devido a um câncer ósseo. Tempos depois, o namorado a trocou por uma pessoa muito próxima dela, abandonando-a quando estava grávida.
Pedro tem grande amor por sua mãe, uma guerreira que lutou até o último instante contra o câncer que a matou quando ele ainda era uma criança. Ela sempre lhe dedicou muito amor e demonstrou muito carinho e compreensão nas suas crises. Era a única pessoa que lhe entendia. Sente orgulho por ter cuidado da mãe até o ultimo instante de sua vida. Já em relação ao pai, Pedro nutre sentimentos muito ruins como desprezo , mágoa e raiva pela covardia de ter abandonado a namorada inválida e grávida, e pela total indiferença com os problemas psicológicos do filho, menosprezando, humilhando e, muitas vezes, castigando-o nos seus momentos de crise, durante os dias que era obrigado a passar com ele.
Sofreu durante anos com bullying, paraticado por seus amigos da escola e por seu pai, que atribuía seus transtornos à incapacidade da mãe de criá-lo. Todas as violências psicológicas pelas quais passou lhe deram determinação para vencer o TOC. Buscando ajuda psicológica e farmacológica (que são as formas adequadas para o tratamento do transtorno), Pedro estava conseguindo neutralizar os efeitos maléficos que o TOC lhe provocava.
“Por anos me vi autoflagelar causando a dor no meu corpo para substituir a dor emocional, essa tinha sido a justificativa na tentativa de não sofrer e encarar a realidade. Com a ajuda de uma terapeuta consegui sair daquele recipiente cheio até a tampa.”
“Sofri por anos bullying com meus amigos de escola e por aquele que desgraçou a vida da minha mãe. Para ele os meus transtornos eram manias adquiridas por ser mal-educado por uma pessoa incapaz por ser uma cadeirante. As violências psicológicas intencionais que sofria das pessoas ajudou-me criar como um mantra na minha cabeça a determinação de vencer o TOC.”

Bya é uma linda adolescente com 17 anos, morena, de cabelos negros, com rosto de menina e trejeito de mulher. É a única sobrevivente do acidente de carro ocorrido no Natal que tirou a vida de seus pais. No réveillon ela estava órfã de pai e mãe e sem nenhum parente ou pessoa próxima com quem pudesse contar. Passou por várias cirurgias, teve uma grave fratura na bacia, concussão cerebral e rompimento do baço que quase a levou a uma septicemia. Esteve durante vários dias em coma induzido. Ao acordar do coma se depara com um belo homem dormindo encolhido em uma poltrona. O homem acorda repentinamente e ela enxerga um lindo par de olhos verdes no desconhecido. Um surto de emoções toma conta dela. Ela sabe que está viva, mas não se lembra de absolutamente nada da sua vida. Não se recorda de seu nome, de familiares, fatos e pessoas. Quem é aquele homem? Será seu pai? Ela apenas tem a certeza de que o aroma que aquele homem exala é o mesmo que ela sentia quando estava na escuridão do coma dando-lhe forças para buscar a luz.
“O aroma impregnou a minha memória e quando esse bálsamo se afastava, sentia vontade de gritar para voltar. É como se aquele perfume não estivesse o tempo todo ao meu lado e quando retornava, algo me dizia que eu estava ali, podendo respirar, dando-me forças para encontrar a luz. Uma sensação de que aquele cheiro me envolvia e me buscava aonde quer que eu estivesse perdida indo ao encontro do frescor e do bem-estar.”
“A única coisa que consigo me concentrar é nos olhos verdes mais lindos que acho que já vi. Impressionantes como as águas marítimas, (...). E como confirmação da minha crença em buscar a luz, o perfume que tanto ansiei exala da sua pele ao se aproximar de mim.”


Pedro está comemorando o Réveillon quando recebe um telefonema de Maria Luiza (Malu), que está hospitalizada dizendo que precisa muito dele. Malu é filha da mulher (prima da mãe de Pedro) com quem o pai se casou quando abandonou sua mãe grávida. No hospital encontra Malu em estado gravíssimo. Ela pede para que ele prometa que irá cuidar de sua filha Beatriz Eva (Bya), pois esta é a vontade dela e de seu marido. Malu falece segurando a mão de Pedro antes mesmo que ele faça a promessa. Pedro fica desorientado, sem saber o que fazer, pois, afinal, está com sua vida organizada, com seus transtornos psicológicos controlados e, na sua vida, não há lugar para uma adolescente praticamente desconhecida sob sua tutela. Tenciona as unhas na pele. A dor parece estar voltando a querer orientar suas decisões, sua vida.
“Fecho as mãos com força na parede — O que vou fazer? — No passado expor-me-ia aos riscos da situação, mas hoje, não sei como enquadrá-la no projeto da minha vida.”
“Como vou cuidar de uma adolescente que vi apenas uma vez no enterro daquele que se fez passar por um verme, que se considerou onisciente, onipotente e que apenas a sua verdade que carregava na vida era certa? (...) agora como uma herança do destino, vem à minha vida a incumbência de fazer diferente do que ele fez comigo, mesmo sendo situações completamente diferentes, mas que no resultado final é a mesma coisa.”



Bem, pessoal, é claro que não vou contar todo o enredo, mas acho que preciso dar mais algumas informações para despertar o interesse dos leitores em relação ao livro. Então, vou tentar comentar sem entregar os pontos principais.
Pedro não teve tempo de prometer à Malu que cuidaria de Bya, entretanto, se remete ao passado e se enxerga na situação de Bya: órfão e sem nenhum parente ou alguém próximo para cuidá-lo, e com Bya a situação ainda é pior, pois ela encontra-se totalmente desmemoriada. Fica num grande dilema, pois não se acha em condição de cuidar dela, mas, também, não consegue virar as costas para ela, pois iria transformar-se num covarde, como seu pai fora com ele e acaba assumindo o papel de tutor de Bya.
De imediato, acontece uma atração física entre eles. É algo muito forte com o qual os dois não conseguem lutar contra. Bya é uma moleca inconsequente, sem memórias passadas que lhe sirvam de exemplos ou orientação. Vai fazer de tudo para ter o homem que deseja, para afastar qualquer mulher que julgue um perigo na relação que pretende ter com ele. Imagina-se com Pedro em cenas pra lá de tórridas e insinua-se para ele descaradamente deixando-o, muitas vezes, em situações das mais vexatórias e hilárias (hilárias para nós, leitores), tirando seu sossego, sua serenidade, abalando, totalmente, suas convicções. Bya também passa por problemas psicológicos, pois se ressente da falta de memória e teme viver sem um passado, sem lembranças que lhe causem saudades, que lhe deem, por exemplo, o direito de sentir o luto por seus pais. Ela precisa ter de volta sua memória, ter acesso às suas preferências, a seus amores e desafetos, seus medos, erros e acertos, expectativas e sonhos, enfim, ter posse de sua história de vida.
“Imaginar meus próximos dias sem a constante ação da memória tem me deixado angustiada, como se algo faltasse no meu despertar.”
“...a cada vez que olho para ele me sinto sem ar, fantasio o sabor do seu beijo, o toque de sua carícia. Imagino a acolhida dos seus braços em torno do meu corpo, fantasio ainda o hálito quente dele próximo do meu ouvindo dizendo “SIM, eu quero ter você pra mim”.”

Pedro passa a viver atormentado, pois por querer honrar a a vontade dos pais de Bya, assume que o único papel que pode ter na vida dela é o de cuidador e protetor, mas não consegue controlar os pensamentos e desejos eróticos, cada vez mais incontroláveis, que sente por Bya. Essa dualidade de desejos faz com que os sintomas do TOC, os pensamentos intrusivos e a autoflagelação ressurjam e voltem a lhe atormentar com força total.
“Só de pensar em um homem olhando para ela, meu estômago revira. Sem dúvida o corpo dela é lindo e não faltarão azarões com cantadas idiotas vendo suas pernas torneadas e bronzeadas à mostra, mas isso eu não pretendia dizer a ela, na verdade nem sei por que pensei nas suas pernas.”
“Ela tem um talento todo especial de saber causar reações diversas em mim, do desejo à autocondenação.”




No decorrer da trama, Bya e Pedro vão percebendo que além do desejo carnal, o amor também vai se manifestando. O leitor vai experimentando cenas bem humoradas, sensuais, eróticas e românticas. Tudo na medida certa, sem apelações ou fora do contexto. É uma trajetória bonita, naturalmente bonita e excitante, onde os dois esforçam-se para se tornarem menos intransigentes, mais tolerantes e compreensivos, enfim, pessoas melhores, conscientes de que podem viver juntos, lado a lado e respeitando, convivendo e aprendendo com as diferenças, sem que um tenha que ser subjugado para que o outro possa permanecer forte, além, é claro, das batalhas individuais que cada um trava em busca de seus equilíbrios psicológicos. Posso garantir que o leitor não vai se deparar com soluções mirabolantes nem milagrosas. É notório que a autora tem conhecimento sobre o tema, para fornecer informações sobre sintomas, diagnóstico e o tratamento do transtorno, o que dá muito mais credibilidade à história. O final, como todo o resto da história, não tem conotação fantasiosa, com resultados mágicos e imediatos. É coerente, racional e harmonioso com o decorrer da trama, além de a autora ter reservado para seus leitores, uma grata e emocionante surpresa.




Sue Hecker, como sempre, utilizou-se de uma linguagem forte, direta, sem censura, sem “mimimis”, o que não torna o texto com conotação científica, xulo e/ou pornográfico, mas, sim, fiel as características dos personagens. Outro ponto que me agrada na escrita de Sue Hecker é que ela segue uma linha em seus livros que, em cada título, ela aborda uma doença, uma patologia, uma síndrome sem, entretanto, fazer do distúrbio abordado, o ponto principal da trama. Ela consegue conectar, sempre, com harmonia e sem apelações, uma trama romântica e extremamente erótica e sensual, com suspense e alguma patologia que, além de despertar tesão e luxúria nos leitores, cumpre, também, seu papel social informando e dando subsídios aos leitores para a possibilidade de conviverem com as pessoas ditas “diferentes”, respeitando suas limitações, incentivando a busca de uma convivência mais realista e menos traumática com as patologias abordadas, além de enaltecer toda e qualquer superação obtida.
Li, amadorei e recomendo!


site: http://clubedolivro15.blogspot.com.br/2016/09/resenha-nacional-tutor-sue-hecker.html
Samantha 05/12/2016minha estante
Esse livro tem bdsm? É um tema que geralmente evito


Sue 06/12/2016minha estante
Oi Samantha não tem BDSM, tem o prequel gratuito no amazon e na google play Consequências.




Vanda 04/09/2016

Conexão perfeita de gêneros (romance/drama/erotismo). Excelente leitura
Eu já havia lido “O Lado bom de ser traída” da autora, um livro “super hot” com abordagens da patologia de anencefalia. “Tutor” segue a mesma linha. Desta vez, uma história com cenário extremamente libidinoso e erótico permeado de situações pertinentes aos portadores do TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e da autoflagelação. É esta conexão perfeita de gêneros (romance/drama/erotismo) que me encanta na escrita de Sue Hecker.

Pedro Salvatore é um belo homem de 29 anos, dono de um corpo escultural. Tem sua carreira profissional consolidada e um escritório muito bem sucedido. Desde a infância sofre de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e autoflagelação. É atormentado por memórias de sua infância que o remetem a mãe, uma artista plástica talentosa, cadeirante que, aos 17 anos, teve as pernas amputadas devido a um câncer ósseo. Tempos depois, o namorado a trocou por uma pessoa muito próxima dela, abandonando-a quando estava grávida.
Pedro tem grande amor por sua mãe, uma guerreira que lutou até o último instante contra o câncer que a matou quando ele ainda era uma criança. Ela sempre lhe dedicou muito amor e demonstrou muito carinho e compreensão nas suas crises. Era a única pessoa que lhe entendia. Sente orgulho por ter cuidado da mãe até o ultimo instante de sua vida. Já em relação ao pai, Pedro nutre sentimentos muito ruins como desprezo , mágoa e raiva pela covardia de ter abandonado a namorada inválida e grávida, e pela total indiferença com os problemas psicológicos do filho, menosprezando, humilhando e, muitas vezes, castigando-o nos seus momentos de crise, durante os dias que era obrigado a passar com ele.
Sofreu durante anos com bullying, paraticado por seus amigos da escola e por seu pai, que atribuía seus transtornos a incapacidade da mãe de criá-lo. Todas as violências psicológicas pelas quais passou lhe deram determinação para vencer o TOC. Buscando ajuda psicológica e farmacológica (que são as formas adequadas para o tratamento do transtorno), Pedro estava conseguindo neutralizar os efeitos maléficos que o TOC lhe provocava.
“Por anos me vi autoflagelar causando a dor no meu corpo para substituir a dor emocional, essa tinha sido a justificativa na tentativa de não sofrer e encarar a realidade. Com a ajuda de uma terapeuta consegui sair daquele recipiente cheio até a tampa.”
“Sofri por anos bullying com meus amigos de escola e por aquele que desgraçou a vida da minha mãe. Para ele os meus transtornos eram manias adquiridas por ser mal-educado por uma pessoa incapaz por ser uma cadeirante. As violências psicológicas intencionais que sofria das pessoas ajudou-me criar como um mantra na minha cabeça a determinação de vencer o TOC.”

Bya é uma linda adolescente com 17 anos, morena, de cabelos negros, com rosto de menina e trejeito de mulher. É a única sobrevivente do acidente de carro ocorrido no Natal que tirou a vida de seus pais. No réveillon ela estava órfã de pai e mãe e sem nenhum parente ou pessoa próxima com quem pudesse contar. Passou por várias cirurgias, teve uma grave fratura na bacia, concussão cerebral e rompimento do baço que quase a levou a uma septicemia. Esteve durante vários dias em coma induzido. Ao acordar do coma, se depara com um belo homem dormindo encolhido em uma poltrona. O homem acorda repentinamente e ela enxerga um lindo par de olhos verdes no desconhecido. Um surto de emoções toma conta dela. Ela sabe que está viva, mas não se lembra de absolutamente nada da sua vida. Não se recorda de seu nome, de familiares, fatos e pessoas. Quem é aquele homem? Será seu pai? Ela apenas tem a certeza de que o aroma que aquele homem exala é o mesmo que ela sentia quando estava na escuridão do coma dando-lhe forças para buscar a luz.
“O aroma impregnou a minha memória e quando esse bálsamo se afastava, sentia vontade de gritar para voltar. É como se aquele perfume não estivesse o tempo todo ao meu lado e quando retornava, algo me dizia que eu estava ali, podendo respirar, dando-me forças para encontrar a luz. Uma sensação de que aquele cheiro me envolvia e me buscava aonde quer que eu estivesse perdida indo ao encontro do frescor e do bem-estar.”
“A única coisa que consigo me concentrar é nos olhos verdes mais lindos que acho que já vi. Impressionantes como as águas marítimas, (...). E como confirmação da minha crença em buscar a luz, o perfume que tanto ansiei exala da sua pele ao se aproximar de mim.”

Pedro está comemorando o Réveillon quando recebe um telefonema de Maria Luiza (Malu), que está hospitalizada dizendo que precisa muito dele. Malu é filha da mulher (prima da mãe de Pedro) com quem o pai de Pedro se casou quando abandonou sua mãe grávida. No hospital encontra Malu em estado gravíssimo. Ela pede para que ele prometa que irá cuidar de sua filha Beatriz Eva (Bya), pois esta é a vontade dela e de seu marido. Malu falece segurando a mão de Pedro antes mesmo que ele faça a promessa. Pedro fica desorientado, sem saber o que fazer, pois, afinal, está com sua vida organizada, com seus transtornos psicológicos controlados e, na sua vida, não há lugar para uma adolescente praticamente desconhecida sob sua tutela. Tenciona as unhas na pele. A dor parece estar voltando a querer orientar suas decisões, sua vida.
“Fecho as mãos com força na parede — O que vou fazer? — No passado expor-me-ia aos riscos da situação, mas hoje, não sei como enquadrá-la no projeto da minha vida.”
“Como vou cuidar de uma adolescente que vi apenas uma vez no enterro daquele que se fez passar por um verme, que se considerou onisciente, onipotente e que apenas a sua verdade que carregava na vida era certa? (...) agora como uma herança do destino, vem à minha vida a incumbência de fazer diferente do que ele fez comigo, mesmo sendo situações completamente diferentes, mas que no resultado final é a mesma coisa.”


Bem pessoal, é claro que não vou contar todo o enredo, mas acho que preciso dar mais algumas informações para despertar o interesse dos leitores em relação ao livro. Então, vou tentar comentar sem entregar os pontos principais.
Pedro não teve tempo de prometer a Malu que cuidaria de Bya, entretanto, se remete ao passado e se enxerga na situação de Bya: órfão e sem nenhum parente ou alguém próximo para cuidá-lo, e com Bya a situação ainda é pior, pois ela encontra-se totalmente desmemoriada. Fica num grande dilema, pois não se acha em condição de cuidar dela, mas, também, não consegue virar as costas para ela, pois iria transformar-se num covarde, como seu pai fora com ele e acaba assumindo o papel de tutor de Bya.
De imediato, acontece uma atração física entre eles. É algo muito forte com o qual os dois não conseguem lutar contra. Bya é uma moleca inconsequente, sem memórias passadas que lhe sirvam de exemplos ou orientação. Vai fazer de tudo para ter o homem que deseja, para afastar qualquer mulher que julgue um perigo na relação que pretende ter com ele. Imagina-se com Pedro em cenas pra lá de tórridas e insinua-se para ele descaradamente deixando-o, muitas vezes, em situações das mais vexatórias e hilárias (hilárias para nós, leitores), tirando seu sossego, sua serenidade, abalando, totalmente, suas convicções. Bya também passa por problemas psicológicos, pois se ressente da falta de memória e teme viver sem um passado, sem lembranças que lhe causem saudades, que lhe deem, por exemplo, o direito de sentir o luto por seus pais. Ela precisa ter de volta sua memória, ter acesso as suas preferências, a seus amores e desafetos, seus medos erros e acertos, expectativas e sonhos, enfim, ter posse de sua história de vida.
“Imaginar meus próximos dias sem a constante ação da memória tem me deixado angustiada, como se algo faltasse no meu despertar.”
“...a cada vez que olho para ele me sinto sem ar, fantasio o sabor do seu beijo, o toque de sua carícia. Imagino a acolhida dos seus braços em torno do meu corpo, fantasio ainda o hálito quente dele próximo do meu ouvindo dizendo “SIM, eu quero ter você pra mim”.”

Pedro passa a viver atormentado, pois por querer honrar a a vontade dos pais de Bya, assume que o único papel que pode ter na vida dela é o de cuidador e protetor, mas não consegue controlar os pensamentos e desejos eróticos, cada vez mais incontroláveis, que sente por Bya. Essa dualidade de desejos faz com que os sintomas do TOC, os pensamentos intrusivos e a autoflagelação ressurjam e voltem a lhe atormentar com força total.
“Só de pensar em um homem olhando para ela, meu estômago revira. Sem dúvida o corpo dela é lindo e não faltarão azarões com cantadas idiotas vendo suas pernas torneadas e bronzeadas à mostra, mas isso eu não pretendia dizer a ela, na verdade nem sei por que pensei nas suas pernas.”
“Ela tem um talento todo especial de saber causar reações diversas em mim, do desejo à autocondenação.”

No decorrer da trama, Bya e Pedro vão percebendo que além do desejo carnal, o amor também vai se manifestando. O leitor vai experimentando cenas bem humoradas, sensuais, eróticas e românticas. Tudo na medida certa, sem apelações ou fora do contexto. É uma trajetória bonita, naturalmente bonita e excitante, onde os dois esforçam-se para se tornarem menos intransigentes, mais tolerantes e compreensivos, enfim, pessoas melhores, conscientes de que podem viver juntos, lado a lado e respeitando, convivendo e aprendendo com as diferenças, sem que um tenha que ser subjugado para que o outro possa permanecer forte, além, é claro, das batalhas individuais que cada um trava em busca de seus equilíbrios psicológicos. Posso garantir que o leitor não vai se deparar com soluções mirabolantes nem milagrosas. É notório que a autora tem conhecimento sobre o tema, para fornecer informações sobre sintomas, diagnóstico e o tratamento do transtorno, o que dá muito mais credibilidade à história. O final, como todo o resto da história, não tem conotação fantasiosa, com resultados mágicos e imediatos. É coerente, racional e harmonioso com o decorrer da trama, além de a autora ter reservado para seus leitores, uma grata surpresa e emocionante surpresa.

Sue Hecker, como sempre, utilizou-se de uma linguagem forte, direta, sem censura, sem “mimimis”, o que não torna o texto com conotação científica, xulo e/ou pornográfico, mas, sim, fiel as características dos personagens. Outro ponto que me agrada na escrita de Sue Hecker é que ela segue uma linha em seus livros que, em cada título, ela aborda uma doença, uma patologia, uma síndrome sem, entretanto, fazer do distúrbio abordado, o ponto principal da trama. Ela consegue conectar sempre, com harmonia e sem apelações, uma trama romântica e extremamente erótica e sensual, que além de despertar tesão e luxúria nos leitores, cumpre, também, seu papel social informando e dando subsídios aos leitores para que eles possam conviver com as pessoas ditas “diferentes” respeitando suas limitações, incentivando a busca de uma convivência mais realista e menos traumática com as patologias abordadas, além de enaltecer toda e qualquer superação obtida.
Li, amadorei e recomendo!

site: http://clubedolivro15.blogspot.com.br/2016/09/resenha-nacional-tutor-sue-hecker.html
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Mari Sales 27/05/2016

Tutor: O metódico versus a impulsividade
Tutor: O metódico versus a impulsividade. Proporcionando momentos de emoção e realidade, Sue Hecker aborda em seu livro um assunto um pouco mistificado, o transtorno obsessivo compulsivo, mais conhecido como TOC, em seu mocinho de olhos verdes penetrantes. Preparem-se para personagens fora do padrão e com muita bagagem.

Totalmente narrado em primeira pessoa, variando entre Pedro e Bya, essa história se mescla com alguns acontecimentos do livro “O lado bom de ser traída”, mas a narrativa focou, exclusivamente, no casal. Bom para nós, leitores, que temos a oportunidade de saber, do início ao fim, o surgimento da personalidade de cada personagem e suas motivações.

Teimosa, atrevida e muito ciumenta, Beatriz Eva, ou Bya, foge do padrão de mocinhas legais e gente boa. Ela tem um bom coração, é apaixonada e companheira, mas não é perfeita. Ela é gente como a gente, humana, impulsiva e um pouco inconsequente. Tudo bem se você não é assim, mas tenha a mente aberta para aceitar as loucuras de Bya.
“— Sim, quero que ele seja meu amante, meu homem, meu macho. Ou seja lá qual rótulo ele possa querer me dar.”
Tático e metódico, Pedro Salvatore entra na vida de Bya e vice-versa, para chocar os mundos. Enquanto ele é guiado por padrões e métodos, ela é guiada pelo impulso e pelo coração. Pedro sofre com TOC, mas não o transtorno que estamos acostumados a rotular um amigo, mas o transtorno que atinge as pessoas que realmente possuem esse transtorno.
“...acho que quando estamos muito aflitos e ansiosos, passamos por possíveis portas pelo labirinto e não enxergamos a saída, porque ficamos cegos com a nossa obsessão.”

Trôpega por causa de um acidente de carro que perde seus pais, Bya vira tutelada de Pedro, que era o parente mais próximo dela, já que a mãe dela era a filha da segunda esposa do pai de Pedro. Isso mesmo, eles não são parentes de sangue e, além do transtorno do Pedro, existe todo esse “rolo” familiar por trás e a recuperação do acidente de Bya.
Temperado com cenas íntimas criativas e preliminares excitantes, Bya protagoniza uma das cenas mais impertinentes que já li, quando espera Pedro em casa enquanto, na televisão, passa um filme pornográfico. Como de costume na vida desse casal, é claro que a cena tinha tudo para começar bem e terminar bem, mas começou mal e terminou muito... muito bem!
“P:> Viciada em churros ou em doce de leite?
B:> Em você.”

Tocada pelo conflito interno das personagens, deparei-me com assuntos que não tinha domínio e que me instigaram a pesquisar mais sobre: TOC, perda de memória, Brainspotting e arquitetura. Muito me agrada livros que, além do prazer da leitura, me estimulam a pesquisar e a querer saber mais sobre o assunto abordado.
Tendo em vista que a mocinha tem tendências impulsivas e a construção do amor entre o casal está fora do padrão (que, nas minhas leituras são: amor à primeira vista, se conhecerem com alguns imprevistos, revelação de um segredo que abala a confiança e o perdão), alguns leitores podem estranharem.

Tratado de uma maneira criativa, acompanhamos a evolução do Pedro em tratar o TOC, juntamente com a evolução da maturidade de Bya, que começa insegura, tanto quanto Pedro. Para os românticos e apaixonados de plantão, encontramos várias surpresas inusitadas no livro, como uma música exclusiva (www.youtube.com/watch?v=SV8-2ezK26M).

site: http://www.resenhasnacionais.com.br/2016/05/sue-hecker-tutor.html
Taiana.Bittencourt 30/06/2016minha estante
O tutor é um livro fantástico vocês vão se apaixonar pelo Pedro e pela Bya. Super indico.


Iza 26/10/2016minha estante
Não sei se o problema sou eu, mais não acho em lugar nenhum, nem em PDF e no wtp só tem 10 cap. Não aguento :(


Julindgri 26/12/2016minha estante
Mari, como está a diagramação desse livro??
Você leu ele já publicado ou no wtp?




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