Fernanda631 09/12/2022
DOM QUIXOTE
Dom Quixote de La Mancha é uma obra do escritor espanhol Miguel de Cervantes, publicada em duas partes. A primeira surgiu em 1605 e a segunda dez anos depois, em 1615.
Considerada a maior obra da literatura espanhola e o segundo livro mais lido da História, seu contributo para a cultura ocidental é incalculável. Em 2002 inclusive a obra foi considerada o melhor livro de todos os tempos. Dom Quixote é apontado como o primeiro romance moderno, tendo influenciado várias gerações de autores que se seguiram. O gênero, por sua vez, é uma sátira as novelas antigas de cavalaria.
A obra Dom Quixote é bastante diferente dos romances publicados na época. Os seus personagens parecem ter pulado do livro para o imaginário contemporâneo, sendo representadas através de diversos meios (pintura, poesia, cinema, música, entre outros).
A obra narra as aventuras e desventuras de Dom Quixote, um homem de meia idade que resolveu se tornar cavaleiro andante depois de ler muitos romances de cavalaria. Providenciando cavalo e armadura, resolve lutar para provar seu amor por Dulcineia de Toboso, uma mulher imaginária. Consegue também um escudeiro, Sancho Pança, que resolve acompanhá-lo, acreditando que será recompensado.
Quixote mistura fantasia e realidade, se comportando como se estivesse em um romance de cavalaria. Transforma obstáculos banais (como moinhos de vento ou ovelhas) em gigantes e exércitos de inimigos.
É derrotado e espancado inúmeras vezes, sendo batizado de "Cavaleiro da Fraca Figura", mas sempre se recupera e insiste nos seus objetivos.
Só volta para casa quando é vencido em batalha por outro cavaleiro e forçado a abandonar a cavalaria. Longe da estrada, fica doente e acaba morrendo. Nos seus momentos finais, recupera a consciência e pede perdão aos seus amigos e familiares.
A obra é dividida em duas partes. Na primeira o personagem vive grandes aventuras ao lado de Sancho Pança em uma viagem, interrompida por sua família. Já na segunda parte, Mancha volta a estrada e mais uma vez se depara com grandes desafios para provar seu amor até a morte.
A primeira parte
Um homem de meia-idade que possui uma imaginação bastante fértil. Por gostar de ler muitos romances à época, Dom passa a imaginar que é um cavaleiro medieval e precisa defender sua honra. Assim como provar seu amor por Dulcineia de Toboso, uma donzela imaginária.
Dom acaba inventando uma amada, pois em todos os romances que leu havia uma mulher pela qual o herói lutava, imaginando, assim, a figura de Dulcineia del Toboso, que seria uma dama muito bela e nobre (sendo ela inspirada numa possível paixão da juventude de Quixote).
Ele acabou lendo tanto que enlouqueceu, e passou a confundir fantasia e realidade, resolvendo partir de sua pequena vila e viajar por toda a Espanha em busca de aventuras, como os cavaleiros faziam.
Em meio a esse delírio, Quixote decide usar uma armadura toda enferrujada e montar em seu cavalo Rocinante, que ele acredita ser forte e belo, mas que na verdade é muito magro e fraquinho.
Encontra um albergue simples que confunde com um castelo. Pensando que o dono é um cavaleiro disposto a ordená-lo, resolve guardar o lugar durante a noite. Quando um bando de camponeses se aproxima, pensa que são inimigos e os ataca, acabando machucado. Depois de uma falsa sagração, o dono do albergue o manda embora, dizendo que já é cavaleiro. Depois desse episódio, ele convenceu Sancho Pança a segui-lo como fiel escudeiro, com a promessa de dinheiro e fama. Embora ferido, Quixote volta para casa feliz.
A sobrinha do protagonista fica preocupada com sua saúde mental e pede ajuda ao Padre, que associou as ações dele à loucura por conta da leitura.. Decidem queimar seus livros para resolver o problema, mas ele pensa ser obra de Frestão, seu inimigo feiticeiro.
Parte em busca de vingança e se depara com cenários do cotidiano que a sua imaginação transforma em adversários. Assim, luta contra moinhos de vento pensando que são gigantes e quando é empurrado por eles, declara que estavam encantados por Frestão.
Passando por dois sacerdotes que carregavam a estátua de uma santa, pensa que está perante dois feiticeiros sequestrando uma princesa e resolve atacá-los. É durante esse episódio que Sancho o batiza de “Cavaleiro da Fraca Figura”.
Em seguida, tenta enfrentar vinte homens que aparecem para roubá-los e ambos acabam sendo espancados. Quando recuperam, encontram dois rebanhos que caminham em direções contrárias e estão prestes a se cruzar. Quixote imagina que são dois exércitos adversários e decide se juntar ao lado mais fraco. Sancho tenta chamar o amo à razão, mas ele se recusa a escutar e acaba lutando com os pastores e perdendo até os dentes.
Depois se depara com um grupo de prisioneiros escoltados por guardas, que estavam sendo levados para campos de trabalho forçado. Vendo que estão acorrentados, questiona os homens acerca de seus crimes e todos parecem inofensivos (amor, música e feitiçaria, por exemplo). Decide que é preciso salvá-los e ataca os guardas, livrando os homens de suas correntes. Eles, no entanto, o agridem e assaltam.
Triste, Quixote escreve uma carta de amor para Dulcineia e manda Sancho entregar. No caminho, o escudeiro se depara com o Padre e o Barbeiro que o forçam a revelar o paradeiro do seu amo. Assim, Dom Quixote ou o Cavaleiro da Fraca Figura", cavaleiro da triste figura, foi levado para casa, porém continuou vivendo seu delírio de novela de cavalaria, persistindo nas suas fantasias de cavalaria.
Segunda parte
Logo Quixote regressa à estrada e, ao ver um grupo de atores ambulantes, pensar estar perante demônios e monstros, atacando-os. A cena é interrompida pela chegada de outro homem, o Cavaleiro dos Espelhos, que afirma que a sua amada é a mais bela e que está a disposto a duelar quem disser o contrário.
Para defender a honra de Dulcineia, enfrenta o adversário e vence o combate. Descobre que o Cavaleiro dos Espelhos era, na verdade, Sansão Carrasco, um amigo que estava tentando dissuadi-lo da vida de cavalaria. Mais adiante, Quixote e Sancho conhecem um casal misterioso, o Duque e a Duquesa. Eles afirmaram que leram um livro sobre seus feitos heróicos, e conheciam através de um livro que circulava na região. Resolvem recebê-lo com todas as honras dignas de um cavaleiro, rindo das suas ilusões. Pregam também uma peça a Sancho Pança, nomeando o escudeiro para o cargo de governador de um povoado.
Exausto por tentar cumprir todas as obrigações do cargo, Sancho não consegue descansar nem desfrutar a vida, chegando a passar fome por temer o envenenamento. Depois de uma semana, resolve desistir do poder e voltar a ser escudeiro. Novamente reunidos, eles abandonam o castelo dos duques e partem a caminho de Barcelona. É aí que surge o Cavaleiro da Lua Branca afirmando a beleza e superioridade da sua amada.
Por amor a Dulcineia, o protagonista duela com o Cavaleiro da Lua, porém, desta vez, se ele perdesse, ele teria que desistir da vida de cavalaria. Quixote é vencido diante de uma multidão. O adversário era, mais uma vez, Sansão Carrasco, que montou um plano para salvá-lo de suas fantasias. Humilhado, regressa a casa, mas acaba ficando doente e deprimido. No seu leito de morte, recupera a consciência e pede perdão à sobrinha e a Sancho Pança, que este, assim como na aventura, manteve-se ao lado do seu amo até o seu último suspiro.
Os personagens do romance Dom Quixote são personagens com muitas complexidades e ainda hoje ressoam em nossa literatura.
Dom Quixote, cujo nome verdadeiro é Alonso Quijano, é a representação perfeita dos cavaleiros aldeões da época de Cervantes, sendo alto, esbelto e magro. Para fugir do tédio de suas aldeias, esses homens se debruçavam sobre os livros de cavalaria. Não por acaso, o excesso de leitura arrancou Dom Quixote da realidade. Assim, ele passou a viver sua própria loucura no mundo da fantasia. Para Quixote de La Mancha, o mundo injusto e instável precisava de ajuda. Portanto, ele aceitou a tarefa e a sua recompensa foi o amor impossível de Dulcineia de Toboso.
Sancho Pança é o fiel escudeiro de nosso herói. Fisicamente, ele é o oposto de Dom Quixote, ou seja, baixo e gorducho. Moralmente, também possui diferenças em relação ao nosso fidalgo, já que ambos pertencem a mundos distintos. Sancho é um toque de realidade na história, sempre tentando trazer Quixote para o mundo real, mas tendo um carinho muito grande por ele e se mantendo leal até o fim da história.
Dulcineia de Toboso é o ideal do amor impossível. Ela é idealizada a partir do amor da juventude de Dom Quixote: Aldonza Lorenzo, uma camponesa. Mas, diferente desta, Dulcineia faz parte da nobreza, além de ser bela e honrada.
Cervantes deixou claro em seu prólogo qual era o objetivo do livro: criticar os romances de cavalaria. Para isso, ele utiliza a paródia. As fantasias criadas por Dom Quixote se devem ao excesso de leitura. Assim, a crítica que o livro apresenta é a de que a literatura estimula a imaginação dos leitores. Isso faz com que eles vivam no mundo dos sonhos. Além da crítica aos romances de cavalaria, ou seja, à própria literatura, Dom Quixote, como um grande romance, trata de outras temáticas.
No Prólogo, Cervantes esclarece que seu objetivo era satirizar os livros de cavalaria, muito comuns em sua época.
Dom Quixote de La Mancha é uma crítica que Miguel de Cervantes faz a política Espanhola dos séculos XVI e XVII. Em que o belo e magro fidalgo Dom Quesada ou Quixano, mais conhecido como Dom Quixote, representa a queda do Império Espanhol. Assim, não é por acaso que, por amor aos romances de cavalaria, o protagonista do livro se intitula Dom Quixote de la Mancha e passa a imitar os cavaleiros que tanto admira.
Dom Quixote de La Mancha não tem outros inimigos além dos que povoam sua mente enlouquecida. Seu cavalo não é um alazão imponente, seu escudeiro é um simples camponês da vizinhança e ele próprio foi ordenado cavaleiro por um estalajadeiro. Para completar, o narrador da história afirma se tratar de um relato de segunda mão, escrito pelo historiador árabe Cide Hamete Benengeli, e que seu trabalho se resume a compilar informações.
Este livro é muito importante justamente por trazer um personagem sonhador que é deslocado no tempo, pois é alguém que, em meio sua loucura, acaba querendo ressuscitar valores que já haviam sido extintos, o que resulta em várias confusões com outras pessoas e diversos episódios divertidos.
Dom Quixote acabou sendo um símbolo do homem sonhador e cheio de ideais, que faz de tudo para alcançar o que deseja e fazer aquilo que acha ser certo e justo
Este livro é muito importante justamente por trazer um personagem sonhador que é deslocado no tempo, pois é alguém que, em meio sua loucura, acaba querendo ressuscitar valores que já haviam sido extintos, o que resulta em várias confusões com outras pessoas e diversos episódios divertidos.
Dom Quixote acabou sendo um símbolo do homem sonhador e cheio de ideais, que faz de tudo para alcançar o que deseja e fazer aquilo que acha ser certo e justo.