Kaire 18/04/2021
A segunda face da morte: a justiça.
Foi impossível não se interessar pela história da Sybella no livro anterior e aguardei ansiosamente por isso. Ela é apresentada como alguém que deseja se encontrar com a morte por causa de um passado recente repleto de trágedias que são um mistério, mas que são sentidas de forma arrebatadora. Sendo assim, iniciei o livro dela super tensa ao ver, logo na sinopse, que sua jornada havia levado ela até o inimigo mais cruel da duquesa, o D'albret.
Descobrir que ela não ela não era uma estranha na corte do D'albret, e que sua vida familiar era um horror conhecido pela condessa, e que isso não a impediu de mandá-la de volta pra esse inferno, deixou tudo muito tenso. Como se isso não bastasse, a Sybella vivia cheia de segredos que faziam meu mundo cair a cada hora que eram revelados. Tudo de ruim que uma pessoa poderia passar, a Sybella passou, então me agarrei a qualquer possibilidade de felicidade que poderia aparecer - e aí entrou o Fera.
Apesar de ser coadjuvante, eu havia me apegado ao Fera e lamentei sua aparente morte no primeiro livro. Então, quando soube na sinopse que ele havia se tornado a missão da Sybella, fui conquistada e torci para que tudo fosse feito da melhor maneira possível - e não me decepcionei. A cada dia a relação era fortalecida pela convicção e reconhecimento de que a morte os uniam pelo sacrifício do amor que sentiam pelo dever - Sybella, a justiça que não era feita para todos; Fera, a honra que todos mereciam. Sybella precisava conhecer que o amor não a tornava vulnerável, mas merecedora do dom de Mortain, e ver o Fera revelando qual foi o momento em que percebeu o sentimento foi tudo na minha vida por fazer ela entender a totalidade do amor com ele aceitando tudo que ela era, até o que ela mais rejeitava, e que isso era libertador.
Sei que pode parecer muito bobo essa inserção do amor como algo que supera tudo, mas a colocação do amor nessa trilogia não é vista só de forma romântica, ainda mais quando se fala das duas deusas que regem o sentimento. Ele é posto como algo às vezes cruel e deturpado, mas não deixa de ser o que é, e isso é perfeito.
Tudo nesse livro é bom, até às desgraceiras, e confesso ter lamentado o fim de alguns (Julian, estou falando de você, mas só porque houve compreensão do erro no fim e a morte o aceitou). Outros, entretanto, eu comemorei até dizer chega. O fim do D'albret foi a melhor coisa possível e quero citação no próximo livro dele ainda vivendo esse inferno em vida.
Enfim, lamento ter acabado. Queria bem mais da Sybella e Fera quase se sacrificando em uma batalha juntos e depois se salvando um no outro, mas agora já era. Hora de terminar a trilogia com a certeza de que não irei me decepcionar.