bubuletta 21/04/2024
Freud, 🤬 #$%!&
"Papel de Parede Amarelo", escrito por Charlotte Perkins Gilman, é uma obra literária que mergulha nas profundezas da psique feminina, explorando as complexidades da condição feminina em uma sociedade dominada por valores patriarcais. A história é narrada por uma mulher confinada em uma casa de veraneio pelo marido, um médico, sob o pretexto de um "tratamento" para sua suposta "histeria".
A protagonista, vive uma vida de reclusão e isolamento, submetida a um regime de descanso absoluto e privação sensorial. Confinada em um quarto com papel de parede amarelo, ela começa a projetar suas emoções e pensamentos reprimidos na padronagem do papel de parede, identificando-se cada vez mais com o padrão labiríntico que ela acredita esconder algo por trás.
O papel de parede torna-se um símbolo poderoso da opressão e da repressão que a protagonista enfrenta, refletindo a sua própria luta contra a marginalização e a invisibilidade na sociedade. Ela não é querida pelas pessoas ao seu redor e não consegue expressar suas emoções de forma adequada, exceto através de seu diário secreto mesmo que esse seja fortemente contra indicado pelo marido e pelo irmão (ambos médicos (ruins)). Nele, ela desabafa suas angústias, medos e desejos reprimidos, revelando uma alma sensível e atormentada que busca compreensão e libertação. De forma natural ela sabia o que, hoje, profissionais sérios ligados a saúde mental sabem: +Escrever pode ajudar na expressão e no processamento de emoções complexas
+Escrever pode atuar como uma válvula de escape para o estresse e a ansiedade +Escrever pode atuar como uma válvula de escape para o estresse e a ansiedade +Escrever pode ser uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento. + Escrever pode ajudar a organizar nossos pensamentos e ideias, facilitando a resolução de problemas e a tomada de decisões. +a escrita expressiva pode ter efeitos positivos sobre a saúde mental, incluindo a redução dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Ela podia parecer ter uma rede de apoio para pessoas externas, mas no final a única pessoa que fez algo para ajuda-la foi ela mesma.
Mas ao longo da narrativa, vamos acompanhar o declínio gradual da sanidade da protagonista, enquanto ela se aprofunda em sua obsessão pelo papel de parede e começa a perder a conexão com a realidade. É uma jornada angustiante e perturbadora, que nos confronta com as consequências devastadoras da opressão e da marginalização sobre a psique de uma mulher.
A escrita eloquente e introspectiva de Gilman nos permite acessar os pensamentos mais íntimos e perturbadores da protagonista, proporcionando uma experiência de leitura intensa e impactante. A história nos desafia a refletir sobre as normas sociais e os papéis de gênero que frequentemente limitam e restringem as mulheres, questionando os fundamentos de uma sociedade que marginaliza e silencia as vozes femininas. As mudanças ocorridas nesse campo da saúde mental da mulher são suficientes para ampara-las em seus diferentes contextos sociais, de raça e gênero? O mundo está longe de ser cor de rosa, ele continua amarelo. P.S peço desculpas a cor amarela.