spoiler visualizarPaula.Serkonos 06/12/2011
Eu ♥ Resenhas: Living Dead Girl
Se o título e a sinopse do livro não sugerem algo perversamente cruel, eu não sei mais o que fazer. Perturbador, dilacerante, desesperado e deprimente, assim é Living Dead Girl. O tema abordado por Scott raramente é visto por aí, o que faz desse livro um must-read. Quantos livros sobre pedofilia você já leu?
É extremamente doloroso. Eu estive contando as páginas, sem mentiras. Calculando, pois o E-book tem 105 e o livro 170. "Ok, já li até a página 85 de acordo com o livro... Não deve faltar muito. Vai acabar logo".
Living Dead Girl conta a história de "Alice", uma menina de dez anos que foi sequestrada por Ray. Ela não pode nem tentar fugir sem que Ray ameace de matar sua família, então ela se submete a fazer todas as vontades dele. Eu disse todas, sem exceções. E assim fica por cinco anos, tornando-se vazia, oca, sem emoções... Uma menina morta viva, como ela mesma diz. Todos os dias sendo abusada sexualmente por Ray, tendo apenas dois iogurtes por dia para alimentar-se, forçada a depilar-se sempre para manter a imagem de criança que ele quer, com as roupas dele, um banho por semana e nada mais. Ela é obrigada a roubar moedas nas roupas sujas que ficam na lavanderia do prédio, podendo assim conseguir algum sustento.
A narração é simples e não há muitas descrições, o que torna o livro fácil de ler e aguentar até o final se você é um daqueles emocionalmente frágeis, que tomam a dor dos personagens. Mas mesmo se você não for assim, ainda será doloroso lê-lo.
Living Dead Girl não é uma história bonita, você não irá rir ou se deliciar em algum momento, a menos que seja um doente como Ray. É triste, doloroso e você sentirá arrepios em certos momentos narrados por Alice.
E ao final do capítulo 65, o último, me veio a frase de Alice, talvez enquanto ainda era Kayla Davis, moradora da Rua Daise Lane 623: Eu não sabia como tinha sorte.
"Eu sou Alice, e Ray sonha no meio da noite, sonhos felizes que acordam-no e fazem-no rolar em mim, apertando minha cabeça no travesseiro. Sufocar parece tão fácil, mas não importa o quanto eu pressione o meu rosto para baixo, não importa o quanto eu tente respirar no tecido, e não do ar, não há escapatória para mim."
http://www.eucoracaolivros.com/2011/03/resenha-living-dead-girl.html