Joemy 16/02/2017
O livro que me deu novos significados para os livros poéticos bíblicos (e para a própria Bíblia)
Ontem concluí a leitura de “Lendo os Salmos” (“Reflections on the Psalms”, no título original). Para quem praticamente, desde a 6ª série do ensino fundamental (atual 7º ano), todo ano lia algum livro de C. S. Lewis (o escritor que Deus usou para moldar minha cosmovisão), passar 3 anos sem fazê-lo foi um baita jejum (o último livro lewisiano que li foi “Perelandra”, em dezembro de 2013). Ler “Lendo os Salmos” foi um retorno em grande estilo, fazendo-me relembrar o que me encantava nos escritos de Lewis.
Nestes 15 anos de leitura bíblica, sempre achei no mínimo “estranhas” muitas passagens que lia nos Salmos e nos Provérbios. Pareciam-me que, mesmos inspirados por Deus, eram textos desconectados da realidade, com o seu senso de “aqui se faz, aqui se paga”, por exemplo. Não é à toa que a teologia da prosperidade e do triunfalismo tem sua "base bíblica". Eu não tinha o direito de descrer da verdade bíblica somente por causa disso, nem poderia correr o risco de “jogar o bebê fora com a água do banho”. Por esse e por outros motivos pude facilmente identificar-me com as dificuldades que Lewis encontrou em suas leituras das Escrituras.
Neste Brasil de multidões de “leitores iletrados” afetados pelo pedantismo intelectual esquerdista (infelizmente, os evangélicos não estão isentos disso), preciso ressaltar que ter desfrutado este livro não significa que eu concorde com todas as afirmações do autor, que é um dos meus prediletos. Amá-lo me faz ler seus escritos e admirá-los, a despeito de saber muito bem quais são as suas “heresias”.
O maior benefício que pude tirar de “Lendo os Salmos” foi reconciliar-me (não vejo outra palavra melhor) com as partes complicadas (para mim) da Bíblia, como também aprofundar minha apreciação pelas passagens que sempre amei. Isso foi possível com a inestimável ajuda de Lewis e sua vasta erudição, esse “leigo” experiente em qualquer assunto, inclusive os significados da literatura bíblica.
Antes de dormir, fiz uma breve oração agradecendo a Deus por ter criado C. S. Lewis, com sua mente arguta e sua imensa vontade de abraçar a verdade. Para mim, ficou o desejo de nunca menosprezar o que Lewis afirma na introdução do livro: “Um homem não pode defender a verdade o tempo todo; é preciso que também haja um tempo para que possa alimentar-se dela.”.
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