Luís XVI

Luís XVI Bernard Vincent



Resenhas - Luís XVI


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Eduardo Garcia 16/08/2021

As luzes que matam
Diferente de Stefan Sweig em sua excepcional biografia de Maria Antonieta, Bernard Vincent deixa no ar a pergunta que não quer calar: culpado ou inocente? Ao carregar sobre seus ombros a revolta em cima de um regime condenado por duas revoluções recém deflagradas, a americana e a industrial, e uma igreja corrompida pelas ideias das luzes, vide o exemplo de padres corruptos ou maçons, Luís XVI é a caricatura da revolução mais amada, mas ao mesmo tempo, mais odiada. Amado pelo povo, principalmente do interior da França. Odiado pelo povo de Paris, tem a sua morte decretada em função do medo de uma contra revolução e uma possível queda do poder por parte dos jacobinos. Traidor da França? Traidor das tradições da Igreja do Papa? Depende do ponto de vista de cada autor e comentarista da revolução, mas, Bernard Vincent acerta em cheio num ponto pouco mencionado nos livros: sem Luís XVI a república americana tardaria em se estabelecer.
comentários(0)comente



Thiago662 07/07/2021

Não há mudança sem luta, sem revolução.
Apesar de focar principalmente na política, apresenta pequenos elementos que permitem conhecer melhor a personalidade de Luís XVI, como um homem simples, religioso, culto, devotado a família.

Foram anos de monarquia absolutista que ele teve que encarnar. Talvez sua morte se deva muito mais aos erros do passado (de toda uma história de injustiças desenvolvidas por reis franceses) do que propriamente por erros seus, embora eles tenham ocorrido. Muitas vezes Luis XVI ficou em cima do muro, entre o seu suposto direito divino ou entre as reformas que eram altamente necessárias para o surgimento de uma França moderna.

As reformas esbarraram na reação dos privilegiados que não queriam perder nenhuma das suas regalias. E o rei tentou muitas vezes. No fim, foi abandonado por todos, inclusive por seus próprios irmãos. Não há mudança sem revolução. Isso é um pano de fundo do livro.
comentários(0)comente



Alipio 28/06/2020

Luis XVI
O reinado de Luís XVI, rei absolutista da França, é marcado por sucessões de erros.
Como é possível que um monarca absoluto, católico, apoiasse americanos protestantes revoltosos a inssurgir contra o império britânico e proclamar a sua independência, conseguindo com isso arruinar as finanças do seu País. Seria o desejo de se vingar dos fracassos amargos sofridos da famosa guerra dos sete anos?
O historiador Bernand Vincent, concentra-se mais no aspecto político de seu reinado do que a sua vida pessoal.
Após a revolução francesa em 1789 e com a sua fuga em 1791 , foi julgado e condenado por traição sendo condenado à execução na guilhotina em 1793 aos 39 anos de idade.

@livros.historia
comentários(0)comente



Ângelo Von Clemente 07/02/2016

Uma retratação histórica arrebatadora
Faz demasiado tempo desde que li esta edição pela primeira vez, mas as impressões que ela me ocasionaram perduram intactas até os dias de hoje. Vãs palavras não definem a admiração que me desperta o trabalho de Bernard Vincent como historiador, visto que o que ele realiza nessa obra não é somente um mero trabalho acadêmico vazio e vago, mas algo infinitamente superior; Lutar contra mitos, esmagar caricaturas criadas por mais de duzentos anos de um trabalho intensivo de desconstrução histórica republicana, dentro da qual Louis XVI é lamentavelmente retratado como um ''Glutão frívolo, indeciso, lerdo, comandado pela esposa, volúvel, despótico, lerdo'' dentre outras características desfavoráveis. A narrativa de Bernard Vincent é mais apropriada para leitores que estão habituados ao contexto da revolução francesa, creio que pelo teor acadêmico no qual ele foca... Revela sobre uma luz completamente nova uma figura histórica que por séculos foi massacrada, demonizada, e injustiçada. Com uma coragem e uma seriedade sem precedentes, o autor coloca á prova todos os mitos revolucionários criados após 1789, destruindo-os com uma arma muito mais poderosa que a pseudo-intelectualidade de falsos historiadores hipócritas; Documentos históricos, relatos confiáveis e por natureza incontestáveis, que revelam não somente a figura humana que foi Louis XVI, mas todas as desgraças e injustiça que ele sofreu, e que sua imagem sofre até este século.

† 21 de Janeiro de 1793 - Minha homenagem para aquele cuja coragem e amor à humanidade nunca foram devidamente reconhecidos. Louis XVI †
Glória ao semblante sereno e resignado do homem que neste mesmo dia, há mais de dois séculos, subiu os degraus infames do cadafalso em plena revolução francesa, esse mesmo cuja presença de espírito permaneceu inatingível, mesmo sofrendo as mais ordinárias provações de sua era.
Humilhado, traído, abandonado, enlutado pela morte de dois filhos, incompreendido por seus semelhantes, e vítima de calúnias que ganharam o inconsciente da posteridade. Em seu momento áureo, ao encarar a guilhotina, Louis XVI fez calar a turba parisiense com suas últimas palavras inacabadas, essas destinadas às gerações futuras, que não tardaram em ser interrompidas pelo rufar covarde dos tambores revolucionários:
"Eu morro inocente dos crimes que me imputam. Perdoou os autores de minha morte. Rogo a Deus que o sangue que vocês derramarão jamais recaia sobre a França."
Acusado de despotismo aquele que em plena atividade de seus poderes jamais o utilizou para oprimir ou empregar a força. Ou como teria respondido Madame Elisabeth (irmã de Louis XVI) durante o tribunal revolucionário, quando indagada pelo promotor do comitê de segurança pública sobre a acusação de ser "irmã de um tirano ":
"Se realmente meu irmão tivesse sido um tirano, monsieur, tenha certeza de que eu não me encontraria nessa condição atual, tampouco o senhor na sua."
Meu espírito encontra o luto por este que acima de ter sido somente um mero monarca para a nação francesa, foi um verdadeiro pai para o seu povo, e o amou tão imensamente que por ele sacrificou tudo; Sua coroa, sua existência carnal, e mais admiravelmente ainda: o destino de sua família.
Ignorantes aqueles incapazes de enxergar além das quimeras e dos mitos pretensiosos. A estes satisfaz a palavra de uns dois ou três pseudo-"historiadores", ou de algum livreco didático medíocre, para cuja imagem de Louis XVI nunca passará do esbolço de uma caricatura completamente inverossímil e absurda.
∞ Vive le roi ∞
comentários(0)comente



Vanessa 03/03/2015

Esse livro dá uma perspectiva totalmente diferente da que nos é ensinada nos livros de história tanto com relação à Luís XVI, quanto à Revolução Francesa.
comentários(0)comente



Dani Fuller 20/12/2014

Regenerador da liberdade pública, restaurador da propriedade nacional, pai do povo francês.
A sabedoria diz que devemos desconfiar das aparências e que não se mede o valor de uma criança pelo barulho que ela faz ou pega arrogância que demonstra. (…) as crianças ativas, ousadas e loquazes devem ser hábeis (…) sua vivacidade torna-se frequentemente aborrecida e inoportuna; elas deixam de ser pessoas honestas quando chega o momento de sê-lo. (…)seria injusto julgar mal essas crianças que vemos envergonhadas em grupo, que só falam quando as provocamos (…). Elas geralmente escondem mais ‘senso e julgamento’ do que se poderia crer, e convém ‘esperar algo delas'

Minha admiração por ele começa desde criança. Sua aparência de frágil, mas com inteligência já fora do comum….. desde cedo apenas conhecido como o irmão do Delfim (nome dado ao primogênito na França). Sempre apoiando seu irmão mais velho. Apesar de ser um tanto menosprezado. Sua vida começa a ter grandes mudanças quando o irmão sofre uma queda, e passa a correr risco de vida. Mesmo de cama e nas últimas, o irmão é inspiração para ele, pois é corajoso e continua assumindo sua condição de futuro rei. Sua morte gera um impacto profundo ao pequeno Luís, que passa a assumir a nova responsabilidade. É planejado também o seu casamento, a escolhida foi Maria Antonieta (mais uma que sempre me interessei em conhecer mais).

“(…) se Luís XVI devia até então sua coroa ao seu nascimento, ‘hoje o senhor a deve somente a vossas virtudes'”

E foi realizado o casamento de Luís (estava com 15 anos, apesar do que diz na sinopse) e Maria (14). E como todo casamento real… todo tipo de história e boatos foi envolvido nele. Mas o que irei realmente destacar foi o respeito que Luís sempre apresentou para com Maria Antonieta. Muitos consideravam isso com um aspecto machista. Eu peguei uma certa raiva por ela.. ou é apenas daquelas pessoas que amamos odiar. Mas realmente posso culpá-la? O que adiantava nascer mulher e bocó? Precisava ser inteligente, mas com classe e charme. E discreta, lógico. Apesar de toda minha admiração pela pessoa do Luís XVI, meu lado feminino não consegue ficar quieto rs.

“(…) Luís XVI, fiel a seus princípios morais mais arraigados, não quisera restabelecer a ordem a qualquer preço e salvar a monarquia mandando atirar no povo. Cruel destino, seguramente, o de um rei que, por fraqueza ou por honra, logo pagaria com seu sangue a recusa de derramar o de seus súditos.”

Não sei se posso falar de justiça.. não sei se o autor foi imparcial. Se foi e ainda sim tudo aconteceu da forma como transcreveu faz eu me sentir ainda pior. A biografia finaliza muito bem quando diz que para a França conseguir sua ‘liberdade’, a república que é tão apegada hoje em dia, necessitava de um ‘sacrifício fundador’, porém a injustiça está na escolha do sacrifício. Mataram justamente o mais humano e menos imoral dos reis.. e perseguiram sua família, como uma forma de vingança por tudo que o ‘povo’ precisou passar desde que a monarquia foi instaurada.

“(…) o destino se equivocara ao fazer rei, na cruel era das revoluções, um homem concebido para a felicidade e os prazeres simples, para o amor dos seus e de seus súditos, para a paixão das ciências e das técnicas, para a preocupação de espalhar o bem, para o ódio ao sangue derramado – um homem mal feito para enfrentar, apesar de sua coragem, seu senso de dever e de sua dignidade, as violências inexoráveis da história. Mas quem, nas mesmas condições, com exceção talvez de Nero e Calígula, teria feito melhor que ele?”

site: http://danifuller.com/livro-luis-xvi
Ângelo Von Clemente 07/02/2016minha estante
me emocionei com a sua resenha! É verdadeiramente preciosa.


Dani Fuller 20/06/2016minha estante
obrigada




6 encontrados | exibindo 1 a 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR