O Diabo Enamorado

O Diabo Enamorado Jacques Cazotte




Resenhas - O Diabo Enamorado


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Everton Furtado 14/09/2016

" Você Acredita no diabo?"
"não" - disse ela
"Deveria! Ele acredita em você."
Não teria outra forma de começar um pensamento sobra a obra de Cazzote a não ser por essa mensagem que foi dita em um filme qualquer.
Assim que terminei o livro fiquei pensando no objetivo, particularidade minha que sempre tenta encontrar a origem ou a razão para determinada situação, e no entanto não descobri até agora o que o Diabo queria com o protagonista. Qual era sua real intenção? Ou devemos acreditar que ele realmente se apaixonou? Mistério que fica a critério do leitor e esquenta nossas cabeças atrás de respostas.
De modo geral, a figura do diabo, pode ser identificada como o grande mestre da “ilusão”, na medida em que ele pode ser qualquer um e/ou qualquer coisa. Esta diversidade é a mesma do pecado e a da tentação, podendo assumir, em suas diferentes representações, configurações que oscilam entre a humanidade e a animalidade, como as atuações que acompanha as diferentes personalidades assumidas por Biondetta e, nos mostra também como somos pífios quando apaixonados. A obra vem provar nada mais nada menos que o amor pode cegar até as mentes mais brilhantes, enfraquecer o coração mais duro e assim tirar o rumo de qualquer um, não é a toa que a grande parte das guerras travadas na humanidade começou pelo amor de uma mulher.
Mesmo o autor desconhecendo na epoca de sua criação desta obra os segredos dos iniciados, ele descreve cabala e mostra conhecer muito bem as formas de invocações como um velho estudante da arte, o próprio personagem no auge de sua excitação para com os companheiros, queria provar sua coragem e o quanto era destemido, mas se esquecia que brincar com forças ocultas pode ter o seu preço quando não se sabe controlá-la.
Mesmo sendo um homem confiante, inteligente e astuto, Alvaro nos prova que não somos nada enquanto mortais e, ainda profanos, nem mesmo iniciados escapam as lições que deveras primeiro a respeitar, para depois aprender. Subliminarmente e inconsequentemente escrito como uma fábula O Diabo Enamorado escancara um jogo sutil entre a moral imposta aos dois personagens centrais e a crença no poder. Vemos a personagem expor sua natureza feminina em estado um natural, e suas investidas para seduzir Alvaro reitera as crenças cabalísticas de que o demônio é poderoso o bastante para se utilizar de criaturas elementares para adiantar a queda dos pretensiosos que pensam poder usar indiscriminadamente as práticas de magia.

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