Luciano Luíz 04/02/2020
Em 2003 eu ouvia falar de um tal HARRY POTTER. Que era um menino bruxo e ia numa escola de magia. Uns falavam do filme e outros mencionavam livros. Não me interessei. Tinha o costume de ir diariamente a biblioteca. Gostava de ler romances. No entanto, um dia na parte de uma estante destinada a literatura inglesa, vi HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL. E pensei: por que não?! Peguei o livro, me dirigi ao balcão, minha carteirinha de empréstimo foi carimbada e então saí olhando aquela capa com um menino montado numa vassoura. Atrás tinha um cachorro de três cabeças e mais outro sujeito com um manto... Comecei a ler na rua, hábito antigo. De noite resolvi me dedicar ao livro. Achei bom. Narrativa simples. Enredo simpático. Um bruxo das trevas que assassina um casal, mas o filho bebê sai ileso, ou quase, com uma cicatriz em forma de raio na testa. Aí ele é criado pelos tios e depois revela-se que é um bruxo e tem de ir estudar numa escola bruxa. Lá faz amigos, inimigos e claro, descobre que o tal vilão não morreu e quer a todo custo o matar.
Nem tinha concluído a leitura e na manhã seguinte voltei à biblioteca e catei: A CÂMARA SECRETA, O PRISIONEIRO DE AZKABAN e também O CÁLICE DE FOGO. Na mesma semana tinha lido os quatro. Apesar de ter algumas repetições, compensou. Começa na casa dos tios, termina na estação de trem. Sempre muda o professor de Defesa Contra Artes das Trevas e blá, blá, blá...
Naquele ano foi anunciado o volume cinco, A ORDEM DA FÊNIX. E é claro que o livro veio para a biblioteca pública. Mas era difícil de encontrar, porque muita gente lia. E pra minha sorte num dia que eu nem lembrava mais, vi o exemplar sobre o balcão, numa sexta-feira quando alguém acabara de devolver. Pois bem, foi uma ótima leitura.
O tempo foi passando e tive menos tempo para frequentar a biblioteca. Mas fiquei antenado para o lançamento do livro seis e também do sete que encerrava a saga.
Aproveitei e assisti os quaro primeiros filmes. Gostei do 1 e do 2. O três e quatro são horrivelmente ruins e por isso jamais subtraí meu tempo vendo o restante.
Em 2009 comprei a coleção em formato econômico, sem orelhas e resolvi reler. Porém, naquele ano eu estava dando prioridade a outras narrativas e por isso, HARRY POTTER não estava me excitando mais. Era uma overdose potteriana. Fui até o livro 3 e então deixei de lado.
Em 2015 comprei uma edição especial numa caixa. Também econômica onde as lombadas dos livros formam o castelo e o restante da caixa mostra a vila, o trem, etc. e vários personagens. As capas e contracapas tem desenhos fantásticos. Além de conter as ilustrações internas da primeira edição estadunidense. Só que ridiculamente diminutas...
No ano de 2018 decidi que ia ler de uma vez. Mas nesse ano foram os primeiros 4 volumes. Em 2019 o volume 5. E Finalmente em 2020 narrativas inéditas: O ENIGMA DO PRÍNCIPE e AS RELÍQUIAS DA MORTE. O livro 6 sem dúvida tem um salto na qualidade da escrita. Mas a mentalidade de Potter está bem definhada. O personagem ao invés de evoluir, parece mais idiota e sem conhecimento. A morte de um dos professores também não é grande coisa e é ali que tudo começa a cair na questão de qualidade. As conversas ficam monótonas, sendo mais do mesmo.
O último livro infelizmente é o pior. A maior parte do conteúdo é repetição, diálogos sem serventia, mais repetições, outras repetições e somente quando falta menos de 100 páginas é que dá uma melhorada. Só que assim mesmo não se salva. Apesar do cotidiano dos livros 1 a 5, a coisa funciona bem. Nos livros 6 e 7 a autora não mais sabe que rumo tomar. E faz de tudo para enrolar, como criar conversas longas que não trazem revelações. Até porque muitas coisas dos livros 6 e 7 são previsíveis e esse é um grande problema. A conversa entre o herói o vilão no final é outra coisa absurda, pois é mais repetição... Provavelmente a autora foi inconscientemente influenciada pela versão cinematográfica ou o sucesso lhe subiu à cabeça e pensou: foda-se, vou escrever qualquer merda que vende.
Enfim, apesar das cagadas nos volumes 6 e 7, a série Harry Potter vale o investimento. Tem muitos personagens marcantes e momentos que ficam na memória e dá vontade de reler. Mas só daqui uns 20 anos...
L. L. Santos
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