Congresso Internacional do Medo

Congresso Internacional do Medo Grace Passô




Resenhas - Congresso Internacional do Medo


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sams 20/03/2022

Qual o contrário da vida?
Mais uma agradável experiência que descobri com o desafio livrada. Em poucas páginas é possível ter um misto de sentimentos.
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Renata (@renatac.arruda) 02/06/2021

Quando alguém pergunta "qual o contrário da vida?" muita gente pensa, automaticamente, na morte. Grace Passô traz um ponto de vista diferente. Em sua peça, um dos personagens defende que a morte é um fenômeno essencial da vida: para cada organismo que morre, nasce outro. Então o que seria o contrário da vida? O medo.

E aqui não se fala apenas do medo individual, de se fazer escolhas e renúncias. Mas do medo do outro, do diferente, de uma cultura e uma língua que não somos capazes de compreender. O medo do desconhecido, o medo do que abala as nossas crenças enraizadas. Na peça, pessoas vindas de lugares fictícios diferentes, que não falam o mesmo idioma, são convidadas a palestrar no Congresso Internacional do Medo. Chegando lá, percebem que estão completamente sozinhas, tendo apenas uma tradutora para mediar a comunicação entre si e entre elas e nós, o público.

E aí, entra a questão que a autora coloca logo na introdução: Já te passou pela cabeça que o tradutor pode estar te traindo? E que existe um abismo entre a última palavra do palestrante e a primeira do tradutor? Quando a linguagem falada não é suficiente, é necessário encontrar outras maneiras de se entender.

Apesar do estranhamento inicial, a vida acaba se impondo, afinal. E esses sujeitos encontram maneiras de se enxergarem enquanto seres humanos por trás de rótulos e estereótipos. E conseguem entender que é nesse espaço de troca com o outro, de sair da bolha do seu próprio território, que o medo deixa de existir. E uma nova vida pode começar.

Gosto muito de como o ator Marcelo Castro termina seu texto sobre a peça:

"Congresso Internacional do Medo fala sobre a diferença, sobre o medo e a ignorância. Estamos tão perdidos na ilusão do nosso próprio 'eu' que não percebemos o valor, a nobreza, o sofrimento ou a extinção dos 'outros'. Quanto mais avançamos no campo científico, mais acreditamos ter alcançado a verdade, porém não importa qual verdade você diga a respeito do mundo, o oposto também é verdadeiro".

É um verdadeiro convite a questionar crenças enraizadas e olhar o mundo sob diferentes perspectivas
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