Nise 03/12/2021
Sexo, drogas e GNR
Como dar nota pra uma autobiografia? Por mais que algumas coisas pareçam exageradas, é a vida do cara! Quem somos nós pra avaliar a vida dos outros e definir quantas estrelas merece? Fato é que ele não é escritor, isso é um livro de memórias, quase um diário. Lemos porque queremos saber a vida dele, não dá pra esperar uma obra aclamada e tecnicamente impecável. É um livro pesado, pois a vida dele foi assim. O subtítulo do livro é o resumo perfeito.
Tem sexo pra caramba, e de uma forma muito vulgar, tem muita descrição de uso de drogas, eu nem sabia que dava pra usar uma mesma droga de tantos jeitos. É um livro bem grosseiro, mas na verdade seria até estranho se não fosse assim.
Apesar de todas essas descrições sujas, e até nojentas, a curiosidade na leitura permanece pelo mesmo motivo que começamos a ler o livro: queremos saber da vida dele e da história do GNR. E ele entrega. Literalmente. Aponta o dedo, fala tudo.
Uma coisa que tenho certeza é que não temos um narrador confiável. A maior parte do tempo ele estava sob efeito de entorpecentes, algumas descrições são detalhadas até demais, e outras muito exageradas. Além disso, temos apenas perspectiva dele aqui, que teve sim suas paranóias e amarguras. Ele tenta nos convencer de que tudo é verdade, e que ele sempre foi vítima, mas será mesmo?
Uma coisa que me chamou atenção é que ele conhece Slash desde os 13 anos, estou com ele e com Flea. Durante todo o livro falou muito sobre como ama Slash, como o considera como um irmão, mesmo nos momentos em que Saul virou as costas para ele, manteve uma profunda admiração. No entanto, sequer o incluiu nos agradecimentos, enquanto agradeceu a todo o resto da banda.
Pra fãs de GNR ou quem quer saber mais da banda, é um prato cheio.