Jossi 21/09/2012
Um segredo... decepcionante!
O QUE ACHEI:
Mais do que um romance histórico, o livro que reconta o "caso Tutancâmon" (outro livro de Christian Jacq, que parece fascinado por essa história) fala de uma trama ficcional, onde o arqueólogo Howard Carter, além de ter feito uma das maiores descobertas arqueológicas de todos os tempos, ainda tem uma ligação espiritual-mística-sobrenatural com uma antiga ordem secreta. Em suma, o que me chamou a atenção nesse livro foi justamente isso: O mistério e os segredos que envolveram Howard Carter, a famosa maldição de Tutancâmon e as tramóias que as grandes personalidades da época teceram em torno disso. Realidade? Ilusão? Folclore? Lendas de um povo supersticioso? Mistificação?
Entretanto, a história mesmo, é a de seu 'filho' - um filho que não sabia quem fora seu pai e muito menos, que deveria sucedê-lo, numa luta de bem contra mal, de forças de luz contra forças de trevas.
Ambientado no Egito governado pelo gordo e malandro Rei Faruk, o livro começa muito bem, com uma aventura do advogado americano Mark Wilder, na qual ele vai conhecer um monge misterioso e uma bela moça, onde haverá pessoas misteriosas que parecem segui-lo, fará amizades com pessoas dos altos escalões da política egípcia (sem nem saber como ou por quê) e principalmente, ficará sabendo de um dos maiores segredos da arqueologia: uma série de papiros perdidos, que podem revelar uma grande 'verdade histórica'. O autor deixa isso implícito, um segredo que poderia abalar a humanidade...
Porém... não foi bem assim. Até uma certa altura, a gente fica esperando grandes reviravoltas, grandes mistérios e aventuras pitorescas, algo tipo "Dan Brown" (que já não é tão grandes-coisas, mas ao menos empolga). Algo que nos tire o fôlego e nos faça roer as unhas, numa ansiedade louca para que o tal "segredo" se revele e os terríveis monstros apareçam, como numa cena de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida.
E... nada. Nada acontece. Depois de alguma embromação, Christian Jacq nos faz até ficar com sono e esquecer a leitura. Passei uma boa parte da 'leitura' interessada em outros livros, e só a retomei mesmo para cumprir meu dever, ou melhor, um pacto que fiz comigo mesma de jamais deixar um livro pela metade... embora já tenha feito isso, com outros livros insuportáveis, intragáveis. Bem, somos humanos. Quando uma coisa se torna intragável, o jeito é largar mesmo.
Esse livro, porém, tinha alguns elementos que eu gosto, como o clima de mistério (um mistério "chôcho", digamos assim), o mundo do antigo Egito, a vida recontada de Howard Carter (figura que admiro), segredos. E fui em frente, um pouco chateada com o ritmo sem graça que, de repete, a narrativa toma.
Jacq foi infeliz ao misturar política, espionagem e guerrilha com mistério, suspense e sobrenatural. Praticamente o livro inteiro ele nos presenteia com espiões, tanto americanos (CIA), como os do rei Faruk. E esse rei? Nem precisaria aparecer na história, tenha dó! Isso tudo foi para encher linguiça? Com certeza. Para enrolar o leitor e aumentar o número de páginas. Com certeza. Uma coisa que não tinha nada a ver com a outra! E o grande "mistério"? E o grande "segredo"?
Uma decepção. Esse livro foi uma grande decepção, apesar dos grandes conhecimentos históricos e a grande capacidade desse autor em narrar a vida antiga do Egito. Uma pena. Poderia ter sido um grande sucesso e agradar em cheio, mas foi apenas medíocre.
Nota? Cinco e olha lá.
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:)