spoiler visualizarBarrera 05/03/2023
Grifos meu
Ao lado da necessidade, o tédio tornou-se o pior flagelo de nossas vidas. Em lugar de permitir que a engenhosa maquinaria que inventamos produza uma quantidade crescente de luxo supérfluo, precisamos planejar seu desenvolvimento no sentido de aliviar os seres humanos de todo manuseio não-inteligente, mecânico, "maquinal". A máquina deve assumir a labuta para a qual o homem é bom demais, não o homem assumir o trabalho para o qual a máquina seja demasiado dispendiosa, como costuma acontecer com grande frequência. Isso não tenderá a tornar a produção mais barata, mas mais felizes aqueles engajados nela. Há uma pequena esperança em realizar isso desde que prevaleça a competição entre grandes firmas e empresas em todo o mundo. Mas esse tipo de competição é tão desinteressante quanto biologicamente inútil. Nossa meta deveria ser reafirmar em seu lugar a competição interessante e inteligente de seres humanos individuais.
Nossas percepções sensoriais declaradamente constituem nosso único conhecimento sobre as coisas. O mundo objetivo continua sendo uma hipótese, apesar de natural.
O ponto essencial foi formar a idéia de que esta coisa - mente ou mundo - bem poderá ser capaz de assumir outras formas que não podemos compreender e que não implicam as noçoes de espaço e tempo. Isso significa uma momentosa libertação de nosso inveterado preconceito. Existem, provavelmente, outras ordens de aparência além das espaço-temporais.
Então, não deverá existir nada após a vida? Não. Não da maneira da experiência que conhecemos, que, necessariamente, ocorre no espaço e no tempo. Mas, numa ordem de aparência em que o tempo não desempenhe nenhum papel, esta noção de "depois" não tem qualquer significado.