Resenhas - De que foi que eu morri?

Ana 18/02/2018

Falando de morte e sobrenatural para crianças
Pode parecer um tanto quanto estranho um livro para crianças e jovens tratar de um assunto tão espinhoso como a morte, ainda mais em se tratando da morte de um ente querido.
Li este livro tão querido em 1997 pela primeira vez, aos 8 anos... Nossa, passa um filme na minha cabeça, quando lembro. O li na casa de uma avó paterna, e a história ficou gravada na minha mente: Ronaldo é um garotinho sensível e muito apegado à avó materna, que acabara de falecer. O livro já começa com a descrição da senhora no caixão, o que é um tanto quanto estranho, mas não me causou nenhum trauma na época em que li, ainda bem, rs.
O nome da simpática avozinha é
Elizabel de Castro Martins, uma senhora alegre e que a todos cativava. Pois não é que ela ''volta dos mortos'' no dia do velório (ou enterro, sei lá)? Isso mesmo, só que em forma de alma, de espírito, para alegria e surpresa do neto Ronaldo.
Ela ''acordou'' da morte pois o cheiro forte de velas queimadas e de flores lhe entrou pelo nariz, no caixão onde repousava seu corpo. Na capela, lá estavam seus filhos, irmãos, amigos, e netos. De repente, seu neto Ronaldo assusta a todos ao gritar pela avó, pois havia visto um par de mãos se mexendo no caixão. Só Ronaldo podia ver a avozinha querida, ninguém mais.
A hora do almoço se aproxima, o telefone toca. Era o advogado Régis falando sobre o testamento deixado por dona Elizabel, ou seja, Zica. Ao ouvir a conversa, a alma de Zica percebeu que teria de mudar seu testamento para poder descansar em paz. Para isso, deverá contar com o auxílio dos netos, Ronaldo e Aurélio.
Um livro que de certa forma suaviza a dureza do assunto morte, dando um certo consolo ao leitor jovem, ao deixar a brecha para pensarmos numa vida após a morte.
Interessante, um livro que nunca vou esquecer.