Márcia 29/07/2011Não é bom. Mas me falta uma estrela quebrada. Nunca, jamais, em todos os meus anos de leitura, me deparei com uma personagem da qual gostasse menos. Até mesmo dos vilões eu gosto mais porque pelo menos eles só estão fazendo o seu trabalho, sendo maus. Mas uma personagem tão ruim faz doer meu coração. Ever é péssima (ponto).
Sempre que termino cada livro dessa série, fico com a sensação de que poderia tê-lo escrito bem melhor. Tirando um diálogo aqui, aprofundando um ali, excluindo uns personagens e criando outros bem melhores, e ah, cortando a protagonista, ai sim, seria um livro com potencial para ser bom.
A menina está tão mais egoísta, auto-flagelada e retardada mental que me forcei a parar de torcer que Drina ressuscitasse e a mata-se logo. Toda a estória com as pobres gêmeas, da qual ela é culpada, e a criatura só pensava em como se dar bem. Não sei se isso é uma tentativa da autora de dar uma pitada de realismo na personagem, do tipo “ela não é perfeita”. Okay. Mas há um limite entre a “não-perfeição” humana e o mau-caratismo.
Damen está mais insuportavelmente zen nesse volume (se é que isso é possível). Toda a balela de Carma e vidas passadas, Summerland e a força do pensamento, está com tudo durante o livro inteiro. Se você for muito sensível a estórias repetitivas, pode até chorar lendo esta aqui. Perde-se a conta de quantas vezes lê-se a palavra “carma”, ou até mesmo “amor eterno”. É bem chato, acredite.
E se a autora ama tanto sua personagem a ponto de abusar e se lambuzar com a burrice dela, poderia pelo menos poupar os leitores de terem que acompanhar as reflexões da moça tão de perto. Sou extremamente a favor de uma mudança no tipo de narrativa, ou de uma mudança na narradora mesmo, o difícil seria achar um personagem bom o bastante para narrar.
Sobre a estória em si não há muito o que dizer. Além do mesmo blábláblá espírita, nesse volume, a autora tenta inserir alguns mistérios e alguns personagens. Daí minha dúvida cruel sobre qual nota dar para “Terra de Sombras”, porque UM personagem se salvou em meio a esse mar de chatices. Apesar de com uma justificativa clichê e incômoda para quem torce para o casal “eterno” Damen-eca-Ever, Jude chega e traz um novo colorido para o quadro (literalmente). Cativante, misterioso e com uma beleza não tão estereotipada quanto a de Damen, ele foi o motivo pelo qual li este livro tão rápido. Esperava ansiosa pelos capítulos em que ele aparecia, infelizmente acompanhado pela eca-Ever.
Vou continuar a série porque apesar de tudo quero saber o final. Quero saber se alguma vez na vida inútil e vazia dessa menina, ela enxergará além do próprio nariz e fará a escolha certa.
Só mais uma coisa: Deus que me livre de agüentar outra “land” nos próximos volumes. Summerland já é o suficiente para uma série só. Não preciso de uma Shadownland me azucrinando também durante a leitura.