Peregrina 24/09/2016
O começo
Quando C. S. Lewis escreveu O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa, não imaginou que seu livro infantil fosse fazer tanto sucesso. De fato, As Crônicas de Nárnia são conhecidas no mundo inteiro e adquiriram ainda mais visibilidade após a adaptação cinematográfica de 2005 que foi quando eu, uma garotinha ainda, conheci as terras mágicas de Nárnia.
É claro que como qualquer criança que ama uma boa aventura, amei o filme (apesar de ter resistido assistir no início porque pensava que "era filme pra menino") e logo se tornou o meu filme favorito. Não esqueço que no dia seguinte voltei lá e assisti tudo de novo. Pouco tempo após o primeiro filme, veio outra adaptação, do Príncipe Caspian e só então eu descobri que As Crônicas de Nárnia se tratavam de obras infantis do célebre autor britânico. Mesmo assim, demorou mais um tempo até que eu finalmente colocasse minhas mãos em um volume único pesadão que me levou a uma das melhores aventuras da minha vida e eu comecei a ler na Ordem Cronológica com O Sobrinho do Mago.
O Sobrinho do Mago narra basicamente a criação de Nárnia e responde algumas dúvidas que surgiram no primeiro livro publicado da série (O Leão, a feiticeira e o guarda-roupa) como a origem do guarda-roupa, o professor, a história do lampião, a origem de Jadis e mais algumas outras.
"Na época em que Sherlock Holmes ainda andava pelas ruas de Londres", o professor Kirke era apenas o moleque Digory, que mora com os tios e cuja mãe padece de uma terrível enfermidade. O garoto e sua vizinha Polly é que protagonizam esta crônica e acabam sendo enviados a outro mundo pelo tio André de Digory, um metido a mago que não tinha coragem de ir sozinho e usou de artimanhas para mandar os dois para que, assim, pudesse saber o que havia por lá.
Digory e Polly, porém, acabam caindo em uma espécie de Bosque entre dois mundos, um lugar que serve como conexão para vários outros lugares desconhecidos. Lá, eles descobrem um mundo antigo decadente e presenciam a criação de um mundo novinho, obviamente, Nárnia, ao mesmo tempo que têm que lidar com um tio louco e uma feiticeira cruel.
O livro é repleto de paralelos cristãos, que, na minha opinião, fazem com que ele seja ainda mais belo, sensível, comovente e rico, motivo pelo qual gostei dele desde o início. Nas primeiras vezes em que o li, quando era uma pré-adolescente descobrindo o amor pela leitura, eu não havia gostado tanto quanto dos outros livros embora ainda fosse muito especial para mim. Fico feliz de ter conseguido relê-lo após tantos anos. Parece que, agora na juventude, esta crônica assumiu uma dimensão, um significado, uma esperança ainda maior e me recordou os valores e virtudes que realmente importam neste mundo caótico.