Breve história do mito

Breve história do mito Karen Armstrong




Resenhas - Breve história do mito


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Bruno Henrique 05/10/2022

Excelente
A autora define o conceito de mito, em seguida traça um panorama da construção mítica desde o período paleolítico até o período atual. Apesar de ser bastante conciso, o texto tem bastante substância. Ótimo pra compreender a importância da visão mítica na sociedade.
O livro segue numa crescente, ficando cada vez mais interessante. Gostei muito do capítulo de conclusão, onde a autora traça um paralelo da mitologia como arte - e com as artes - também cita como os romances literários trazem consigo a força transformadora do mito pro indivíduo contemporâneo. Também há uma crítica muito pertinente a respeito das figuras heroicas construídas na contemporaneidade - figuras míticas frágeis - e a forma como a sociedade atual usa o herói como uma figura de salvação (fuga, delegação de responsabilidade) ao invés de inspiração, autocomprometimento e aperfeiçoamento pessoal.
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Rafael.Gomes 26/05/2021

Novos aprendizados
Curto, mas edificante. Senti falta de algo sobre a mitologia grega, pois o livro praticamente não trata dela. De qualquer sorte, vale a leitura pela visão geral e pelo posicionamento histórico das visões sobre o mito.

Trechos:

Aprendemos que uma educação racionalista não redime a humanidade do barbarismo e que o campo de concentração pode se situar no mesmo bairro de uma grande universidade.

(?) Modos de pensar puramente lineares, lógicos históricos excluíram muitos de nós de terapias e mecanismos que permitiram a homens e mulheres recorrer a plenitude dos elementos de sua condição humana para conviver com o inaceitável.???

Se for escrito e lido com atenção e seriedade, um romance, como um mito ou uma grande obra de arte, pode servir como iniciação e nos ajudar a realizar o penoso rito de passagem de uma fase da vida, de um estado de espírito para o outro. Um romance, como um mito, nos ensina a ver o mundo de modo diferente; ele nos diz como olhar para dentro de nossos corações e ver nosso mundo de uma perspectiva que vai além do nosso interesse pessoal.?
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artvgogh 26/03/2021

muito bom!! é praticamente uma aula de história sobre o mito e a influência na nossa sociedade.
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João Paulo 01/03/2020

Mitos e Logos
Mitos e Logos são irmãos, nasceram faz bastante tempo, e eu os conheço desde sempre. Estudei com Logos e junto com ele descobri o fascínio pelas ciências, pelas cidades, pelo crescimento do intelecto, sempre avançamos. Nunca vislumbrei nada que pudesse parar Logos e isso sempre me fascinou. Apesar do fascínio que sinto por Logos, nunca consegui expor minhas angústias para ele, nunca senti interesse de sua parte em ouvir. Logos só pensa em avançar, em conhecer, sentimentos são fraquezas. Como eu disse Logos tem um irmão, Mitos, e é nele que deposito minhas incertezas, ele sempre escuta, sempre me contempla e me leva a calma. Mitos gosta de pequenas coisas, coisas repetitivas, contemplativas, alguns as considerariam coisas menores, mas na hora do indizível, na hora da angústia e do desespero é em Mitos que eu e possivelmente você, vamos nos socorrer.
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renatodsp3 13/02/2020

Muito bom
Uma aula de história sobre a influência dos mitos na humanidade e vice-versa.

Aos que se interessaram pelo assunto, recomendo o livro "O herói de mil faces", que aborda o tema do Mito de forma bem aprofundada.
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Margarido 30/05/2012

Obra seminal
OBRA SEMINAL

O livro Breve História do Mito de Karen Armstrong (Companhia das Letras) reúne os qualificativos para qualificá-lo como obra de referência com uma particularidade: esgota o assunto de forma resumida. É a essência do que há de mais atual sobre o tema, articulando vários ramos do saber: arqueologia, história, antropologia, filosofia, teologia, religião e mitologia. E o resultado final é uma profunda reflexão sobre os impasses de nossa civilização planetária atual. É a leitura que nos permite adequar nossa visão sobre o mundo em que vivemos para trás, no presente e para o futuro. Coloca-nos numa encruzilhada do tempo-espaço. E fala-nos daquilo que é essencial para nós mesmos e para a humanidade à qual pertencemos. Faz-nos pertencer à humanidade não apenas em si mesma, mas à humanidade cósmica da qual a humanidade em si mesma não está desvinculada.

Karen Armstrong tem o poder da síntese sem deixar de ser profunda em suas colocações. Nada é desnecessário em seu texto. Todas suas colocações imbricam-se, conduzindo-nos de um ramo do saber ao outro na passagem de um parágrafo ao outro numa viagem que nos envolve como co-partícipes. Não há como nos desvencilharmos da narrativa vertiginosa que nos conduz ao cerne do problema enfocado.

A autora acompanha os mitos mais significativos para a humanidade desde o paleolítico até os dias atuais, pois, nas suas palavras, nunca “existiu uma versão única e ortodoxa de um mito. À medida que as circunstâncias mudam, precisamos contar a história de modo diferente, para expor sua verdade intemporal” . Dá-nos uma definição inicial do mito dizendo ser “um equívoco considerar o mito um modo inferior do pensamento, que pode ser deixado de lado quando as pessoas atingem a idade da razão. A mitologia não é uma tentativa inicial de fazer história e não alega que seus relatos sejam fatos objetivos. Como um romance, uma ópera ou um balé, o mito é fictício; um jogo que transfigura nosso mundo fragmentado e trágico e nos ajuda a vislumbrar novas possibilidades ao perguntar ‘e se?’ – uma questão que também provocou algumas das descobertas mais importantes na filosofia, na ciência e na tecnologia” .

Ficamos sabendo das diferenças dos mitos nas sociedades históricas e das sociedades não históricas. Consideram-se sociedades históricas aquelas que surgiram concomitantemente à existência da escrita, basicamente se referindo às tradições judaica, cristão e muçulmana. O restante da humanidade (e não é pouco e muito menos insignificativo) são consideradas sociedades não históricas, pois não dependem da tradição escrita em seus esforços civilizatórios. A linearidade, a seqüência casual no espaço e no tempo são próprios das chamadas sociedades históricas. Nas não históricas essas características não são significativas e nestes o mito adquire outras características. A evolução do mito dá-se a partir do paleolítico, diferenciando-se nas sociedades históricas e não históricas.

A reflexão de Karen Armstrong, acompanhando os diferentes mitos que surgem na humanidade, sempre colados aos grandes períodos como o paleolítico, onde os homens eram essencialmente caçadores, o neolítico onde passam a ser agricultores e, posteriormente, com o surgimento das cidades (a partir de 40000 a. C.), ancora na grande transformação ocidental ocorrida a partir do ano de 1500. Nossos dias atuais, marcados pela predominância do logos (razão), nega o mito – dizendo o mito tratar de uma concepção falsa da realidade. Trata-se de um modo equivocado de pensar – e isso Karen Armstrong demonstra com maestria. A ausência do mito está intimamente relacionado com o mal estar na civilização que caracteriza o homem atual. Nas palavras da Autora:

“Precisamos de mitos que nos ajudem a nos identificar com nossos semelhantes, e não apenas com quem pertence a nossa tribo étnica, nacional ou ideológica. Precisamos de mitos que nos ajudem a valorizar a importância da compaixão, que nem sempre é considerada suficientemente produtiva ou eficiente em nosso mundo racional pragmático. Precisamos de mitos que nos ajudem a desenvolver uma atitude espiritual, para enxergar adiante de nossas necessidades imediatas, e nos permitam absorver um valor transcendente que desafia nosso egoísmo solipsista. Precisamos de mitos que nos auxiliem a novamente venerar a terra como um lugar sagrado, em ver de utilizá-la apenas como ‘recurso’. Isso é crucial, pois não podemos salvar nosso planeta a não ser que ocorra uma revolução espiritual capaz de equiparar ao nosso gênio tecnológico.’ “

Eis um livro seminal. Claro. Objetivo em suas formulações. Breve em suas colocações. Incisivo em suas conclusões. Uma ferramenta para nosso sentir e atuar no mundo. Enfim: mais uma leitura obrigatória da preciosa pensadora Karen Armstrong.
Tereza.Barroso 10/03/2019minha estante
Muito bom. Não tinha esse conhecimento. Aprendi muito com essa leitura. E agora sei como o Mito é tão importante para a nossa essência como pessoa ativa.




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