outroelton 07/01/2024
O arquétipo do triângulo amoroso ou o amor na Idade Média
“O romance de Tristão e Isolda” foi escrito no fim do século XIX pelo filólogo francês Charles Marie Joseph Bédier (1884-1938), com base na forma mais antiga da lenda céltica que “encantou e perturbou a alma dos franceses do século XII” (p.IX). Embora tenha consultado diferentes versões para criar a sua própria obra, Bédier “começou então por traduzir, com a maior fidelidade possível, o fragmento de Béroul que chegou até nós e que ocupa praticamente o centro da narrativa.” (p.X)
O romance conta a história do amor impossível entre o inglês Tristão e a irlandesa Isolda, que se apaixonam acidentalmente depois de ingerir uma poção mágica. Logo na abertura do primeiro capítulo, o narrador resume a trama e antecipa o fim trágico que aguarda os dois personagens:
“Quereis ouvir, senhores, um belo conto de amor e de morte? É de Tristão e Isolda, a rainha. Ouvi como em alegria plena e em grande aflição eles se amaram, depois morreram no mesmo dia, ele por ela, ela por ele.” (p.1)
O leitor precipitado poderia alegar que anunciar o desfecho da obra ainda no início da história seria um anticlímax, mas a experiência de leitura, aqui, reside menos na morte dos protagonistas do que nos fatores que a motivaram e na forma como a narrativa se desenrola.
Em alguma medida, “O romance de Tristão e Isolda” pode ser definido como o arquétipo do triângulo amoroso. O primeiro vértice do triângulo é Marc, rei das Cornualhas, um regente compassivo, mas tão suscetível aos conselhos dos seus barões que, a certa altura, ele mesmo afirma a seus conselheiros: “Bem sabeis que evito todo o orgulho e todos os extremos” (p.50). Marc é irmão da bela Blanchefleur, que ele dá como recompensa a Rivalen, rei de Loonnois, por este ter vencido os inimigos de Marc em batalha. É da união de Blanchefleur e Rivalen que nasce Tristão.
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