A Little Life

A Little Life Hanya Yanagihara




Resenhas - A Little Life


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Clio0 08/01/2022

Poucas vezes eu li uma história tão condescendente com o protagonista e sua narrativa como essa.

A Little Life apresenta a vida de JB, Willem e Malcolm na Nova Iorque moderna e os problemas acarretados por traumas de infância. A premissa é ótima, principalmente porque o livro leva em consideração questões atuais como abuso infantil, sexualidade, etc.

Infelizmente, a execução deixou a desejar.

Hanya Yanagihara apresenta mais de oitocentas páginas de drama em cima de drama, ou melhor dizendo, trauma em cima de trauma. A maioria tão debilitante que é quase impossível acreditar que alguém conseguiria continuar a vida sem suporte psicológico e medicamentoso.

Eu definiria esse livro como uma pornografia baseada em trauma; algo obviamente sádico pois a narrativa se estende obscenamente em detalhes que absolutamente não fazem sentido - como o tráfego de centenas de pedófilos cruzando os EUA dos anos 80.

O rol de personagens de apoio é sumariamente descartado se qualquer ação dos personagens principais fundamenta uma transformação na estrutura social-familiar. Personagens femininas basicamente não tem voz além de seu posicionamento básico.

Pode-se supor que esse livro faz parte da nova ficção que traz como proposta o seu uso terápico. Porém, mesmo se houver espelhamento entre o leitor e alguns dos momentos narrados, não há como justificar a baixa qualidade de estilo (frases soltas, diálogos rasos e repetitivos, cenas sem função) e a ausência de trama.

Não só não recomendo. Deploro.
Aryana 08/01/2022minha estante
Caraca, nunca li algo mais lúcido. Parabéns pela resenha, tive essa mesma sensação quando li.


Pedróviz 08/01/2022minha estante
Não li o livro e creio que após essa resenha definitivamente ele está fora dos meus planos de leitura. Estou procurando descartar toda literatura apelativa.


Faline.Ferreira 08/01/2022minha estante
Está na minha lista de leitura , mas ainda não sei se lerei .


Bia 08/01/2022minha estante
Definiu exatamente o q senti quando li ?


Ruth33 08/01/2022minha estante
Eu já não tinha vontade de ler, depois dessa resenha então...


Dayane.Persil 12/01/2022minha estante
Obrigada, não vou ler isso não rs


Giomsousa 11/05/2022minha estante
To me sentindo exatamente assim? vou abandonar por enquanto


Cherry 05/09/2022minha estante
É exatamente isso. Obrigado.


bendtherules 25/01/2023minha estante
Sim!! eu criei um carinho pelo principal por tudo que ele passou nessa historia, mas você foi cirurgico nessa resenha.


Samya.Domingues 28/02/2024minha estante
falou bonito


Lets 21/03/2024minha estante
Muito obrigada pela resenha ? tinha colocado na lista mas vou tirar. Eu amo drama mas não gosto de coisas apelativa e quando envolve ped0felia eu fujo ??


ohtori 04/05/2024minha estante
nao vejo a hora de ter essa obra em minhas mãos e desfrutar dessa leitura.




eudayvidalves 27/04/2024

Uma vida de merda.
Não sei nem por onde começar? Mas, vou tentar expressar tudo (de ruim) que eu penso sobre ?Uma vida pequena?.

Bom, Hanya Yanagihara é claramente uma mulher sádica, mas inteligente, reconheço que ela tem uma escrita poética e isso conquista bastante gente, talvez seja a tentativa dela de disfarçar sutilmente as problemáticas que ela coloca pra fora nesse livro.

Acredito que ela separou uma lista com o máximo de gatilhos que ela conseguiu, e ao decorrer do tempo ela foi marcando quais já haviam sido mencionados na sua narrativa enquanto escrevia o livro.

Ainda sobre os gatilhos: ela usou praticamente todos em cima do Jude (nos outros personagens também tem, mas bem menos), onde o único background do personagem foi sofrer. Eu não vi nenhuma evolução no personagem que a gente pode chamar de protagonista do livro. Eu ainda estava em 20% do livro e só pensava nisso: o final do livro, muito provavelmente, é o Jude se suicidando.

Cara, eu não estou dizendo que tudo isso que aconteceu com o Jude, não possa acontecer com uma única pessoa, sabe? Mas me parece um grande exagero ? e em breve eu vou falar o que eu acho disso.

A Hanya ainda tem a capacidade de pensar que suicídio deveria ser bem visto na sociedade e tido como uma solução para ?pessoas sem concerto?. Sinceramente? Não tem como defender isso.

Pra encerrar a parte de gatilhos: a autora não se deu o mínimo trabalho de mencionar que seu livro tinha inúmeros gatilhos, sendo que isso é algo extremamente sério pra algumas pessoas, pois alguém já pode ter passado por uma ou até algumas experiências TRAUMÁTICAS como as que contem no livro e sem saber pode pegar esse livro pra ler e desencadear algum problema. Ela não está falando de algo como uma fobia, que vai te deixar com medo, mas está falando de TRAUMAS PESSOAIS! E já que a Hanya iria fazer isso virar um pornô pra se satisfazer, deveria ter avisado.
(Eu não me importo com a lista de gatilhos, eles não me pegam, mas eu sei que isso pode afetar alguém e liberar uma crise).

Ainda por cima, a autora não acredita em terapia, tratando a psicologia como se fosse uma religião, mas psicologia é ciência. Então, eu me pergunto, ela não acredita na ciência?

A única parte que eu não vou reclamar, pois achei um pouco justo dentro do raciocínio que ela quis passar, é onde os amigos do Jude não conseguem fazer nada para o ajudar e nem conversam (o suficiente) sobre essas coisas, pois meu ciclo de amizade é composto por homens e isso é verdade. Não conversamos e nem falamos sobre esse tipo de situação. Isso é um reflexo da sociedade que faz os homens pensarem que não podem demonstrar sentimentos ou chorar, desde a infância.

É genuinamente triste ver o pensamento do Jude, ele achar que a melhor coisa que poderia acontecer com os amigos dele é a própria morte destrói qualquer pessoa. Pior ainda é alguém se identificar com o personagem. Isso tudo é tão cruel, tão pesado? As descrições de cenas com automutilação e suicídio são realmente preocupantes, tudo muito visual e muito explícito (sem aviso, como já falei, se tivesse algum tipo de aviso, eu não veria problema algum).

Dito isso, vou abandonar o livro aqui em 58%. É o livro preferido de um amigo, vou pedir pra ele me contar o final, mas jamais vou terminar de ler isso. E também vou ouvir audiobook da parte que ainda não li, quero postar tudo que isso que eu senti durante a leitura numa resenha, e se ele estiver como ?abandonado? não vou conseguir postar :)
sthe.may 27/04/2024minha estante
Fui começar este querido e simplesmente nunca li algo tão prolixo como o que essa autora fez


Sarah 27/04/2024minha estante
depois dessa vou até remover da minha lista de leituras KJLJKJKJKJKJKJKJK


beatrizs 27/04/2024minha estante
To fora dessa bomba


Krist_Hyna 27/04/2024minha estante
SOCORRO KKKKKK IMAGINAR O TEU AMIGO LENDO ISSO KKKKKKKKK


bianca.ssales 27/04/2024minha estante
Na minha cabeça é bem simples: a autora tinha a aspiração de fazer o livro mais triste já escrito, daí transformou a história em uma grande romantização de desgraças. Atirou pra todo lado, é tanto gatilho que por fim as tragédias aconteciam e eu só sabia rir e achar graça em como ficou previsível. Vejo uma estrela ainda como bondade da sua parte...


Mari @conectadacomlivros 27/04/2024minha estante
Ja não tinha vontade nenhuma de ler esse livro, depois dessa resenha então kkk livro que entrou pra lista de "não leio nem que me paguem"


Yasmin V. 27/04/2024minha estante
Sinceramente, nunca entendi o hype desse livro. Pela sinopse e resenhas que já li, é sofrimento o tempo todo. Fico pensando o quão perigoso esse livro pode ser pra algumas pessoas...


Bia Brito 27/04/2024minha estante
Chocada


spderboy 27/04/2024minha estante
Amg ela acredita que o suicídio a melhor opção pra quem passa por algo ruim como o Jude


supostaleitora 27/04/2024minha estante
Primeira pessoa que eu vejo falar mal desse livro kkkkkkkkkkkk mas acho que tanto drama e tragédia tbm não funcionaria pra mim


Birdie.Reader 27/04/2024minha estante
Sua resenha é tão necessária não quis ler esse livro, mas uma amiga leu e precisou de uma semana para se recuperar com ajuda do terapeuta. A gente lê por vários motivos diferentes e válidos, mas precisamos ser responsáveis com nosso emocional e entender que palavras tem poder.


Naraliz 27/04/2024minha estante
@Birdie.Reader Penso exatamente o mesmo, palavras tem poder.


eudayvidalves 27/04/2024minha estante
Véi, achei que ia ser julgado pra c4ralh0 falando tudo isso, ainda bem que teve gente concordando KKKKKK eu realmente queria gostar mas não rolou


eudayvidalves 27/04/2024minha estante
@Krist_Hyna ele tá aqui no whatsapp discordando de quase tudo kkkkkkkkk


Sarah 27/04/2024minha estante
ainda bem q esse livro nunca me chamou muito a atenção, até gosto de ler coisas tristes, mas gosto da melancolia e gosto de quando resolvem as coisas, pq gosto de pensar q tudo na vida tem solução.


eudayvidalves 27/04/2024minha estante
@ferrarsbf cara? na moral, isso é maluquice


eudayvidalves 27/04/2024minha estante
@Birdie.Reader caramba, espero que ela esteja melhor!


Birdie.Reader 27/04/2024minha estante
Está sim, brigada! mas tinha muitos gatilhos e doeu muito nela. Por isso elogiei sua resenha. Vejo muitos influenciadores jogando os avisos de gatilho pro escanteio e aclamando esse livro... é preocupante mesmo.




bruno 24/01/2024

"And so I try to be kind to everything I see, and in everything I see, I see him."
Por mais que eu tente nunca conseguirei esquecer o Jude, Willem, Malcom, Richard, Harold, Julia, Andy e JB; eles sempre impregnarão os meus pensamentos. Consigo entender o porquê de algumas pessoas odeiam tanto esse livro, porém, apesar de toda crueldade e assuntos delicados contidos no livro, eu o entendi como um livro sobre amor, união e amizade.

Sobre como mesmo o Jude esperando que todos os seus amigos o deixassem e começassem a odiá-lo como todo mundo de já passou pela vida dele, mas eles continuaram o amando incondicionalmente durante todos seus momentos sombrios até mesmo quando ele tentava afastá-los. Como vagarosamente começa a aceitar esse amor e tentar retribuir.

Sim, para cada momento bonito há milhares de outros momentos viscerais em que vc deseja nunca ter aprendido a ler. Contudo, foi a raridade desses momentos que me faziam apreciá-los cada vez mais. A escrita da Hanya está no seu ápice aqui, a sagacidade em conseguir descrever cada emoção, as descrições dos ambientes me fizeram sentir que estava vivenciando cada momento com uma vividez inimaginável (não que seja uma coisa boa, pois assim como vivenciamos os bons momentos com essa vivacidade, vivenciamos, também, os maus).

Estava temeroso de reler esse livro ? li pela primeira vez há quase 4 anos, no auge da pandemia e esse livro me destruiu ? não posso dizer que a experiência de reler foi diferente (sinto ainda que foi pior, porque já sabia o que me esperava), porém consegui aproveitar muito e perceber coisas que não tinha notado na primeira leitura, principalmente por estar lendo no idioma original.

Enfim, ainda não seria um livro que eu recomendaria pra todo mundo, se vc pensa em lê-lo eu recomendo vc pelo menos olhar a lista de gatilhos e estar em um estado mental bom, apesar de não existir um sanidade mental suficiente para aguentar a little life, pois ele é tudo isso e muito mais do que falam.

"The only trick of friendship, I think, is to find people who are better than you are ? not smarter, not cooler, but kinder, and more generous, and more forgiving ? and the to appreciate them for what they can teach you, and to try to listen to them when they tell you something about yourself, no matter how bad ? or good ? it might be, and to trust them, which is the hardest thing of all. But the best, as well."

"Why wasn?t friendship as good as a relationship? Why wasn?t it even better? It was two people who remained together, day after day, bound not by sex or physical attraction or money or children or property, but only by the shared agreement to keep going, the mutual dedication to a union that could never be codified."

"Things get broken, and sometimes they get repaired, and in most cases, you realize that no matter what gets damaged, life rearranges itself to compensate for your loss, sometimes wonderfully."

"Wasn?t friendship its own miracle, the finding of another person who made the entire lonely world seem somehow less lonely?"

"He experienced the singular pleasure of watching people he loved fall in love with other people he loved."
skuser02844 25/01/2024minha estante
VOU ME MATAR COM ESSA RESENHA


skuser02844 25/01/2024minha estante
AMEI


Núbia Cortinhas 26/01/2024minha estante
Uauuu!! Arrasouuu!! Belíssima resenha!!


caiogaabriel 26/01/2024minha estante
MDSSS. me despertou mais curiosidade p ler, bruno


bruno 26/01/2024minha estante
o maior livro ne, gi ?


bruno 26/01/2024minha estante
obrigado, nubia ?


bruno 26/01/2024minha estante
lê mesmo, Caio!!! mas lê com responsabilidade pois ele é bem pesado, dá uma pesquisada na lista de gatilhos antes de começar




Andre 24/05/2020

História muito boa, como pode tanta tragédia acontecer na vida de uma pessoa? É até difícil de ler.
Única coisa é q eu achei o livro desnecessariamente longo, tem partes muito repetitivas.
Deborah Kufner 24/05/2020minha estante
Também achei desnecessariamente longo...




Bárbara P. 25/03/2023

Tristíssimo
Eu acho que eu tinha uma ideia totalmente diferente desse livro quando decidi que ia ler. Eu geralmente escolho minhas leituras sem saber muito sobre a história antes, gosto de descobrir lendo e normalmente eu discordo de tudo que todo mundo tá falando de toda forma.

No começo, eu achei um pouco arrastado. Tinha alguma coisa ali que estava me interessando, mas eu não saberia responder exatamente o que era se alguém me perguntasse.

Como ninguém me perguntou, eu continuei lendo assim mesmo pra ver no que ia dar, e eu não sei quando foi que eu percebi que não ia conseguir mais largar o livro até acabar, mas o fato foi que eu li como se não houvesse amanhã.

A gente conhece os protagonistas e o Jude, principalmente, aos poucos. É muito difícil o quanto é real e o quanto a gentr se envolve. É mais difícil ainda pra quem tem experiência com luto. É um livro que não diverte, até porque a proposta não é essa, mas que te envolve e te faz assistir o desenrolar de uma vida inteira.

Me deixou muito pensativa (mas aí eu já não sou muito confiável como parâmetro porque qualquer coisa me deixa assim).

Ah, e fica aqui o aviso para descrições explícitas de auto mutilação, tentativa de suicídio e a 🤬 #$%!& toda.

Eu vi uma pessoa falando mal horrores, que ler esse livro é mergulhar no sadismo, se entreter com o drama, com a dor. Que os traumas do Jude eram impossíveis de ser levados por tanto tempo durante a vida sem suporte (mesmo o livro deixando muito claro o suporte que ele teve), e eu geralmente não ligo muito para os que os outros dizem sobre livros que eu gosto porque raramente são conversas que acontecem fora da internet, e nunca muda o que eu penso de todo jeito, mas eu não consegui deixar de pensar o quanto essa pessoa é sortuda por pensar assim.

Eu também queria achar que é impossível seguir a vida com um monte de traumas, mas eu sei que não é. Então vai de cada um, não acho que tenha nada infactível na história.

Inclusive, em muitos coisas, A Little Life me lembrou Os Miseráveis, do victor hugo. Tá longe de ser uma nova tendência da literatura, e em momento algum eu acho que a autora teve a intenção de agradar alguém.

É um livro desconfortável, comprido, cheio de drama, que te mostra anos e anos das vidas dos personagens.

Enfim. Eu sinceramente não tinha isso em mente quando comprei o livro, mas fico feliz de ter lido até o final.
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jiangslore 15/04/2023

[2/5]
Na minha opinião, "A Little Life" é um livro quase tão difícil de resenhar quanto é difícil de ler. Isso porque não é fácil entender e expressar o que sinto pelo livro. E acho que isso ocorre em razão da combinação de uma escrita muito boa, personagens interessantes e uma abordagem nem sempre adequada de questões muito sensíveis - enquanto os dois primeiros aspectos fizeram com que eu apreciasse o livro pelo que ele é, o último fez com que eu quase desistisse da leitura mais de uma vez.

Claro, não é segredo para ninguém que "A Little Life" é um livro pesado e difícil de digerir. Logo, entendo que algumas pessoas vejam reações como a minha e pensem que elas são contraditórias - pois, se todo mundo sabe que o livro é pesado, por que se esperaria outra coisa? Mas acredito que a questão é bem mais complexa do que isso, porque penso que é necessário ter responsabilidade ao retratar dor, especialmente uma dor que não é sua. E ter responsabilidade não significa, necessariamente, que o final da história deve ser feliz ou que os pontos mais difíceis de discutir não devem ser abordados, mas significa que deve haver uma "honestidade" do escritor, por meio da qual é possível perceber que ele entende o peso e a complexidade do que está retratando. E a questão é que eu não senti essa honestidade em "A Little Life".

Talvez "honestidade" não seja a melhor palavra para expressar o que estou pensando. Mas o que quero dizer é que, ao retratar uma questão complexa e sensível, é necessário entender essas características e, por isso, saber que nem todo mundo verá algo da mesma maneira. Portanto, é muito mais importante escrever demonstrando um ponto de vista que acrescente algo na discussão e que entenda que deve haver concessões para outras visões do que apresentar uma resposta para questões que não são facilmente respondidas. Sob essa perspectiva, "A Little Life" pareceu-me uma história definitiva demais, e é por isso que acho que ela não é "honesta".

A definitividade que esse livro tem, apesar de combinar com seu título e sua proposta, acabou por me deixar com a sensação de que tudo que a autora fez foi para provar um ponto. Por si só, isso não é algo errado. Todo escritor é um ser humano, e todo ser humano tem opiniões e visões que deseja expressar. Mas fazer isso a ponto de transformar um personagem principal extremamente interessante quase em um arquétipo de uma pessoa "sem salvação"; e, enquanto faz isso, apresentar eventos que sem dúvida alguma vão emocionar o leitor, faz parecer que a autora quer convencer por um argumento extremo e emotivo que o que ela quis retratar era inevitável - ou definitivo.

Além disso, acredito que é importante discorrer sobre o que quis dizer com o cuidado ao retratar a dor do outro. Não irei tão longe a ponto de dizer que o foco da narrativa é um homem gay, porque (e eu falarei mais sobre isso daqui a pouco) não temos uma confirmação definitiva da sexualidade do protagonista; mas, sem dúvidas, um dos grandes focos da narrativa é a sexualidade de um homem - e isso foi intencional. É só dar uma pesquisada sobre o título da foto que está na capa do livro para perceber isso.

Portanto, temos a dor de outra pessoa, consubstanciada no trauma do protagonista - homem - relacionado à sua sexualidade. E algo que pode ser percebido na maior parte do livro é que a atração por homens é associada sempre ao trauma, sem que exista um desenvolvimento que demonstre até que ponto isso está relacionado com a orientação do personagem em si. É difícil pensar que a orientação sexual dele não foi abordada como um condicionamento derivado de diversos abusadores homens quando, no momento em que ele se imagina em uma vida normal, pensa se teria uma namorada (sim, no feminino) em uma determinada idade.

Alguém poderia dizer que isso é resultado de um narrador pouco confiável e traumatizado, e acho que é um argumento justo. Entretanto, não concordo, pois a mesma tendência a tratar a sexualidade masculina como algo convenientemente sem rótulos e não definido também aparece em trechos que são narrados por outros personagens.

Acredito - e isso é compatível sobre a minha aversão à definitividade nesse contexto - que existe um jeito positivo de entender "A Little Life", no sentido de ser um livro que fala como uma vida, mesmo que seja uma vida pequena, merece ser contada, lembrada e vista. Mas há várias coisas que me impedem de ver o livro dessa forma, e uma delas é o questionamento constante no sentido de saber se a autora também quis dizer, com a obra, que uma vida pequena deve continuar sendo vivida. Ao terminar o livro, sinto que a resposta é óbvia. Uma dica: se for efetuar a leitura, preste atenção nos momentos em que o termo "uma vida pequena" é mencionado no livro. Se fizer isso, provavelmente vai perceber que há quase... cruel na forma que isso foi retratado.

Portanto, não consigo ver uma mensagem positiva ou significativa nesse livro que faça a dificuldade da leitura valer a pena. E é por isso que, apesar de não ter me arrependido da leitura - não posso negar que me apeguei incrivelmente aos personagens e gostei muito de vários aspectos da escrita - não a recomendo para absolutamente ninguém.
Vênus 15/04/2023minha estante
Resenha simplesmente INCRÍVEL!!?


jiangslore 15/04/2023minha estante
Obrigada ?


Vênus 15/04/2023minha estante
De nada?




Jackie! 22/02/2023

Hanya Yanagihara, pague minha terapia!
Fazem exatos 10 dias que eu terminei de ler Uma Vida Pequena e ainda sinto que não tô pronta para falar desse livro, sem correr o risco de começar a chorar, e sinceramente eu acho que nunca vou estar!

É realmente incrível como um livro pode machucar tanto! Hanya Yanagihara criou um dementador em forma de 800 páginas capaz de sugar qualquer resquício de felicidade daqueles que tiverem coragem de abrir esse livro para ler.

Resumindo o livro acabou comigo e eu dei 5 estrelas pois não tenho amor a vida!
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valter davi 31/05/2020

masterpiece da literatura
PERFEITO EU NEM TEM PALAVRAS PRA DESCREVER ESSA OBRA PRIMA EU TO SURTANDOOOO!!@&@&!^$!!%!!!%@%@!
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@livreirofabio 15/03/2016

Tragedy Porn / Mundo de Homens
"Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos."
- João 15,13

(Eu tinha abandonado esse livro chegando quase na metade, dando o assunto como encerrado -- li o final, soube o que aconteceria com personagens-chave antes mesmo de chegar propriamente a metade do livro, na esperança de que quanto mais esdrúxula e gratuita as coisas continuassem, menos animado a continuar com a leitura eu ficaria; o resultado foi estranho: fiquei mais determinado a continuar. É a atração de uma boa tragédia, o charme da desgraceira.)

Um dos problemas é o tragedy porn/depression porn, o fetiche da desgraça contidos no relato de quase quarenta anos. Beira o circo como a Hanya vai puxando um desastre em cima do outro, o quão barato parece para ela lançar mão disso em troca de absolutamente nada. Como ela barateia a experiência da pessoa abusada e tenta tapear a inteligência do leitor. Umas das questões que vi numa vídeo-resenha é essa: como essa rede de homens, frequentando 'motéis' ou como quase todo caminhoneiro que passa por tal personagem pode ser pedófilo? Como esses homens, centenas, podem ter atravessado estados e mais estados, num fluxo imenso? (Calculo que isso ocorre lá pelo fim dos anos 60, começo dos 70, não há internet, nem celular sempre a mão, mas ainda assim bem distante de qualquer obscurantismo medieval para passar tão desapercebido) E qual a necessidade de 'centenas' deles? Uma só má experiência não seria prejudicial o bastante? É ofensivo a vítimas de abuso e ao próprio personagem que ela criou.

Assim como é ofensivo a tentativa de povoar o romance de diversidade, e ao mesmo tempo tratar as relações gays das personagens protagonistas com tamanha ingenuidade e falta de destreza. Simplista, confusa, e má observada. O hype é uma coisa pentelha porque ainda assim esse livro já foi chamado de ‘O Grande Romance Gay’, palhaçada, porque venhamos e convenhamos, uma escrita receosa que coloca na mente de uma personagem coisas como o seu "dever" como parceiro também sexual, técnicas, manuais, melindres, isso numa relação que se supõe quase perfeita em todos os seus outros aspectos – não é grande -- e se diminui ainda mais quando colocado ao lado de Maurice ou Carol , tendo a excelência como exemplo -- esse último pura finesse de atração, desejo, amor e devoção.

Claro que ao meio ao fim e ao cabo eu fiquei devastado pela leitura, pelos seus gatilhos emocionais, e agradeço por isso não ter lançado sombra no fato de que a recusa dela, Hanya, em aceitar qualquer corte ou edição que não a dela (mesmo problema que hoje vejo n'O Pintassilgo, embora Donna Tartt tenha sido mais bem sucedida, mais contida e certeira, e peque só pela chatice da trama policial que só faz engordar o livro) é fato não do que minha complacência anteriormente tachou como mau direcionamento ou tropeço, pelo contrário, ela parece ter atingido exatamente seu objetivo -- criou um romance 'tijolo', que vem adquirindo status cult e sendo chamado de ""subversivo"" pela New Yorker, mesmo cheio de anacronismos, quando na verdade é única e exclusivamente depressivo, de uma descrença capenga, e sem nenhuma catarse, niilismo sem charme pendendo para a cafonice. Quando a revolta me sobe lembro de Faulkner com seu Hightower -- a agonia desse homem, o desespero, me emociona e me motiva, me leva aos tropeços, que seja, à frente de um autoconhecimento que exige ser sempre alimentado – infelizmente esse não é o caso de A Little Life; não vejo mais nada de esclarecedor ou revolucionário na desgraça de galeria, joguei meu cilício fora.

"(...) esse livro e seus admiradores parecem 'presos um ao outro pela sua mútua repulsa e desconforto'; como a imagem na capa, o romance de Yanagihara tem tapeado muita gente numa confusa angústia e êxtase, prazer e dor." (trecho da resenha de Daniel Mendelsohn sobre A Little Life na NY Review of Books) {tradução livre]
PERFIL DESATIVADO - NÃO SIGA 16/07/2019minha estante
Li recentemente e concordo com tudo que disse. Esse livro foi minha grande decepção do ano.


Nanda 28/08/2019minha estante
Estou em 50% da leitura, meu Deus!! Nunca vi tanto sofrimento gratuito. ???
Espero que no final pelo menos o Jude seja um pouquinho feliz :/


@livreirofabio 28/08/2019minha estante
Então, Nanda, é demais... Chega a ser gratuito, pra apelar mesmo... Te desejo força pra continuar com a leitura. Lembro até hoje da crise depressiva que tive após terminar de ler esse livro. Enfim, força!


Steroskyus 12/01/2023minha estante
pqp eu fui lendo sua resenha e você dirige de uma maneira tão elegante a crítica que só me veio a Isabela Boscov dos memes "Nada de inovador ou revolucionário", "Imediatamente tenho crise de ansiedade"... KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK




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Mônica Sanoli 24/06/2023

Um livro difícil de definir
Este livro estava na minha lista há meses, e eu finalmente resolvi encarar pelo audiobook. Então, pelo menos uma estrela das minhas quatro vai pra leitura do Oliver Wyman, queria que ele narrasse todos os livros que eu escuto! Ele consegue transmitir muito sentimento pela voz, foi um trabalho realmente muito bom.

Agora, o livro em si. Eu já sabia que seria forte demais, já sabia que iria me emocionar muito, ficar muito triste e tudo mais. Mas eu juro que não esperava que tudo isso seria... para nada. Diferente do que muita gente fala, eu não achei a escrita em si ruim, nem os personagens sem graça. Eu acho que a Hanya Yanagihara foi muito competente ao construir personagens com que o leitor consegue se importar, e é justamente por isso que o exagero de abuso e violência consegue chocar da maneira que ela queria que chocasse. Não é uma escrita de outro mundo, realmente, mas é boa o bastante para o que ela propõe. O problema pra mim foi a falta de propósito, talvez o próprio objetivo da autora ao escrever o livro. Não que eu esperasse um final feliz (eu não acho que todo livro precise de um final feliz, ou de uma lição de moral), mas me incomodou DEMAIS a falta de: 1) realismo e 2) um arco para os personagens.

Eu li que a proposta da autora era mostrar que às vezes a vida é ruim demais e que nesses casos é melhor desistir mesmo. É uma crítica que aparece literalmente na história: a terapia propõe que as pessoas continuem vivendo pela vida em si, como se a própria vida justificasse a continuidade dela, e às vezes é melhor deixar o paciente morrer. A irresponsabilidade de trazer uma mensagem dessa ao mundo à parte, para mim, a Hanya falha ao criar um mundo irreal para preencher com os traumas mal pesquisados dela. Pra começar com a prosperidade de absolutamente todos os personagens do livro, do protagonista até o mais secundário, não importa a origem deles. Por mais que ela não indique a época em que a história acontece, e que ela se passe nos Estados Unidos, essa riqueza toda não é convincente. Segundo, o comportamento do próprio Jude não é coerente. Por exemplo, ele escolhe a profissão que escolhe para se defender, e quando precisa realmente se defender, não o faz. Finalmente, a autora nos manipula por quase 800 páginas (mais de 33 horas no audiobook) para o protagonista terminar sem arco nenhum, positivo ou negativo.

Enfim, acho muito difícil recomendar este livro para alguém, que quem queira ler leia por vontade própria e em um bom estado psicológico. Pessoalmente, eu gostei muito dos personagens do Willem e do Harold, e o livro me prendeu o suficiente durante os dias de leitura para eu querer dar pelo menos três estrelas que, somadas à primeira que eu dei pro audiobook, fecham quatro.

Termino decepcionada, mas feliz por ter colocado essa leitura para trás.
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felipe watanabe 08/09/2020

Premissa - 4
Personagens - 5
Andamento - 4
Escrita - 4
Final - 4
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Samya.Domingues 28/02/2024

Tortura.
Nunca mais quero ler nada dessa autora e imploro pra ninguém ler também. Que livro horrível.
Que tristeza.
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