KeniaCandido 29/05/2024
Sem lágrimas, por favor.
Hellraiser é um dos filmes do gênero terror que eu adoro e já assisti inúmeras vezes. A última vez, eu encarei uma maratona e assisti todos os filmes da franquia, pois Hellraiser é aquele filme da época da adolescência que você sempre busca no fundo e não canso de rever. Mesmo não favoritando todos os filmes da franquia Hellraiser, ela mora no meu coração. Entretanto, hoje eu quero falar sobre a minha experiência literária com Hellraiser: Renascido do Inferno, um livro que foi publicado em 1986 e ganhou uma edição maravilhosa em 2015 pela Editora Darkside Books. Considero a versão literária de Hellraiser como ponto de partida para qualquer leitor que deseja embarcar na escrita e na mente sombria de Clive Barker.
Hellraiser: Renascido do Inferno começa com personagem Frank Cotton sentado dentro de um quarto totalmente escuro, compenetrado em resolver o quebra cabeça da caixa de Lemarchand. Frank havia adquirido essa caixa de um chinês chamado Kircher, que afirmou para Frank que, a pessoa que conseguir desvendar o enigma da caixa de Lemarchand iria abrir um novo mundo. Onde os Cenobitas, teólogos da Ordem de Gash, iriam oferecer várias experiências jamais presenciadas pelos humanos. Tentador, não acham? Mas voltando ao resumo da história para quem ainda não conhece... Alucinado por qualquer tipo de prazer e criando uma imensa expectativa que pudesse libertar do desapontamento sexual, Frank esperava que a caixa de Lemarchand fosse suprir os prazeres que tanto desejava.
Porém quando Frank ficou de frente com os Cenobitas, não imaginava que eles iriam trazer grandes tormentos. Para os Cenobitas, prazer tinha outro significado e Frank foi arrastado para o mundo deles completamente mutilado, onde só encontraria desespero e muita dor. Algum tempo depois, Rory irmão de Frank e sua esposa Julia, mudaram para casa que herdou de sua avó após a morte dela. Casa que Frank realizou o ritual para encontrar os Cenobitas. A principio, Julia não estava satisfeita com a mudança, mas era uma realidade na vida do casal. Em um dos quartos que são localizados no andar superior, Julia percebeu que era úmido e as paredes escuras. Então decidiram deixar o quarto de lado, totalmente intocado e resolveu fazer o restante da casa, um lar hospitaleiro.
Certo dia, Julia estava observando o quarto escuro e úmido. Ela não sabia explicar, mas sentia conforto naquele cômodo da casa e Rory chegou no quarto com a mão ensanguentada. Ele tinha se cortado e o sangue de Rory pingava no chão do quarto. Rapidamente, Julia o levou para o hospital. No dia seguinte o quarto estava com o chão totalmente limpo, nem Julia e e nem Rory haviam limpado o chão. Vida que segue... Rory resolveu fazer uma festa de inauguração da casa para os amigos próximos e pouco depois de meia-noite, Julia foi descansar, deixando Rory com os amigos. Exausta, Julia novamente foi até o quarto escuro antes de ir dormir e sentiu uma presença no quarto úmido. Ao entrar no cômodo, Julia escutou uma voz medonha saindo das paredes, afirmando que era Frank. Rapidamente Julia reconheceu a voz que implorava por mais sangue para voltar à vida e ela concordou em ajudá-lo, pois ainda recordava do pequeno envolvimento que teve com cunhado no passado.
Durante a leitura de Hellraiser: Renascido do Inferno, ficou impossível não pensar no filme, pois as cenas que contém no filme são fiéis ao livro. O início do livro é detalhista durante a presença dos Cenobitas com Frank e o ritual que ele precisou fazer para chegar até eles. Isso deixou a versão literária extremamente rica, porque os elementos que Frank usou para despertar o interesse dos cenobitas é descrito claramente enquanto no filme é apenas mostrado com rapidez. Não é a primeira vez que leio Hellraiser, pois acho a leitura bastante instigante com um ótimo desenvolvimento. A narrativa consegue fluir maravilhosamente e alguns leitores podem conseguir lê-lo em um dia. Minha vontade era ler sem interrupções, especialmente nos trechos que Julia estava ajudando Frank se libertar dos cenobitas, mas gosto tanto da história que fiz duas pausas para poupar a conclusão dela mais rápido.
Eu acho a edição maravilhosa! Como fã dos filmes Hellraiser, confesso que fiquei louca na ocasião que Darkside lançou e após os anos, ainda considero uma das minhas capas favoritas da minha biblioteca. A capa é toda em material de couro sintético, contém o desenho da caixa Lemarchand aberta e contém alguns desenhos da caixa de Lemarchand no início e a ilustração de um coração humano no final de cada capítulo. Também contém imagens na últimas páginas, do personagem conhecido como Pinhead, o líder dos cenobitas. Sobre mais detalhes da história, eu vou deixar para o próprio leitor descobrir durante a leitura, mas quero deixar claro que, a pessoa que é fã da franquia Hellraiser ficará satisfeita de ter em mão a história original.
Enfim, a escrita de Clive Barker é fascinante, porém arrisco em dizer que não é para qualquer leitor. Eu adoro e por isso estou adquirindo todos os livros do Clive Barker para minha coleção. Meu desejo é ler todos os livros publicado, pois é uma escrita forte, que não poupa o leitor de detalhes pesados, mas também é maravilhosa para quem é fã de horror e do terror!
“Sem lágrimas, por favor. É um verdadeiro desperdício de bom sofrimento.”
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