Estava desanimada com essa série. Não pelo enredo, mas pela falta de novos lançamentos dela por aqui. Lá fora a série já está no seu quinto volume, enquanto o Brasil publicou apenas dois livros, sendo que o último foi em 2009. Mas eis que surge uma luz do fim do túnel (desculpem o trocadilho!): a Rocco anunciou o lançamento de Vertigens, o terceiro livro da série para esse mês! \o/ Não pensei duas vezes, corri pra tirar Profundezas da minha estante e começar a minha leitura!
Profundezas teve um início surpreendente, pelo menos para mim. Nada de extraordinário, mas esperava me deparar exatamente onde deixamos Will, seu grande amigo Chester e seu pequeno irmão Cal, no trem, rumo às Profundezas. Porém esse volume começa de forma intrigante: acompanhamos uma mulher chamada Sarah Jerome, que está na Crosta e por seus movimentos furtivos, logo percebemos que ela não pertence a esse cenário – é na verdade uma refugiada da Colônia. Logo depois que conhecemos um pouco (mas bem pouco mesmo) da história de Sarah, voltamos a seguir os três garotos em sua corrida para encontrar o Dr. Burrows, pai adotivo de Will, nas Profundezas. Os garotos conseguem despistar os Styx na estação de trem e saem perambulando em busca de pistas. Essa parte da estação temos uma breve referência ao mundo de Harry Potter quando Chester diz que a estação não é nenhuma “plataforma 9 1/2″. Fofo.
Os conflitos começam a surgir quando Cal aparenta liderar os meninos e isso acaba irritando Chester, pois o jovem garoto acaba sendo imprudente e coloca os meninos em situações de perigo por algumas vezes. É aqui, logo no começo do livro que vemos a amizade – inabalável no primeiro livro – de Will e Chester começar a ter grandes atritos. Enquanto Will estava em “casa” durante o primeiro livro, Chester estava na prisão Styx, sendo maltratado e torturado, por isso podemos perceber que o personagem se arrepende de ter decidido apoiar o amigo na busca do pai adotivo por diversas vezes ao longo da narrativa.
Além de acompanhar os meninos e Sarah Jerome em sua fuga constante na Crosta os autores apresentam mais duas histórias paralelas: a vida de Dr. Burrows nas Profundezas e a Sra. Burrows, que foi parar em uma clínica/asilo. Nunca imaginei que os autores usariam a mãe adotiva de Will como um personagem importante, e muito menos, que a história dela poderia ser realmente interessante. Me impressionou.
Somos introduzidos a dois novos personagens que, na minha opinião, foram ótimas adições ao elenco: Elliot e Drake, dois renegados que vivem nas Profundezas, o tempo todo se esquivando dos Styx. Temos também a aparição da irritante irmã de Will, a qual descobrimos ao final do primeiro livro, está do lado dos vilões (Styx). São tantas histórias acontecendo ao mesmo tempo que parece ser difícil de acompanhar, mas não é. Apesar do livro ter quase 700 páginas a minha leitura fluiu muito bem e acabei lendo o livro em uma semana. Com capítulos mais curtos do que muitos livros e muito ação, fica difícil querer soltar o livro. Podia estar morrendo de sono que pensava: Só mais um capítulo, são poucas páginas…
Com um enredo bem mais pesado que o seu antecessor, Profundezas é recheado de grandes acontecimentos, grandes confrontos, e claro, grandes perdas. Se prepare para emoções do começo ao fim e junte-se a Will na busca por Dr. Burrows no “subsolo” da Terra.