Ghoulbot 22/09/2015
O efeito Morgan Rice e a série do "Michael Bay"
Antes de mais nada devo dizer que esta resenha se refere a série Wereworld, incluindo Storm of Sharks, até onde eu li, e não somente a este livro. E também explicar seu título.
Quando comecei a ler a série "O anel do Feiticeiro", de Morgan Rice, eu achei muito ruim, mesmo. Mas ai eu sinceramente pensei: "Ela deve ser uma autora estreante, uma hora ela pega ritmo e a história melhora". Só que isso não acontece, você lê um, dois, três livos com essa esperança e a coisa continua ruim, senão até pior. Apesar de não ser tão ruim quanto "O Anel", com Wereworld acontece o mesmo. Você lê um livro após outro na esperança de "isso TEM de melhorar" mas até agora... bem, a partir de certo momento no segundo volume, o que já não era nenhuma maravilha sofre uma queda significativa de qualidade pois a leitura fica muito, muito cansativa, e aqui eu explico a "serie do Michael Bay".
Todo mundo zoa o Michael Bay por causa do excesso de explosões que ele coloca em seus filmes, Curtis Jobling coloca excesso de ação. Os heróis de Wereworld não conseguem ir de uma vila a outra, entrar numa taverna ou conversar com alguém sem que antes ocorra uma briga, algum acontecimento extremo ou alguma outra ameaça pairando sobre eles. E ai, pra manter essa "ação constante", Curtis Jobling se torna repetitivo e chega a recorrer a artifícios que beiram o deux ex machina.
Basicamente o que acontece em wereworld é: os heróis precisam ir a algum lugar e quando chegam lá são atacados, alguém é capturado, os heróis escapam e alguém se separa do grupo pra não se reunir novamente com eles pelo livro inteiro. SEMPRE.Sim, isso se repete durante os livros vezes sem conta.
Claro, ele varia alguns elementos aqui e ali mas a receita vai ser sempre a mesma. Por exemplo, e mantendo os spoilers no mínimo necessário: uma hora um grupo dos heróis estão atacando um certo lugar, só que isso não basta, pra RECEITA funcionar alguém precisa ser capturado, mas não da pra fazer isso duma forma simples dado o cenário que ele construiu, solução: alguém no grupo do herói, sem nenhum motivo lógico ou razão, trai um personagem e o deixa desacordado para que ele seja capturado e separado do grupo. Pois é, cansa. :/
Eu podia continuar citando outras coisas que tornam a narrativa ruim, como ações sem sentido e de certo modo até estúpidas de certos personagens, mas na verdade isso TEM um sentido: fazer a RECEITA funcionar. Então, quando um certo personagem depois duma briga banal numa taverna (sim) fala "Eu estou cego" você pensa: claro, por quê não? Afinal de contas vai ficar mais fácil ele ser capturado e separado do grupo.
Sabem o que acontece pouco depois?
Por conta disso tudo as notas que dou para os livros são:
A Origem do Lobo - 3 estrelas
A Fúria dos Leões - 2 estrelas
A Sombra do Gavião - 2 estrelas
Ninho de Serpentes - 2 estrelas
Storm of Sharks - 2 estrelas (pelo que li ate o momento)