z..... 10/03/2018
Conhecia Anne Frank e Malala em relatos sobre a guerra na vivência de adolescentes, agora somo a estes o testemunho de Lena Mukhina.
A jovem russa expõe o que viveu na Segunda Guerra referente ao cerco de Leningrado (hoje São Petesburgo). Em linhas gerais, o cerco foi uma ofensiva nazista contra os russos, se estendendo de 1941 a 1944. O que se destacou no período foi a privação de mantimentos, levando à fome e carência severa que matou milhares de pessoas, mesmo ocorrendo um processo gradativo de evacuação e racionamentos. Esse contexto foi o que Lena viveu e testemunhou em seu diário.
O relato a apresenta com 16 anos e se estende nos primeiros meses do cerco, entre 1941 e 1942, quando foi então levada com outros moradores. Apesar do período curto, vemos um quadro acirrado de dificuldades, com perigo iminente de bombardeios e o drama da fome e abandono. Lena perdeu a babá e a mãe nesse desenrolar e ficou sozinha por um tempo.
Basicamente, o motivo daquele contexto e o que significou em termos práticos foi o que ficou do livro na minha percepção.
Valorizo e aprecio muito esses relatos, mas tem coisas que não gostei no livro. Uma delas é o que foi referenciado na outra resenha, sobre a mudança brusca do narrador de primeira para terceira pessoa. Desfiguração que quebra o ritmo da leitura, parecendo outro livro. Gostei só do relato em primeira pessoa, onde os eventos mais marcantes são contados.
Outra coisa que não curti é que o livro passa a sensação de muitas interferências. O texto, às vezes, está mais para discurso, destoando das pueris descrições da jovem no início (Hitler vai pagar... os aviões perseguindo pessoas para metralhar... entremeio com textos poéticos melodramáticos...). Não duvido das descrições da jovem, mas que dá uma sensação de realce, em que não se veem só suas palavras e mentalidade, isso dá. Por outro lado, algo comum, visto também no Anne Frank e Malala.
Ô coisa chata ler e-book no celular... Se não fora por isso talvez a leitura revelasse mais coisas. Disso também não gostei, mas é comigo...
Menos detalhado que o Malala ou Anne Frank, mas um testemunho impactante também.