mari 29/04/2021
he talked about the ocean between people. and how the whole point of everything is to find a shore worth swimming to.
eu tinha quinze anos quando li esse livro pela primeira vez. comprei com o intuito de treinar meu inglês, e foi o primeiro livro que li na língua, mas esse era meu único objetivo. nem consigo fazer jus ao descrever o quanto ganhei com essa escolha feita no escuro.
se é que é possível, a releitura me fez criar mais carinho ainda por essa história. eu acho incrível como a autora conseguiu criar personagens tão palpáveis, tão humanos, tão familiares; consegui identificar pequenas fraçõezinhas de mim em cada um. mas principalmente, e logicamente, no simon. esse livro realmente tem o poder de te aproximar da história, não como um espectador, mas como alguém vivendo aquilo também. quando o simon ficava triste, eu sofria; quando ficava feliz, eu virava a pessoa mais radiante do planeta; quando ele ficava bêbado, eu quase sentia que partilhava a sensação etílica de acenar pra todos também, e quando ele se apaixonou... foi inevitável não sentir as borboletas no estômago junto com ele. e esse lado da narrativa é tão fofo, puro, doce, arghhhhhhh impossível não amar o amor lendo o desenrolar de simon e blue. sem contar que a representação de adolescentes não é uma daquelas caricaturas distorcidas que vemos por aí. sim, eles pesam mais pro emocional do que pra razão. sim, eles fazem burradas, surtam à toa, remoem a mesma questão várias vezes, se apaixonam intensamente, maximizam problemas, e ainda assim, não soam forçados, e sim como uma imagem familiar.
outra coisa que não posso deixar de mencionar: é bem perceptível o quanto a experiência como psicóloga da autora se mostra no livro, e eu sei que isso só chamou minha atenção relendo. mas ao mesmo tempo, é algo tão singelo. sinto que fui coletando mini grandes aprendizados em cada monólogo do simon, cada conflito com os amigos, cada processo de descoberta. realmente me tocou muito, de uma forma bem reconfortante. principalmente pelos processos que o simon vive, foram tantas as vezes que me vi representada e acolhida - eu também acho um saco a necessidade de me reapresentar todas as vezes para o mundo e ser recebida como se cada uma dessas mudanças fosse um grande evento; e ainda assim, eu também sinto que, talvez, queira que sejam grandes eventos. enfim é tudo muito tátil, as páginas passam voando, as recomendações musicais são incríveis e não tem como não terminar esse livro de coração quentinho.