Naty__ 09/01/2017Até você ser minha é um título que não gostei, no início; criei diversas possibilidades para a história por conta do nome, mas nenhuma era o que de fato é. Esse elemento foi um dos fatores positivos da obra – embora não seja assim o tempo todo.
Alguns detalhes me incomodaram no decorrer da leitura e, por esse fator, demorei uns longos meses para ler. Não foram três ou quatro, foram uns seis meses enrolando para dar continuidade e não abandonar a obra.
Claudia Morgan é assistente social e está prestes a realizar o seu maior sonho: ser mãe de uma menina. Seu marido, James, é oficial da Marinha e passa semanas longe de casa, mas, quando retorna, o carinho e atenção é sempre o mesmo.
Além de sua profissão, Claudia cuida dos gêmeos, filhos do primeiro casamento de James. Pelo fato de ter uma vida corrida, ela e James decidem contratar uma babá. Zoe Harper possui as melhores recomendações e, de cara, já conquista as crianças com seu jeito encantador. No entanto, há algo nela que Claudia não consegue entender, mas acredita ter outros motivos para ela se aproximar da família.
A autora já demonstra que a babá não é quem diz ser; pensamos que ela possivelmente forjou sua identidade e tem outros propósitos naquele lugar. Depois de tantos argumentos, fica difícil não acreditar no que a grávida imagina.
Claudia começa a suspeitar quando vários ataques brutais começam a ocorrer e assassinam mulheres grávidas. Ela passa a ter medo da babá e decide investigar alguns de seus objetos. Os investigadores, Lorraine Fisher e Adam Scott, precisam descobrir quem é esse serial killer que tortura essas gestantes.
O leitor não está preparado para tudo, nem mesmo para a narrativa que se torna bastante confusa (e essa é a real intenção da autora, acredito). Acontece que essa narrativa intercalada deixa o leitor cansado e, quando descobrimos a verdade, vimos que fomos enganados totalmente. É até difícil enxergar a realidade quando estamos diante de um conflito na hora da leitura. Achei que essa mistura foi uma jogada da autora para ninguém gritar: xeque-mate.
Muito me incomoda o fato de as respostas para as perguntas estarem na última página do livro, é como se fosse uma forma de prender o leitor com 500 mil páginas e, na última, revelar tudo o que precisamos saber. Perde a graça, perde a essência e a história perde um pouco da sua naturalidade.
O Skoob indica que a trama terá continuação e isso conforta meu pobre coração. Não é que o livro tenha acabado sem sentido; ele apenas permite um segundo volume a fim de que muitas respostas sejam dadas, as quais ficaram pendentes e, com isso, preencher lacunas que um leitor, detalhista como eu, desejaria.
Não se pode aprofundar muito no contexto, pois os spoilers podem surgir. A trama foi bem trancada e qualquer coisa solta poderá servir de informações a quem vai ler, o que pode perder a graça.
Quote:
“–Vocês têm sorte. Não sabem como é querer tanto um bebê. Na verdade, é uma dor na alma, um enorme buraco em sua própria existência. É o verdadeiro significado de coração despedaçado.” (p. 142)