Verão em Baden-Baden

Verão em Baden-Baden Leonid Tsípkin




Resenhas - Verão em Baden-Baden


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Marina 19/08/2022

Fiquei dividida com esse livro. O autor faz uso do fluxo de consciência, alternando entre o passado imaginado do Dostoiévski e o seu presente soviético, em frases muito longas com assuntos diferentes sendo encadeados sem pausa. Uma das frases durou 29 páginas! Além de ficar um pouco confusa, achei que essa escrita deixou minha leitura frenética e talvez isso tenha contribuído para minha confusão.
Eu sou fã dos livros do Dostoiévski há muitos anos e gostei de saber um pouco mais sobre a vida pessoal durante um período conturbado. Mas confesso que fiquei com raiva dele em alguns trechos, principalmente na relação dele com a mulher e o jogo.
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Lara 29/07/2020

leitura muito sensível da vida de dostoievski, ressaltando o período conturbado da vida do casal dostoievski na alemanha. descrições primorosas e recursos narrativos que me transportaram para as sensações e situações vivenciadas. adorei o uso do fluxo de consciência e a forma como o autor retratou a mente, e também deu destaque, para a anna. um verdadeiro achado e como susan sontag colocou: em meio à ruína cultural que é o presente, o passado febril reluz.
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Israel145 30/10/2017

Leonid Tsípikin não publicou nada em vida. Esse livro é resultado de uma busca obsessiva pela biografia de Dostoiévski e é o único romance desse autor.
O livro Verão em Baden-Baden é uma versão romanceada da biografia do autor russo, mais precisamente em sua fase mais obscura, onde assoberbado por dívidas de jogos, Dostoiévski fugia pela Europa com sua então estenógrafa e futura mulher Anna Grigoriévna.
Tsípikin submerge no cerne de um autor atormentado, jogador compulsivo, epiléptico, uma figura à beira de um colapso mental. À medida que apresenta esse Dostoiévski, passamos a entender um pouco como suas personagens e obras eram compostas. Paisagens, cenários, locais, pessoas e situações de Crime e Castigo, Os irmãos Karamázov, Os Demônios, O jogador, O Idiota, dentre outras obras célebres emergem das páginas deste livro com uma roupagem crua e sem adornos, vista sob a perspectiva das situações vividas por Dostoiévski e Anna Grigoriévna, que tem papel preponderante nesse romance.
A narrativa de Verão em Baden-Baden não é fácil de acompanhar. Narrado em um estilo fragmentado e não-linear, os fatos vão e vem sem seguir nenhuma sequência cronológica. O autor mescla os fatos passados e presentes com trechos em que o mesmo seguiu os passos de Dostoiévski durante seu trajeto para compor suas obras e ora não há como perceber que a leitura fluiu dos fatos do passado aos fatos do presente, gerando uma aura nebulosa conferindo ao livro tons oníricos. A narrativa de Tsípikin torna-se ainda mais truncada quando percebemos que no livro quase não há paragráfos ou a pontuação tradicional.
Ao terminar a obra, não tem como não se deixar envolver pela figura quase sagrada do grande autor russo, e passamos a entender um pouco mais como Dostoiévski viveu e compôs seus grandes romances. Há um pouco de seu próprio sangue na sua obra.
Faz-se ainda uma ressalva para que os leitores que queiram ler Verão em Baden-Baden sejam conhecedores da obra de Dostoiévski sob pena de não entender certas passagens o que resultará numa história confusa e incoerente para esses leitores.
Fora isso é um grande livro e essencial para os leitores admiradores da obra de Dostoiévski.
@ALeituradeHoje 30/10/2017minha estante
Ótima resenha!!


Israel145 30/10/2017minha estante
Obrigado! :)




Ricardo Rocha 31/08/2011

Fedor é um homem doente. Nervoso e meio noção. Quem diz isso é alguém que o ama mais que tudo. Anna Grigorievna tem afinal seu lugar de destaque num romance de tempo fragmentado que nunca foi propriamente característico a Dostoeveski- mas é aqui é outro Dostoievski, um personagem além de escritor, tão fielmente quanto possível, e não é nunca de todo possível. Mais um autor médico, num monólogo interior que abandona o jeito puramente técnico possivelmente pela inevitável proximidade a uma vida demasiado humana. as páginas finais, mostrando a agonia quase serena de Fedia, deviam fazer parte de alguma lista dos melhores trechos da história da literatura.

Ricardo Rocha 05/08/2016minha estante
Leonid!!!




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